Foto: reprodução de vídeo  Rede Hoje| Cássio Dias



Indicadores
. Os reconhecidos, os utilizados, em importantes estudos, são oficiais. É relevante conhecer e entender os principais indicadores econômicos e sociais de um lugar. Pois, qualquer diagnóstico, qualquer análise para implantação de algo, por exemplo referente ao progresso, começam por eles, os indicadores confiáveis. IBGE e Fundação João Pinheiro–FJP (e a Fundação Getúlio Vargas também) respondem pelos estudos técnicos de maior confiabilidade no Brasil. Utilizando os últimos levantamentos publicados do IBGE e FJP, Patrocínio é passado a limpo. É uma síntese. Entre os indicadores patrocinenses, o PIB, o emprego, o ensino, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), a morbidade (mortes) e outras variáveis merecem reflexão.

PIB: O QUE É – Tudo o que é produzido no Município, inclusive serviços, é denominado Produto Interno Bruto, o PIB. O anual de Patrocínio ultrapassa R$ 2,8 bilhões. Já o PIB per capita é igual a R$ 31.000,00. Ou seja, em média, cada cidadão patrocinense produziu R$31 mil em 2019. Isso coloca Patrocínio em 39º lugar em Minas. A pior colocação dos últimos quatro anos, mas melhor do que as do começo do século. Pela expressão da cidade, precisa melhorar um pouco mais.

PIB E SEUS COMPONENTES – A agropecuária é show. Pois coloca o Município como o 8º lugar. Ou seja, há em Minas apenas sete municípios com maior valor da produção agropecuária anual. Mas... nem há tanta alegria. Porque os sete à frente são em ordem Unaí (1º lugar), Paracatu, Uberaba, Uberlândia, Coromandel, João Pinheiro e Perdizes. Já sobre a indústria é bom falar pouco. A produção industrial situa o Município em 74º lugar. Esse ponto fraco de Patrocínio precisa ser superado. De acordo com o IBGE, a produção industrial de alimentos seria a melhor alternativa dos patrocinenses. No terceiro componente, Serviços, Patrocínio está bem (29º lugar). Por fim, o quarto componente do PIB, “Administração, Educação e Saúde Públicas, além da Seguridade Social”, encontra-se no patamar normal (37º lugar em Minas).

IDH REGULAR – O Índice de Desenvolvimento Humano–IDH, um indicador puramente social (renda, saúde e educação), dá o 38º lugar para Patrocínio no Estado. O que é bem aceitável.

EMPREGO DEIXA A DESEJAR... – O quesito “População Ocupada”, referente a trabalho, coloca Patrocínio no distante 112º lugar em Minas. Segundo o IBGE, apenas 25% da população encontra-se ocupada. Por outro lado, tomando-se o “salário médio mensal dos trabalhadores formais (com carteira)”, de 2 (dois) salários mínimos (em torno de R$2.400,00), a distância negativa aumenta: 127º lugar em Minas. Em números, havia 22.484 pessoas ocupadas em 2019. Ou seja, poucos empregos relativamente, baixos salários na média geral. Pela importância de sua economia, há espaço para melhorar ou aprimorar esses números no Município.

ALTOS E BAIXOS DA EDUCAÇÃO – De acordo com a FJP, a taxa de atendimento da educação básica (fundamental + médio) alcançou 100% em 2018. Isso é ótimo. Entretanto, quanto ao índice de desenvolvimento da Educação Básica, especificamente ao Ensino Fundamental, em seus anos finais, rede pública, Patrocínio coloca-se em 263º lugar em Minas, com o índice 4,9. Ou seja, não é bom. Isso segundo o IBGE. Tem melhorado um pouco nos últimos anos, mas precisa melhorar muito mais. Já o desenvolvimento no Ensino Médio, rede pública estadual, está razoável, em termos de Minas (150º lugar). Entretanto, quando a taxa de desenvolvimento do Ensino Médio se restringe apenas ao público federal, Patrocínio dá um salto espetacular para o 4º lugar no Estado, segundo o IBGE.

NÚMERO DE ALUNOS – O Ensino Infantil tem pouco mais de 4.000 matriculados. O Fundamental quase 12.000 matriculados. E o Médio 3.500. Portanto, uma população de alunos no Ensino Básico de cerca de 20.000 alunos. Tudo somando o público mais o particular (privado). Esse número de matrículas posiciona Patrocínio em 34º lugar, o que é bom.

OS FALECIMENTOS... A SAUDADE – O número de óbitos no Município gira em torno de 600 mortes ao ano (exceto, a Covid-19). Em 2019, houve 578 óbitos. A maioria de homens. E metade das mortes de gente com mais de 70 anos. A maior causa de todos os óbitos foram as doenças do aparelho circulatório (inclusive, coração). Depois, a segunda maior causa é o neoplasma (tumores, inclusive câncer). Falando apenas de taxa de mortalidade infantil, que é um dos mais utilizados indicadores de saúde de um lugar, a de Patrocínio é 11,3. Quer dizer, há onze óbitos em 1.000 crianças nascidas vivas. Aí, situa o Município em 411º lugar em Minas. No meio do caminho. Em outras palavras, precisa de atenção. Precisa de evolução. Precisa de redução da taxa.

ENFIM... – Esse é um retrato dentre os 93 mil cidadãos de Patrocínio. Onde o bioma (clima, solo, altitude) é o cerrado e a cidade é considerada centro sub-regional. E os patrocinenses a consideram uma das mais belas de Minas!

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Sebastião Ferreira do Amaral - "Véio do Didino". Centenário no dia do aniversário da cidade.
 

Vai ter alguma celebração. Infelizmente, não. Será lembrado como um vulto histórico? Infelizmente, Não. (Exceto por parentes próximos) Seu nome vai sendo varrido pelos ventos da falta de memória dessa geração. É até um surto que rola. Sem a menor cerimônia, retiram um nome de ontem de um obra e reinaugura-a  com outro nome na placa. Honra não se transfere.  “VÉIO DO DIDINO”, até havia recebido, uma pequena homenagem, mas eles a tornaram menor do que era.  Dessarte, vamos lá, á guisa de explicação.
     
No dia 13 de Agosto de 2021, publicamos em diversas mídias, uma crônica cujo título era “Vamos corrigir uma injustiça?”. Pela data, teria-se tempo hábil para que a homérica pançada fosse solucionada. Não foi. Seguinte:



A revitalização do " Centro Esportivo Paulo César de Lima ( Peuca) " foi mais uma obra que comprova a boa gestão de Deiró, contemplando todas os seguimentos da sociedade - Inclusive o esportivo.

 
NO ENTANTO,  nesta obra em tela, existe uma afronta. Uma injustiça. Na verdade um crime contra a memória de um cidadão considerado " Nome do Século em Patrocínio". Pronto?
O nome "ESTÁDIO MUNICIPAL VÉIO DIDINO" foi retirado do pórtico de entrada do Centro Esportivo citado.
 
ENGANO SALVO,  o ato insano não foi praticado no governo Deiró, mas esperava que  no governo dele, aproveitando a revitalização que ali se realizava, que esse crime tinha a chance de  ser sanado.  




( Fotos: Saudoso Rondes Machado, amigo sem igual, é dele a lembrança do Centenário)

Passei  a bola para o dinâmico Secretário de Esporte Mauro Henrique Nogueira e esperava registrar em breve que aquele nosso fiozinho de voz fosse ouvido.
 
REPITO UMA VERDADE: O PRINCIPAL ESTÁDIO DE PATROCÍNIO DEVERIA TER LEVADO O SEU NOME DO ANIVERSARIANTE CENTENÁRIO.
 
PERSONALIDADE SOLAR
Alguém deve estar se perguntando: Quem foi "Véio do Didino" "O que ele fez".” É seu parente, Milton:”  Já disse que foi um personagem solar em nossa história. (Infelizmente, não era nosso parente, o conheci com dono da Patrulux e um influente cidadão, daqueles muito saudado na rua)
 
Ninguém em Patrocínio foi maior do que ele na história do nosso esporte. E vou mais. Tenho o maior respeito e reverência pelo sagrado nome do Sr. Pedro Alves do Nascimento, contudo o estádio "Pedro Alves do Nascimento", deveria ter como patrono, nosso "Telê Santana Rangeliano" SEBASTIÃO FERREIRA DO AMARAL - VÉIO DIDINO" .
Uma pausa para perguntar. Um homem desta estirpe merecia ter o seu nome retirado do pórtico do Centro Esportivo?
 
Ele foi irmão sabe de quem? Eustáquio Amaral- "Nosso Menestrel Rangeliano". Foram injustos com aquele; foram injustos com este.
 
Véio do Didino nasceu no Carmo do Paranaíba em 07 de abril de 1922 e faleceu em Patrocínio no dia 19 de outubro de 1986, aos 64 anos de idade. Viveu em Patrocínio desde 1946. É mais patrocinense do que nós todos juntos.
 
30 JOGOS INVICTOS
Era comerciante, católico dedicado. ( Missionário Vicentinho) e desportista nato. Casado com a Sra. Lazinha Campos Amaral, com quem teve três filhos. Sempre residiu à Rua Artur Botelho, ao lado da Policlínica.  Torcedor do Botafogo (RJ) e América (BH). Mas fundou um time chamado Flamengo. Esse time sobre a sua batuta ficou 30 jogos invictos. Eu disse 30 jogos invictos. Uma pausa para perguntar. Um homem com este histórico merecia ser homenageado apenas em um estádio de um centro esportivo?
 
ACADEMIA DE FUTEBOL
Pelas suas mãos existiu uma academia de futebol chamada Associação Atlética Flamengo. Ou o popularíssimo Flamengo do Véio do Didino. Que reinou absoluto em toda região nos anos 50/60.
 
TELÊ SANTANA RANGELIANO



No clube, Sebastião Ferreira do Amaral- o Véio do Didino, era um verdadeiro lider. Era leal, enérgico coibia vício. O diretor, treinador, supervisor, roupeiro, empresário, atleta e até “psicólogo”. Motivação, jogar bonito, respeito aos adversários,  liderança, formavam o seu perfil. Adversários como a URT, Paranaíba (Carmo do Paranaíba), Maracanã (Coromandel), Clube do Cem (Monte Carmelo), Araguari A. C., Araxá e Santana (Paracatu) tremiam na base ao enfrentar a magia do Flamengo. Véio, também foi chamado de o “Telê Santana” de Patrocínio.
O CAP NASCEU DO SEU TRABALHO
Um homem desta magnitude, em outro lugar seria uma lenda em Patrocínio, ganhou uma pequena homenagem e mesmo assim é retirada. Foi repassada para o interior do centro esportivo. Nome ofuscado por outros que pipocaram por lá.
 
FAMILIARES NÃO FORAM CONVIDADOS


 
 O complexo foi reinaugurado com uma quadra de Futsal, denominada “Marley José de Oliveira Borges”; Quadra de Futevôlei, denominada “Joaquim Antônio dos Santos – Jota Santos”; Quadra de Areia, denominada “Antônio Gonçalves de Lima”; Área de Convivência, denominada “Salvador Silva – Salvacar”; e o Espaço Kids “Pablo Vinícius de Jesus Silva”,com muitas melhorias realizadas no Estádio Municipal “Sebastião Ferreira do Amaral – Veio Didino”. Mas a família Ferreira/Amaral, não foi convidada para descerrar a plaquinha interna  de reinauguração.

MAS,  KALIL - O ESQUERDISTA -  FOI



Ninguém entendeu, quando a autoridade mais ilustre que se aportou aqui para o  evento de inauguração, foi o, então, prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil. O prefeito da capital do café, e o da capital mineira, nem são do mesmo partido. Apenas torcem para o mesmo time. Alí é Galo. A não ser que Kalil,  será o candidato oficial da administração  ao governo de Minas. (Se terá meu votinho? Casca fria que é fora)
A falta de inteligência nas articulações políticas dessa geração de líderes, (gente vaidosa, caprichosa, cabeçuda) tem feito Patrocínio levar na fuça de quatro em quatro anos. Será de novo?

CENTENÁRIO DE NASCIMENTO
Precisamente no dia 07 de Abril, mais precisamente no dia do aniversário de Patrocínio, celebra o CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DO VÉIO DO DIDINO.
O QUE PATROCÍNIO FARÁ PARA COMEMORAR A DATA? NADA...
 
SUGESTÃO
Até, lá em 13 de Agosto de 2021,  sugiri ao Secretário Mauro Henrique Nogueira, que promovesse um torneio amador, cujo vencedor deste certame enfrentaria o CAP no Gigante do Horto, reeditando  o "TROFÉU VÊIO DO DIDINO"... Neeem tchum!
 
NEEEM TCHUM!
Queria tanto que recolocassem (voltassem a colocar)   o nome "Centro Esportivo Paulo César lima (Peuca) Estádio Municipal Véio Didino"... Neeem tchum!. Acho que, com exceção do Delei Despachante, ( que, enquanto vereador, criou o Troféu Véio do  Didino) ninguém na prefeitura e na Câmara, sabe  quem foi o homem que celebra 100 anos, no dia em que Patrocínio comemora 180.
 
“MEMORIAL DO FUTEBOL REGIONAL EM PATROCÍNIO VÉIO DIDINO”
Não foi possível homenagear  o “Tele Santana Patrocinense, no  Gigante do Horto: Não foi possível recolocar seu nome na fachada do Centro Esportivo; Acabaram com a medalha, na qual era patrono. Não foi possível, realizar sequer um torneio em seu centenário... Mas  carregar água na peneira é com a gente mesmo.
Não é que a vereadora, Eliane Nunes, apresentou, recentemente, uma indicação na Câmara Municipal de Patrocínio, para a criação do  “MUSEU DO ESPORTE PATROCINENSE” O local indicado, seria nas imediações do Espaço Cultural. 
APLAUSO - E POR FAVOR- DE PÉ!
Essa iniciativa da vereadora merece toda atenção do Governo Municipal e secretarias pertinentes.    No futebol, por exemplo é de tirar o chapéu para a gerações de 40/60/50. O lendário Flamengo do Véio do Didino, time que aterrorizava adversários na região, exportava craques. Senão  vejamos: Múcio, ex-Atlético Mineiro, Palmeiras, Santa Cruz, e Náutico. Pedrinho, ex- Atlético Mineiro e Democrata de Sete Lagoas. Chiquinho ex- Bahia. Bougeux, ex- Atlético Mineiro, Santos (Tempo de Pelé) Sem contar, Rondes Machado, Paulo Tavares, Ratinho... outros  tantos que se  seguissem carreira, brilhariam tanto quanto. E então... Véio do Didino, foi o treinador de quase todos(senão todos) eles...
ENTÃO...
Com o nosso fiapinho de voz, sempre solicitamos   a construção do  MEMORIAL DO FUTEBOL REGIONAL EM PATROCÍNIO. Por coincidência, a vereadora defensora da cultura,  arte educação e patrimônio histórico, fez essa importante proposição. (Uberaba inaugurou recentemente)  Mas não vou perder esse gancho nem morto. Gostaria que esse projeto corrigisse um pouco a injustiça, por nós evidenciada ao longo desse texto e fosse mais ousado em sua proposta: 
“MEMORIAL DO ESPORTE REGIONAL EM PATROCÍNIO ‘VÉIO DO DIDINO”
 
(Com arquivos de Eustáquio Amaral/ Rondes Machado / Blair Damasceno)




Desenvolvimento.
O regional é o primeiro parâmetro, balizamento, para avaliar o real progresso de Patrocínio. Por isso, com dados da Fundação João Pinheiro-FJP, pertencente ao Governo de Minas, o desenvolvimento da Região Geográfica Intermediária de Patos de Minas (nova classificação do IBGE) é apresentado. E analisado. Essa região é todo o Noroeste Mineiro (Paracatu, Arinos, Unaí, João Pinheiro e outros) mais os municípios de Patos de Minas, Coromandel, Patrocínio e outras cidades polarizadas por essas. Patrocínio está bem na fita. Porém, nem tanto. Geralmente, Patos de Minas, Unaí e Paracatu estão à frente na maioria dos indicadores. Então, depende do indicador socioeconômico utilizado para olhar o verdadeiro desenvolvimento.

VAB PATROCINENSE É O 4º LUGAR – O Valor Adicionado Bruto (VAB) é praticamente o PIB (Produto Interno Bruto). VAB não deve ser confundido com o VAF (este se refere ao ICMS). O PIB regional é apenas 3,7% do PIB de Minas. Dentro dessa região (100%), liderada por Patos de Minas, o PIB patense é o melhor (18%), seguido de Paracatu (16,7%), Unaí (12,6%) e Patrocínio (11,2%). Em outras palavras, a soma da produção agropecuária, produção industrial e produção de serviços de Patrocínio corresponde apenas a 60% do que é o PIB patense.

POUCA INDÚSTRIA – Essa região composta por 34 municípios (inclusive Patrocínio) responde somente por 3% da indústria mineira. Mesmo assim, por causa da exploração de ouro em Paracatu, laticínios em Patos de Minas (a Camponesa em Patrocínio deve colaborar no próximo levantamento) e um pouquinho da Pif Paf.

DESTAQUES INDUSTRIAIS DA REGIÃO – A fabricação de alimentos é o setor chave mais importante da região. Nele destacam Patos de Minas, Patrocínio, Unaí, Paracatu, Coromandel e Buritis. É o que mais impulsiona a economia regional, face à cadeia produtiva.

AGROPECUÁRIA – Essa região do Noroeste até Patrocínio foi responsável por 17,2% do VAB agropecuário de Minas. Isso significou em 2018 a liderança dentre todas as regiões mineiras. Na agricultura, a soja, café, milho, cana-de-açúcar e feijão são as culturas relevantes. Na pecuária, a região detém a maior produção de leite do Estado e a segunda do Brasil. Por isso, possui o maior efetivo de bovinos e o terceiro maior de suínos de Minas. Tanto na agricultura como na pecuária, Patrocínio, Patos de Minas, Unaí, Paracatu e Coromandel estão à frente dos demais.

ATENÇÃO: EFEITO MULTIPLICADOR – Patrocínio deve se dedicar mais à fabricação de alimentos. Pois, segundo a FJP, o aumento da demanda (procura pelo mercado) de um produto equivalente a R$ 1,00 impulsiona a economia local/regional em R$ 1,63. Ou seja, 63% a mais. Superior à pecuária (36% a mais), construção (31% a mais) e agricultura, inclusive o café (22% a mais). Em outras palavras, a produção de alimentos no valor de R$1,00 impacta, faz a economia movimentar-se, R$ 1,63. Que digam o café manufaturado, laticínios e indústrias de carne, que tem enorme cadeia produtiva. Isto é, movimenta diversos setores.

PATROCÍNIO TAMBÉM SE DESTACA EM OBRAS – No setor da construção civil, os quatro municípios líderes citados, inclusive Patrocínio, têm estágio avançado. A novidade fica para o município de Serra do Salitre nessa região de 34 municípios, pois está junto aos quatro maiores. Visualmente, confirma-se a evolução da construção civil em Patrocínio e Serra do Salitre, conforme divulgação da FJP.

CRÉDITO COOPERATIVO BOMBANDO! – Os serviços de movimentação financeira (bancos, na verdade) cresceram 70% na região. Esse setor denominado “Intermediação Financeira, Seguros e Previdência Complementar” tem em sua linha de frente, Patrocínio, Patos de Minas, Unaí e Paracatu. Porém, além desses, integram Coromandel, São Gotardo e Carmo do Paranaíba (nesse caso, por causa do café), que também tem forte cooperativismo. Em Patrocínio, a pujança do SICOOB Coopacredi exemplifica bem a ênfase cooperativa, no Município e na região.

O LADO BOM DE PATROCÍNIO – Nessa região, existem cinco setores-chave (os analisados acima). Patrocínio, Paracatu e Unaí são os únicos municípios que têm participação destacada em todos os cinco (Fabricação de Alimentos, Agricultura, Pecuária, Intermediação Financeira e Construção Civil). Patos de Minas, por exemplo, não se destaca na agricultura. Coromandel é da “rabeira” na Construção Civil. E São Gotardo apenas se destaca no Crédito Cooperativo. Assim, se a cidade progredir um pouco mais em qualquer um desses cinco setores, poderá galgar melhor colocação regional. Deixando, dessa maneira, o 4º lugar. Difícil não é.

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0 -  Para leitores de bom fôlego: Curiosidades, bairrismo, caraminholas, pitacos, florilégios, tutaméias, espinafradas, atitudes  e muito bom senso:


( Foto: Cássio Dias - PMP)

1 - TÁ que TÁ! E o CAP rá, tá, tá, tá, tá, tá ... TATÁ ( virou uma metralhadora giratória)Tá na elite do futebol Mineiro. Uma diretoria e um time desacreditado, sem apoio, isolados, segurando brasa, uma barra, já tinha virado saco de pancada. Jogava como nunca, perdia como sempre. Perdia jogo que não podia perder. Aí veio o último jogo com tres opções: ganhar, ganhar ou ganhar. Liderado pelo Presidente TATÁ , fizeram um final de campeonato épico. Olha o feito: Enfrentou o Cruzeiro do Fenômeno e rá tá, tá, meteu, 2x1. No fim se tornou o único time do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro que TATÁ, na primeira divisão do Campeonato Mineiro. (Uberlândia e URT, não conseguiram. Seus adversários em 2023 tá há 500/ 700 Km) Raja coração! Graças ao Tatá a gente tá que tá. (Rondes, ainda não tem telefone ai no céu? Vai pra voce, amigo)

2 - SUGESTÃO á Vereadora Eliane Nunes, para que apresente um projeto ( Uma indicação) para que seja construído um MEMORIAL ÀS VÍTIMAS DA COVD 19 no município de Patrocínio. Junto a algo que possa simbolizar o esforço sobre humano dos profissionais do setor da saúde. O local indicado seria a Praça Carlos Pieruccetti (A Praça da Policlínica, onde ocorre a vacinação contra a Covid- 19) . Não pode mudar o nome da praça. O patrono foi um dos conterrâneos mais ilustres. Um visionário, Jornalista, odontólogo, advogado, orador e Político. Pai da Dona Lirinha. Esse memorial haverá de trazer a reverência, a lembrança, o respeito e a memória das (245) vítimas dessa terrível doença. Muitos nem puderam velar seus entes queridos. A Vereadora defensora da cultura e da arte, saberá mobilizar artistas plásticos, arquitetos, engenheiros, o pessoal do curso de Arquitetura e Urbanismo do UNICERP. Nada fúnebre. Penso em algo artístico que remeta á alegria da esperança Cristã.

3 - ESTARRECER é saber que há mais de oitenta  anos se dizia assim em Patrocínio: “As fontes de água Minerais da Serra Negra, neste município, constituem a sua principal riqueza. Daquelas fontes”-prossegue o jornal de 1928- “ num escoar de séculos, se perdem, abandonadas de nós patrocinenses e dos poderes do estado, a seiva e a base da riqueza... as águas de Serra Negra permanecem DESPREZADAS a clamar contra tal abandono”. De volta para o futuro, leitor, 94 nos depois, vá lá no Hotel Serra Negra, hoje ver o símbolo da nosso incompetência turística.

4 - JARDIM, essa palavra vive no imaginário patrocinense, pelo menos quando batiza um novo bairro: Cidade jardim, Jardim Ipiranga, jardim Sul, (1,2,3), Jardim Eldorado, Jardim Califórnia, Jardim Mônaco e Jardim Vitória. Só nome de bairro, pois plantar flores e cuidar das praças é outra história.

5 - SABER que arrojado projeto de transposição dos trilhos de ferro foi feito na gestão de Júlio Elias, eliminaria o viaduto da Av. Rui Barbosa, e no lugar dos trilhos, surgiria  a Av.  Século 21. Foi projeto caro, feito lá no sul do pais. Cadê?

6 - LEMBRAR sempre do médico e político  Elidimar Bento. Dr Bento, foi vereador por dois mandatos, presidente do CAP, presidente local do PSDB, professor no curso de fisioterapia, secretário municipal da saúde, cidadão honorário patrocinense. Prestou relevantes  serviços á comunidade. Simplesmente sumiu. Não pode ser esquecido.

7 - ASSISTIR a um esplendoroso  por do  sol no Lago de Nova Ponte. Arrebol, arrebatante, divinal!

8 - SABER  que somente quarenta anos depois da passagem dos bandeirantes, Patrocínio se tornou um povoado. Saber  também que somente quarenta anos depois que se criou a cidade, fundou-se o município. A letargia é meio que cultural por estas plagas.

9 - LEMBRAR que em 1995, ninguém menos do que a banda Skank, fez um show em Patrocínio, no Estádio Pedro Alves do Nascimento, comemorando a inauguração do Cristo Redentor. Um grande público se fez presente. Samuel & Cia,  mandando bem a bessa. De repente, do nada, começaram a arremessar latas de cervejas no palco, tanto que tiveram que suspender o show. Dá vergonha disto até hoje...

10 - VERTER sempre uma lágrima pelas ex-empresas, Fama, Saiasi, Pitter e Minasilk. Não foram apenas empresas que foram extintas, foram seguimentos econômicos desaparecidos.

11 - AROMA frutado, caramelo, chocolate ao leite e notas adocicadas, sabor de frutas amarelas, acidez cítrica prazerosa, corpo aveludado, finalização longa, delicada e agradável...Sabor de mamão, pêssego, e manga com retragosto de bolo de milho, doçura de rapadura, mel, nozes, corpo cremoso, acidez fosfórico e finalização pronunciada. Finalização marcante. Estas são algumas definições de cafés especiais. Particularmente, só gosto do gosto do café. Café mesmo.

12 - SABER que  ainda bem que o ex-vereador patrocinense em beagá, Tarcisio Caixeta, homenageou o ex-deputado Expedito Faria Tavares com o nome de uma avenida lá na capital mineira . Além de deputado (3 vezes há 49 anos) e Presidente da Assembleia de Minas, Secretário de Justiça, Expedito Tavares foi vereador em Patrocínio, Presidente da OAB local, em Patrocínio deram-lhe o nome de uma Penitenciária- “O cadeião” 

13 - PARAR diante do pirulito da Av. José Maria Alkmin e perguntar: “Quidiabéisso?” Não tem  placa descritiva.

14 - SABER que nossa conterrânea Scheilla Freittas, faz sucesso em Rondônia. Foi vereadora, vice-presidente da Câmara e secretária de Ação Social de  Pimenta Bueno. A filha dos saudosos, Gaspar Balbino e Dona Marta Freitas, brilha nas lides política, cultura, sociedade, comunicação e esportiva. Ela apresenta o Programa Scheilla Freittas, na Rede TV de Pimenta Bueno e é a primeira mulher a dirigir um time de futebol em Rondônia. Nome? CAP (Clube Atlético Pimentense).

15 - JÁ pensou, morar no novo Bairro Martin Galego, Rua  Sebastião Eloi? ou  Michel Wadhy, ou Massilon Machado? ou Jussara Queiroz? ou Adélia Prado, ou Guimarães Rosa? ( Ou... e por que não puseram o nome de Eustáquio Amaral e Joaquim Machado em alguma rua por lá?!?) Olha a responsa dos moradores do bairro literário. Será se eles acham interessante?

16 - DEIRÓ Marra, sempre demonstrou determinação inflexível  e acelerada evolução política. Sua primeira  eleição em 2006, para deputado estadual, até então, desconhecido no estado, arrancou, 24.400 votos . Na segunda eleição,  mesmo com  a candidatura sempre prejudicada pelo exame de paraquedistas, totalizou,  36.527 em todo o estado (sendo 15.022 em Patrocínio). Em  2014, obteve,  expressivos. 44.248 votos, 61,61% dos votos válidos (24.257 em Patrocínio) Eleito, Prefeito de Patrocínio em 2015 com 22.868 (48,64% dos votos válidos) E em 2020, foi reeleito com 29. 493 votos. ( 61,61% dos votos válidos). Com apenas 16 anos de vida pública. Fato: Outro com a sua performance, um desafio a posteridade.

17 - FICAR com  medo do Vulcão extinto da Lagoa do Chapadão, dar uma sapituca e acordar de novo. Ele fica há 22 Km da cidade. “Eu hein Rosa!”. Com tantas coisas absurdas acontecendo nesse mundo doido de pedra.

18 - ANGUSTIAR-SE, pois as placas do historiador Joaquim Carlos dos Santos, na Praça Honorato Borges,(síntese da história de Patrocínio,) estão se deteriorando completamente. Que descaso!

19 - UM bom patrocinense deve ter na estante, pelo menos os livros “Patrocínio no Final da Década de 20” ou, Fardos Azuis” ou, “ De Corpo e Alma” de Flávio Almeida. 

20 - PROCURAR alguém com mais de 80 anos para saber de fato o que fizeram com  prefeito Dr Vicente Soares? Foi mandato meteórico, nos idos de 1938/40. Foi ele quem fundou a Santa Casa e a Biblioteca Pública. Deposto? Por quê?  

21 - IMAGINAR que interessante saber que a primeira mulher a fazer exames para motorista na cidade foi Helena Salviano Brandão, boa curiosidade, porém o que mais nos intriga, a história não diz. Repito: O que fizeram com o seu esposo, prefeito de Patrocínio nos anos 40: Dr Vicente Soares. O que ocorreu na sua deposição? Houve covardia? Houve injustiça? O silencio nada diz.

22 – DIGNO de registro. A Sicoob Coopacredi, realizou sorteio de 15 bolsas de Estudos, entre os cooperados da entidade. 10 com bolsa de ensino superior e 5 com bolsa para ensino técnico/médio. O Presidente da instituição é Célio Machado de Castro. Voce pode aplaudir essa iniciativa- mas por favor de pé!

23 - SABER que a Gazeta de Patrocínio, completa o marco significativo de 4.132 edições. 4.132 sábados. 84 anos de Amor a Patrocínio.

24 - SABER que a represa de Nova Ponte, abrange os municípios de Santa Juliana, Patrocínio, Irai de Minas, Serra de Salitre e Nova Ponte. Ou...Nenhum projeto turístico em conjunto.

25 - ISABELA Rezende Cunha, é a primeira mulher a assumir a direção um jornal em Patrocínio, (Não um jornal qualquer a quase centenária, Gazeta do Tião Eloi); a primeira mulher a dirigir uma indústria gráfica em Patrocínio. ( Não uma Gráfica qualquer, uma gráfica que pertencia ao Grupo Comporte da família Constantino) Primeira mulher a assumir um cargo na diretoria na Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais FCDL/MG. Ainda jovem e já fazendo a sua história.

26 - APRECIAR as Palmeiras Imperiais, que se espalharam pela cidade e saber que  vieram do Rio de Janeiro, para Patrocínio, por intermédio do Cel. Theodoro Gonçalves. Veja o valor de um gesto.

27- “ORGULHO de ser Patrocinense” Que exemplo nos dá o pessoal da Avícula Crista Vermelha! Uma granja moderna, localizada ali pelos lados do Malhadouro. Veja a frase que eles estampam na embalagem. Espero que essa moda pega:


ATENTE para essa estrofe do Hino de Patrocínio: “Da cidade uma légua distante
Soergue o Cruzeiro da Serra/Quem avista diz logo num instante/É a maior maravilha da terra.” (Letra: Augusto Carvalho; Melodia: Profº Franklin Botelho) Leia de novo: “É A MAIOR MARAVILHA DA TERRA

Publicado na Gazeta de Patrocínio, Rede Hoje e Patrocinionline

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IVAN BATISTA DA SILVA*

Setembro de 1969: Os 13 presos políticos trocados pelo embaixador americano no Brasil, Charles Elbrick, sequestrado por militantes do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) e da Ação Libertadora Nacional (ALN). Os fatos são narrados no livro "O que é isso, companheiro", de Fernando Gabeira, um dos envolvidos na trama, que acabou virando filme, em 1997, sob a direção de Bruno Barreto e do livro "Memórias do Esquecimento" de Flávio Tavares (último agachado) tambem envolvido. 


O assunto parece fora de contexto, mas vira-e-mexe volta ainda que de forma velada. Os filmes sobre Lamarca e o mais recente sobre Marighela voltam a um tempo cujas marcas não se cicatrizam.

Não há duvidas de que a partir do início da década de sessenta a esquerda se estruturava e uma visão socialista começava a permear toda a sociedade. Fortalecia-se nas ligas camponesas, nas uniões estudantis, nas Universidades, nos movimentos religiosos, nas forças armadas, principalmente no Marinha e Exército. A vitória de Cuba contra Fulgêncio Batista, o comunismo instalado na Ilha, a luta e morte de Che Guevara embalavam o sonho da juventude e procuravam fincar o socialismo na América Latina.

Jânio renunciou e jogou o pais na fogueira. Veio o golpe cívico-militar de 64. A direita apoiou o golpe esperando assumir o poder, mas este ficou com os militares. A ideia era que, dentro de dois anos, devolveriam o poder aos civis. Mas veio o golpe dentro do golpe. Os militares fincaram o pé, deram uma banana para os civis, cancelaram as eleições de 66 e decidiram ficar por mais de vinte anos no poder.

Logo após o golpe em 64, iniciou-se a caça às bruxas. Cassaram inúmeros deputados, expulsaram das forças armadas muitos militares, enfim, expurgaram as repartições públicas e militares. Muitos se refugiaram Uruguai e, liderados por Brizola, tentaram rearticular a esquerda para retomada do poder. A esquerda tentava se articular e muitos grupos vão surgindo, a partir de 65 e, principalmente, a partir de 68. No Rio e Belo Horizonte, os secundaristas, estudantes do Ensino Médio, em uma clara manifestação favorável a uma revolução socialista, mergulharam em reuniões e mais reuniões e uma doutrinação constante. Muitos dos chamados terroristas saíram dos colégios e principalmente das Universidades. Em Belo Horizonte saíram do Colégio Central.

A esquerda, não podendo atuar abertamente, partiu para formação de grupos anônimos, chamados de terroristas, que julgavam tomar o poder através da guerrilha rural e urbana.

Após o golpe, Brizola, do Uruguai tentou rearticular a esquerda, certo de que o caminho para tomar o poder era a guerrilha rural. Montou um grupo para atuar no norte do Paraná que foi facilmente desarticulado. Tentou montar um grupo no Mato Grosso e, em 1967, para surpresa de seu grupo, desistiu da guerrilha e mandou vender um barco de doze toneladas que já navegava nas águas do Tocantins.

Carlos Lamarca, em foto tirada em 1969 em Osasco (SP),  durante treinamento 

Lamarca, capitão do exército, desertor, dedicou-se à guerrilha urbana até ser morto na Bahia em 1972. Marighela, da mesma forma, um comunista veterano, dissidente do PCB, dedicou-se à guerrilha urbana no PCdoB 
Houve divergência nas esquerdas do caminho a tomar. O PCB alinhado à União Soviética, não era favorável à luta armada. Preferiam a movimentação social, a movimentação das massas como houve, posteriormente, nas "Diretas Já’. O PC do B, alinhado e treinado em Cuba ,preferia a guerrilha rural. E o PCBR e ALN, VPR e outros grupos ,alinhados e treinados na China criaram a guerrilha urbana. O PCB alertava aos outros grupos que, não havia condições para a luta armada e que eles seriam vencidos , pois não teriam como confrontar com os militares.

Defendendo, no entanto, a teoria do foquismo, estes grupos acreditavam que, estabelecido um grupo de guerrilha, este teria apoio e adesão da população e se expandiria na região inteira, o que realmente não aconteceu.
Mas por que a guerrilha não deu certo? Houve vários fatores que a transformaram em uma guerra perdida como diz Alfredo Sirkis. Em primeiro lugar, envolveu um número muito pequeno da população, embora tenha havido diversos grupos.

Em segundo lugar, a teoria do foquismo não funcionou. Segundo esta teoria, criado um grupo de guerrilha em uma região esta ia se expandindo com o apoio e adesão da população. Não tiveram o apoio que esperavam da população na guerrilha rural e principalmente na guerrilha urbana voltada para sequestro, para assaltos a Bancos, e a outras instituições. Na guerrilha do Araguaia, onde os guerrilheiros permaneceram uns dois anos até serem descobertos, conquistaram a simpatia e apoio da população com a prestação de serviços. Havia estudantes de medicina qque faziam partos, distribuíam remédios para febre, gripe; professores que alfabetizavam; guerrilheiros que ajudavam pessoas nos pequenos serviços nos sítios. Mas, na terceira expedição do exército, os militares prendiam, torturavam simpatizantes e quem ajudava os guerrilheiros. Com isto, o apoio aos guerrilheiros desapareceu e, em alguns casos, os nativos os denunciavam ao exército.

Outro fator da derrota da luta armada foi que os que aderiam à luta armada era, de modo geral, pessoas muito novas. Fernando Pimentel tinha apenas dezenove anos quando adquiriu sua manqueira ao participar de uma tentativa frustrada de sequestro do cônsul norte-americano em Porto Alegre. Flávio Sirkys, entrou para a luta com dezessete anos e tinha vinte quando participou do sequestro do cônsul suíço que durou quarenta e dois dias, liderado por Lamarca, codinome Carlos. A ex-presidente Dilma era estudante do ensino médio quando entrou para a luta e foi presa com vinte e dois anos. Bete Mendes foi presa com vinte e um anos. Na guerrilha do Araguaia, de sessenta e poucos guerrilheiros, catorze tinham entre vinte e dois e vinte e cinco anos. Apenas um tinha mais de sessenta anos e três, mais de quarenta anos. A esquerda armada era composta de jovens da classe média.

A guerrilha da Serra do Caparaó ilustra muito outro fator de insucesso. Eram pessoas urbanas, vindos de Porto Alegre, que não sabiam viver no mato. Branquelos, logicamente eram logo notados pelos roceiros, tostados pelo sol. Não sabiam enfrentar a umidade da mata nem o frio intenso nas noites. Ficaram sem alimentos, começaram a matar animais e foram logo denunciados e presos.

Mas por que os jovens aderiram à luta armada? Porque o socialismo e comunismo foi a grande utopia do século. Embalou o sonho de uma grande parte da juventude até a dissolução da União Soviética. Havia utopias naquela época.


IVAN BATISTA DA SILVA* é professor e diretor do Colégio Atenas em Patrocínio, MG, e colaborador do portal Rede Hoje

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