Inesquecíveis. As festas dos patrocinenses em BH assim as foram. Antológicas. É bom reviver. Como aconteceram, os antecedentes, a série intitulada “Reencontros” e alguns personagens dessas páginas históricas. Se não foi a maior, certamente se encontra entre as cinco maiores manifestações de uma comunidade interiorana, realizadas na capital de Minas. Pena que durou sete anos. Porém, quando realizadas, eram destaque em Belo Horizonte. Inclusive pela mídia.



O presidente Júlio Queiroz, vice-presidente Eustáquio Amaral, diretor financeiro Cândido Neto e conselheiro Durleno Resende, no microfone, abrindo solenidade no Minas 2.


OS ANTECEDENTES
– Nos anos 50, a Associação dos Patrocinenses Ausentes–APA foi criada sob a liderança do general Astolfo Ferreira Mendes. Patrocinense, nascido em Abadia dos Dourados em 1904 (quando o distrito pertencia a Patrocínio). Em 1920, ingressou no Exército e já em 1926 foi o primeiro instrutor do Tiro de Guerra, ainda como sargento. Em seus últimos anos de vida, residiu em BH, onde bacharelou-se em Direito, e, movimentou por demais os seus conterrâneos nas décadas de 50 e 60. Faleceu dia 24 de outubro de 1969, aos 65 anos de idade. 

AS PRIMEIRAS VIAGENS DA APA – Nesses anos de 50 e 60, a Associação, sob a presidência do General Astolfo, empreendia românticas “embaixadas” (viagens) à terra natal, por trem (Rede Mineira de Viação). Após quase 24 horas de duração da viagem (a composição ferroviária tinha leito, vagão-restaurante e vagão-poltronas de madeira), a comitiva era recepcionada na estação ferroviária (mesmo descaracterizada, ainda está lá) por multidão de amigos, familiares e curiosos. Inclusive, a Banda de Música e foguetes.



EXEMPLO DA PAIXÃO PELA TERRA
– Entre 1960 e 1962, o prefeito Enéas Aguiar e o vice-prefeito Benedito Romão de Melo realizaram diversas inaugurações na cidade. Tais como: a energia elétrica da Cemig, a iluminação da área central com luz “a mercúrio”, Estádio Júlio Aguiar e outros benefícios para o Município. A APA esteve presente. E participava solenemente dos atos de inauguração. Até o prefeito ia recepcionar a “embaixada” patrocinense de BH no bucólico bairro Alto da Estação.

O RESSURGIMENTO DA APA – Com o falecimento do General Astolfo, a Associação hibernou-se por 30 anos. No final da década de 90, no primeiro show do cantor patrocinense José Frazão (então, residente em Goiás) na capital mineira, diversos grupos de patrocinenses se aglomeraram em mesas na Gameleira (hoje, Expominas, em BH) para curtirem a voz de Frazão e lembranças de sua Patrocínio. Em uma dessas mesas, se encontravam o veterinário Júlio Queiroz, o diretor do BHShopping Durleno Resende e este economista, técnico do Governo Estadual, além de outros conterrâneos. Ao ver tantos patrocinenses reunidos, esses três rangelianos principalmente tiveram uma miragem: é hora de reativar, renascer, a Associação dos Patrocinenses.

... E AÍ TUDO COMEÇOU... – No dia 28/2/2000, no salão de reuniões da Epamig, oito patrocinenses residentes em BH se reuniram, quando foi definida a agenda de reimplantação da APA. Em 18 de maio de 2000, numa Assembleia Geral, foi eleita a primeira diretoria: Júlio Queiroz (presidente), Eustáquio Amaral (vice-presidente), Imaculada Machado (diretora administrativa), Cândido Neto (diretor de Finanças), Marilene Ávila e Berenice Pereira (diretoras de cultura) e Neli Nunes (diretora social). Além do Conselho Consultivo (Zé Carlos Lassi, Eduardo Brandão, Israel Caldeira, Lúcio Lemos e Durleno Resende) e do Conselho Fiscal (desembargador Maurício Barros, Antônio Cândido Borges e Adalberto Machado). Nessa época, foi calculado aproximadamente 4.000 patrocinenses e famílias residindo na Grande BH. Esse seria o público-alvo da nova APA.

PRIMEIRA GRANDE FESTA – Com o título de “Reencontros”, aconteceu em 15 de setembro de 2000, uma sexta-feira, no Minas Tênis Clube II, marcante noite com o cantor José Frazão (segunda vez, em BH), a dupla Breno e Bruno (filhos de patrocinenses), médico-cantor Zé Carlos Lassi, dupla Gustavo Tempone e Juliana Brandão, e com a lenda Baim e o seu saxofone.
 
REENCONTROS II – Novamente no Minas e em outubro (06/10/2001), ocorreu a segunda grande festa. Na festividade foi entregue o “Troféu General Astolfo Ferreira Mendes” a ilustres patrocinenses: prefeito Betinho, deputado Romeu Queiroz, deputado Silas Brasileiro, empresário Nenê Constantino, músico Geraldo Alves do Nascimento (Baim) e professora Geralda Pereira. Depois, baile com a Banda “Via Láctea”. O clube belorizontino recebeu quase 1 mil pessoas.





CARTÃO-CONVITE
– No bonito cartão distribuído aos patrocinenses e amigos de Patrocínio está escrito, sob a foto do casarão da Casa da Cultura:
“Aquele papo
Aquela saudade
De uma cidade... chamada Patrocínio,
Terra-mãe do coração!”

REENCONTROS III – Em 18 de outubro de 2002, jantar e baile com Somel & Banda. Ainda no Minas II. Aproximadamente, 400 pessoas entre patrocinenses e amigos de Patrocínio.

REENCONTROS IV – No dia 26 de setembro de 2003, uma sexta-feira, aconteceu a inesperada última festa da administração Júlio Queiroz. Também jantar e baile com Somel & Banda. No cartão-convite, parte do Hino a Patrocínio, de Augusto de Carvalho:
“... Salve, salve esta terra adorada,
Que em beleza não teme rival.
Patrocínio é um seio de fada;
Salve, salve este berço natal...”
 
MORTE DO PRESIDENTE, NOVA HIBERNAÇÃO – Seis meses após o “Reencontros”, ano 4, Júlio Queiroz faleceu no Hospital Biocor, em BH, acometido de doença cardíaca. Exatamente em 17 de março de 2004. Júlio um ser calmo, simples, idealista e grande amigo. A APA era a sua vida. E Júlio, a alma pura da Associação dos Patrocinenses e Amigos de Patrocínio. Fica bem reprisar trecho do cartão-comunicado de seu falecimento, produzido pela família:
Minh’alma era tu’alma
Repartida:
duas vidas ligadas numa vida.”

Assim, foi Júlio Queiroz e APA. Conviveram cinco anos memoráveis para o bem dos patrocinenses. Feliz época. E o sonho não acabou.

OUTRAS CONFRATERNIZAÇÕES – A APA, nesse período, promoveu outros eventos, como na Casa JK (“Maria das Tranças”), Minas I (o tradicional), horas-dançantes e três anos consecutivos participando da Feijoada da APAE na cidade, viajando em ônibus especial. E a APA já tinha até sede, à Avenida dos Andradas, na capital.

PÓS REENCONTROS – Nova Diretoria, sob a presidência do empresário Ivan Silva (Casa Mineira), reativou a APA, com três bons jantares e horas dançantes, com significativa presença. Todavia, o período se restringiu a dois anos. Hoje, a bela adormecida APA espera ser despertada por um novo amor, uma jovem diretoria.

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