Crédito imagem: AFP 



Há menos de 6 meses da Copa do Mundo do Catar, o Brasil encontra-se há cerca de 4 meses da eleições que definirão o próximo Presidente da República.

O clima eleitoral é de polarização. De um lado o atual Presidente, Jair Messias Bolsonaro. Do outro, o ex-Presidente, Luis Inácio Lula da Silva.

A Copa do Mundo provavemente seja a maior manifestação cívica do povo brasileiro. É quando as pessoas vestem-se de verde e amarelo e colocam suas bandeiras nas janelas. Como bem destacou Nelson Rodrigues, a Seleção Brasileira é a pátria de chuteiras.

Em 2018, durante a campanha eleitoral, o chamado “movimento bolsonarista” se apossou das cores e da bandeira Nacional. As camisas verde e amarelas e as bandeiras do Brasil tornaram-se os grandes símbolos políicos.

Isso muito devido aos partidos de esquerda, notadamente, o Partido dos Trabalhadores que, em seus atos políticos, onstentavam a bandeira vermelha do partido.

O “antipetismo” lançou o slogan: “Nossa bandeira nunca será vermelha”.

Vale aqui abrir um parênteses. A bandeira brasileira historicamente poderia ou até deveria ser vermelha.

Brasil significa “Vermelho como uma brasa” e tem origem na cor vermelha de uma madeira usada para tingir tecidos que os portugueses encontraram no país – o pau-brasil.

O fato é que o staff do atual Presidente aproveitou a oportunidade agiu estrategicamente trazendo para si as cores que o então nanico Partido Social Liberal não possuia.

Bolsonaro incorporou o verde e amarelo fazendo de conta que o partido dele era o Brasil. A estratégia mostrou-se acertada.

Ocorre que agora, muitos brasileiros não veem nas cores da bandeira um símbolo da Nação, mas uma alusão e até mesmo um apoio ao atual Governo.

Chama-me a atenção ver pessoas com vergonha usar as cores do país ou erguer uma bandeira para não serem “confundidos” com bolsonaristas.

Isto está errado e precisa ser revertido. Rápido. Urgente.

E para isso nada como uma Copa do Mundo. Aliás, nada melhor que ganhar uma Copa do Mundo.

A conquista de 94 simbolizou para o país a virada econômica com o Plano Real, a de 2002, a esperança com um Governo operário.

Que em 2022, o hexa seja a retomada do verde e amarelo pelos brasileiros.

Nossa bandeira nunca será… DELES, nem de ninguém! Ela é do povo brasileiro!

Gustavo Lopes

Gustavo Lopes
Colunista eventual da Rede Hoje. 

É Professor, consultor, parecerista, mestre e doutorando em Direito Desportivo. Vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo e presidente do Instituto Mineiro de Direito Desportivo. Escreve na coluna “Desporto: temas, textos e contextos” todos os domingos.


Publicado originalmente no site "Lei em Campo

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