Teto de 20% das vagas nas corporações para policiais mulheres ignora o fato de que as demandantes buscam ajuda da policial fardada no momento em que estão diante de episódios agudos de violência. É na figura de outra mulher que as vítimas enxergam proteção e segurança para relatar o que lhes ocorreu

JULIANA LEMES DA CRUZ

Doutora em Política Social – UFF, cabo na PMMG e conselheira do Fórum Brasileiro de Segurança Pública


Reprodução


Livro. É muito bom conhecer algum clássico da literatura. E quando esse livro faz referência à terra natal a emoção aumenta. Independente da época. ‘‘A Vila do Patrocínio está em uma das mais lindas e aprazíveis situações. Ocupa o alto e os lançantes de uma colina de pendor suave, encostada de um lado ao topo de uma serra, e gozando pelos outros lados da mais risonha e extrema perspectiva de largos e formosos horizontes.’’ Assim, o notável e imortal da Academia Brasileira de Letras, escritor Bernardo Guimarães, descreve, inicialmente, Patrocínio em seu livro O Garimpeiro (1872). Nesse capítulo sobre a cavalhada, Bernardo, que muito bem conhecia o Município, narra a festa que ocorria no Largo da Matriz (de N. S. do Patrocínio), cuja vila mal ia até onde é hoje a Praça Honorato Borges. O centro era o eixo Largo da Matriz - largo onde é hoje a Praça Tiradentes (antiga cadeia pública). A sinopse do livro, mais citações, descrições do município antigo e razões da intimidade de Bernardo Guimarães com a terra de seu outro ídolo, o célebre Índio Afonso, fazem parte da cultura patrocinense oculta. Ou pouco sabida.

*** A VISÃO DA REGIÃO POR GUIMARÃES - A paisagem existente entre Patrocínio, Araxá e Bagagem (hoje Estrela do Sul) encantava o escritor. ‘‘Quem uma vez tenha percorrido esses férteis e pitorescos sertões nunca mais os perde da lembrança’’, escreve Guimarães em ‘‘O Garimpeiro’’. A casa do personagem Major, no romance, situava-se entre Patrocínio e Bagagem, em um maravilhoso vale. No sertão qualquer fazendeiro abastado tinha um elevado posto na Guarda Nacional. Por isso, a história de Patrocínio mostra número expressivo de coronel, capitão, major e capitão. Todos homenageados pelo Império.

*** CAVALHADA, TIPO PORTUGUESA - Nessa época, Patrocínio já era festeira. As casas da vila eram insuficientes para abrigar tanta gente, vinda das fazendas e arraialetes, distantes, no máximo, 10 léguas (60km), que ficavam despovoados nos dias de festas. A arena, onde ocorriam as cavalhadas, era no meio do largo da Matriz, o centro socioeconômico do Município. A cavalhada tornara-se a maior festa de então. Ranchos improvisados e cobertos de capim, rapazes montados em lindos poldros ou em mulas ajaezadas de prataria desfilando pelas poucas ruas da vila. Isso é o primeiro cenário para o romance.

*** RESUMO DO LIVRO - A obra de Bernardo Guimarães ‘‘O Garimpeiro’’ é dividida em dezessete capítulos. Com cenas reais e cenas criadas pelo autor, similar à outra fantástica obra ‘‘O Índio Afonso.’’ A razão maior da história/romance é o amor/paixão entre o peão Elias, humilde, de Uberaba, e a bela jovem, filha de importante fazendeiro de Patrocínio. Tendo a maravilhosa paisagem e as dificuldades da vida no garimpo, como palco da narrativa. Elias ama e deseja se casar com Lúcia. Mas para conquistar o direito de ser o marido de Lúcia, ele troca o duro trabalho de peão pela vida de riscos nos garimpos da região de Patrocínio. Esses garimpos se localizavam basicamente onde é hoje Coromandel e Estrela do Sul. Ambos os municípios pertenceram ao município de Patrocínio, naquela ocasião.

*** MAIS CONTEÚDO - O livro, romance de ficção regional, narra a vida sertaneja, com os seus hábitos e costumes bem mineiros. Por isso, é uma bem sucedida história sobre os garimpos e as festas de Patrocínio. A natureza, que os patrocinenses das recentes e atuais gerações a dilapidaram, é descrita com riqueza. Esse romance é um dos livros que deram origem ao ‘‘Regionalismo’’, na literatura brasileira.

*** ALGUMAS PALAVRAS USADAS À ÉPOCA - Janta (falada até hoje pelos mineiros) ao invés de jantar. Cavalo doutrinado no lugar de cavalo ensinado. Mequetrefe (trapaceiro, sem valor), grupiara (depósito de cascalho em local elevado), pinta (na mineração), etc.

*** PRINCIPAIS PERSONAGENS - Os patrocinenses Lúcia e o seu rico pai, Major. O jovem e pobre uberabense Elias. Leonel, um moço trapaceiro, ex-noivo de Lúcia. Simão, amigo rico de Elias, que ao morrer, deu diamantes para ele (Elias).

*** RAZÕES DE BERNARDO GOSTAR DE PATROCÍNIO - O escritor/poeta, natural de Ouro Preto (capital de Minas Gerais) foi juiz em Catalão, em duas oportunidades, entre 1852 a 1864. Para tanto, usava a famosa Picada de Goiás, uma estrada para tropeiros. Em Patrocínio, hospedava-se na Pousada da Rua das Pedras, pertencente à Antônio Alves de Oliveira, localizada na região do ribeirão Rangel, onde é hoje o começo do Bairro Morada Nova. Em 1852/1853, o seu irmão foi juiz na Vila de N. S. do Patrocínio, cujo nome era Joaquim Caetano da Silva Guimarães. Com tanta afinidade, Bernardo Guimarães, colocou Patrocínio em duas de suas grandes obras: ‘‘O Garimpeiro’’ e ‘‘Índio Afonso’’. Verdadeiros bestsellers. Dois romances onde se misturam a realidade e a idealidade.


(Foto Mais um oline)



Quando abrimos a torneira e a água jorra abundante, ninguém se lembra dele e seus "companheiros de trabalho", mas basta, um corte de abastecimento, para solucionar um problema na rede de distribuição, que a piola canta bonito no lombo dele: RONALDO — GESTOR PEÃO — CORREIA DE LIMA.

É costume recorrente, o pessoal ir primeiro nas rádios, sites, redes sociais, menos, buscar saber do problema na fonte da solução.

Dentre as reclamações e dúvidas, algumas legítimas, procedentes, necessárias, tem os xingamentos inflamados e gratuitos dirigidos de longe.

Com estes bombardeios midiático todo acabam fazendo de vilão, alguém que na verdade é HERÓI.

Sim. Um dos cidadãos mais competente, trabalhador, transparente, ético e humilde - não apenas no governo Deiró Marra- Mas nos cargos, os quais ocupou nos últimos 30 anos, ele honrou o seu trabalho, trabalhando em modo turbo.

Quando ele pensa que vai descansar, cuidar da família e de suas empresas, chega um prefeito e o chama de volta para o batente no trabalho público.

Foi o Secretário de Obras do munícipio, mais competente, pois no seu tempo, cuidava sozinho ( Claro, com seus "companheiros de trabalho") da zona rural e do perímetro urbano. Começava às cinco da manhã parava, sabia-se lá quando. Esta é a sua marca registrada: Entrega total ao trabalho.

Tem outra característica toda sua: Ele é o primeiro a chegar no local dos problemas, não para fiscalizar, intimidar, pressionar, assediar seus "companheiros de trabalho", mas, como responsável, acelerar as soluções. Sabe que "o olho do dono é que engorda o boi" Ele se mistura aos trabalhadores. Seus "companheiros de trabalho" Por isto: GESTOR PEÃO.

Há 18 anos ele foi Superintendente do DAEPA, há 04 anos, voltou ao cargo, ficou espantado ao encontrar a defasagem de melhorias que não acompanharam o desenvolvimento da cidade. O consumo de água centuplicou, com novos barros que surgiram nos últimos 54 anos, exigindo que o pessoal piasse fino para levar água de qualidade na torneira de todos os quase 100 mil habitantes. ( A Propósito, vamo chegar aos 200, mas nunca aos 100 mil?)

Haja problemas frequentes com a rede antiga, cano de ferro enferrujado arrebentando debaixo do asfalto na região central, desperdícios, turma pequena atendendo cidade e distritos, gente varrendo a calçada com água, ainda assim, Ronaldo, construiu novas adutoras, sempre atento à captação, tratamento e qualidade da água distribuída aos patrocinenses.

Por isto: GUARDIÃO DO NOSSO "OURO AZUL"

Outra coisa. É preciso pensar, (sem politicagem) o futuro de nosso abastecimento de água. Hoje 100% do nosso precioso líquido, vem do "Córrego Lindo", até quando seu manancial atenderá a nossa demanda? É preciso investir pesado em novas alternativas, plano B. Quem sabe as águas do Pirapitinga... Ronaldo é a pessoa ideal para esta empreitada.

Sem entrar no mérito do pampeiro político que se fez em torno do aumento da taxa de esgoto, com finalidade de levantar recursos para melhorias no órgão, cujo projeto foi aprovado e posteriormente desaprovado pela Câmara Municipal.

Quantos vereadores, seja da situação, seja da oposição, seja da obstrução, deixaram a internet, desceram da tribuna da Câmara e foram visitar o DAEPA. Quais edis foram ver in loco, fazer apontamentos, alistar as prioridades, elencar as demandas da autarquia? Com discursos rompânticos foram pra galera, pra troca de farpas, pro barraco. Pergunta que não cala: Tempestade em copo d'água, dá voto? ...


Pois bem, depois de toda tribuzana, sabe qual a solução encontrada por eles para investimentos no DAEPA?

O DAEPA, no fim do ano, vai receber restos da Câmara Municipal (sobras- se sobrar- do orçamento financeiro) E com esta "ideia de galinha" todos lavaram suas mãos como se tivessem ajudado. E o Ronaldo?

E o Ronaldo sempre no trabalho. IMPORTANTE: Trabalho com as portas abertas.

A cidade, do Alto da Estação ao Jardim Sul, sabe que este GESTOR PEÃO, é super acessível, simples, sem burocracia, não se esconde atrás do cargo, contato desbloqueado noite e dia, sempre à disposição de domingo a domingo.


Aliás, Ronaldo, convida sempre, para que a população, a imprensa e as autoridades, visite (mesmo sem agendamento) e conheça de perto o DAEPA.

Por isto: RONALDO — GESTOR PEÃO — CORREIA DE LIMA. GUARDIÃO DO NOSSO "OURO AZUL", Obrigado, a voce e seus "companheiros de trabalho", por cuidar tão em do nosso mais precioso líquido.


ELZA LIMA*

Eu amo Patrocínio, e posso provar!
Quem disse que não teve baile sábado passado na Churrascaria Alvorada?
Já ouviram dizer que o Colégio Alto Paranaíba não existe mais?
E a estação ferroviária, está desativada?
O tempo passou, e em nossas lembranças tudo continua lá, exatamente como era nos anos setenta.
Os trilhos, o som da buzina do trem ainda ecoa em nossos ouvidos.
Fui até a estação ferroviária de mala e cuia, fiquei lá imaginando que o trem iria chegar e me levar para passear.
Olhei pela fresta, na ilusão de ver meu pai sentado diante do telégrafo...
Oh doce lembrança, oh alegria de infância...
Passei pelas padarias só para sentir aquele cheirinho de café e do pão assado na hora.
Não me chamem de louca!!
Mas podem acreditar o cheiro do café e pão de Minas, tem outro aroma. Ah... e o sabor então...
Oh doce lembrança, oh alegria de infância...
Sentei-me no banco da praça Honorato Borges, e me senti com dezoito aninhos.
Diante do altar da igreja Santa Luzia, ainda pude ouvir a voz do Padre Pio celebrando a missa do domingo.
Tenho certeza que mesmo quem nunca saiu de Patrocínio ainda sente saudades, daquele tempo em que éramos felizes e sabíamos.
O Colégio onde fiz meus grandes e sinceros amigos, vejam lá a fachada tem outro nome, mas para mim será sempre o Colégio “Alto Paranaíba”, com seus grandes desfiles de Sete de Setembro, ainda vejo a Professora Marly e o Professor Lúcio quando passávamos diante da secretaria.
Os amigos então continuam muito queridos, com alguns cabelos grisalhos, sim, mas com os mesmos sorrisos, a mesma alegria contagiante.
Ah e quanto a Churrascaria Alvorada, Sábado em nossos corações sempre tem baile.
E com a banda “Super Som 2001”, com Soninho, Átila, Edson Bragança, Luiz Pindoba, Eustáquio e Luiz Cabeleira.
Algumas vezes com o nosso DJ Luiz Antonio Costa, mais conhecido como Luiz da rádio, nosso querido “Zantoin”.
O repertório era o melhor possível: Uma lentinha tipo ABBA para começar e logo já vinha “Santa Esmeralda” ou “Born to be alive”.
Que bom que ainda estamos por aqui, e poder lembrar desses momentos felizes que vivemos em Patrocínio e agora contar para nossos filhos e netos como foi nossa juventude, cheinha de valores, diversão saudável e muitos amigos.
Amo vocês!!







*ELZA LIMA é escritora e empresária patrocinense. Mora em São Mateus, Espírito Santo


Imagem: Dim Hou | Pixabay



Indicador. Quando é positivo, todos falam. Quando é negativo pouquíssimos o mencionam. Sob a tutela eminentemente técnica, algumas palavras sob o meio ambiente desta Santa Terrinha têm que serem ditas. O clima está bom? Áreas verdes estão sendo recuperadas? Patrocínio é bem arborizada? Há proteção ambiental? Emissão de CO2e é tolerável? As respostas oficiais mostram que os patrocinenses precisam mudar um pouco. E pensar mais em seus filhos e netos. Enfim, precisam pensar no futuro alvissareiro, em termos de qualidade de vida de seus habitantes.

*** O CLIMA PREOCUPA - O percentual do município desflorestado é simplesmente 1.580% acima do mínimo ideal. Ou seja, atualmente é de 0,79; o limiar verde (limite) é de 0,05. Em outras palavras, as áreas florestais destinadas ao agro mais as áreas que deixaram de serem verdes, em hectares, em relação à área total do município, foi muito grande, de 2017 a 2019. Isso segundo o MapBiomas.

*** ASSIM... VEM A MAZELA - Por isso, a emissão de CO2e per capita (dióxido de carbono equivalente) de Patrocínio é quatro vezes maior que o ideal, segundo o sistema de estimativas de emissão de gases de efeito estufa. Também é alta a participação de Patrocínio no total de queimadas no Brasil. De acordo com o Atlas Brasil, é quase três vezes maior do que o nível desejável. Como o planejamento e estratégias para suavizar essa situação são insuficientes, conforme diz o IBGE, o clima patrocinense foi classificado como onde ‘‘há grandes desafios’’ a serem vencidos, pelo índice de desenvolvimento sustentável das cidades. Sinal vermelho aceso!

*** FRAQUÍSSIMA PROTEÇÃO AMBIENTAL - A instituição MapBiomas relata que, de 2015 a 2020, a taxa de formações florestais naturais por habitantes de Patrocínio foi de 3,14. Deveria sê-la de 25,2, no mínimo. Portanto, a taxa de áreas florestadas e naturais é irrisória. Isso tem idêntico cenário para a existência de unidades de conservação de proteção integral e uso sustentável. O Ministério do Meio Ambiente registra que a proporção do território patrocinense ocupado por essas unidades deveria ser de 28% no mínimo. Acredite se quiser, apenas, tão somente, 0,02% (quase zero mesmo) do chão de Patrocínio as têm.

*** POUCAS ÁRVORES - O IBGE informa que, em Minas Gerais, há 225 cidades (mineiras) onde a arborização de vias públicas é melhor do que a de Patrocínio. Bem melhor. Se o contexto é o Brasil, há 2.477 cidades em situação mais verde. Portanto, quase a metade das cidades brasileiras estão à frente de Patrocínio, no quesito ‘‘arborização de vias públicas’’.

*** POUCA ESPERANÇA DE MELHORIA - Como Patrocínio não plantou árvores nos últimos 20 anos, pelo contrário cortou e corta bastante árvores, a tendência é o município ser ultrapassado no ranking verde. Em Minas Gerais, já estão 225 cidades na dianteira. No próximo (e breve) levantamento do IBGE, Patrocínio poderá ter quase 300 municípios em sua frente. Quem viver, verá. Pois, no município o desejo de valorizar a natureza é vil. Quase inexistente. Verde e natureza não são prioridades no município.

*** SAGRADA MATINHA - O Parque da Matinha, ou Bosque da Matinha, ou somente Matinha, merece respeito e muito carinho. É o último reduto, a última marca de uma Patrocínio bucólica. Uma Patrocínio que, hoje, é apenas um retrato na parede. Mas... mas... isso é tão somente conservação (do que resta). Só manutenção desse santuário. Parece, que não haverá plantio adicional. Daí, a performance verde não será alterada. O município necessita é de acréscimo verde. Mais áreas verdes recuperadas, já!

***BELOS EXEMPLARES NÃO FALTAM - A cidade mineira de Senhora dos Remédios (fonte: Globo Rural) planta uma árvore cada vez que nasce uma criança na cidade. Diamantina e Passos adotaram o programa ‘‘Uma criança, uma árvore’’. Curitiba é um primor. Até a grande capital BH tem mais árvores do que Patrocínio, sob qualquer aspecto analítico. Sigamos batalhando pela vida cada dia melhor.

*** Fontes: Instituto Cidades Sustentáveis e IBGE.


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