Economia. A sua história é importante. Como eram as primeiras indústrias, a energia debilitada, o constante desemprego. Tudo isso envolvendo Patrocínio e região. Isso consta do documento “Sinopse do Diagnóstico Sócio-Econômico do Triângulo e Alto Paranaíba”, da Universidade Federal de Uberlândia–UFU, período 1940 a 1980.

ANOS 40: POUCA ENERGIA – A expansão industrial do Triângulo esbarrava na falta de energia elétrica. Em 1942, havia 22 municípios com pequenas usinas geradoras de eletricidade. Inclusive Patrocínio. O Município, como Uberaba e Uberlândia, não conseguia a expansão do seu parque industrial. Embora a Cemig fora criada em 1952 pelo progressista governo Juscelino Kubitschek, ela começou a servir à região somente em 1960 (Uberlândia, por exemplo, teve a sua empresa de energia incorporada à Cemig apenas em 1973).


Aquí, na Cachoeira Zé Pedro, estava a hidrelética de Patrocínio. Foto: Fundação Casa da Cultura|Patrocínio-MG


PATROCÍNIO TINHA UMA DAS MAIORES USINAS
– Em 1942, com um capital empregado de Cr$ 1.100.000,00 (um milhão e cem mil cruzeiros), a empresa Força e Luz de Patrocínio era a segunda maior do Triângulo com sede na região (sua sede localizava-se à Av. Rui Barbosa, quase Av. Faria Pereira). Tinha 9 funcionários e a sua maior usina hidroelétrica denominada José Pedro, era no município de Coromandel. Potência de 152kw. Essa companhia de Força e Luz pertencia a Francisco Rocha Nunes. No município de Patrocínio, havia ainda a pequena empresa de Serra do Salitre (10kw) e Catiara (4kw). Nessa ocasião, Serra do Salitre não tinha se emancipado dos patrocinenses, porque ocorreu em 1953.

GRANDES” EMPRESAS DE ELETRICIDADE – Ituiutaba, com capital de Cr$ 1.009.812,00, era no padrão da companhia elétrica patrocinense. A mesma coisa com a de Araxá. Já Uberaba era bem maior em todos os aspectos. A de Patos de Minas, de propriedade da Prefeitura patense, era a metade da hidroelétrica patrocinense. Enquanto que as de Uberlândia e Araguari eram maiores que a usina de Patrocínio, porém as sedes das respectivas empresas eram em outro estado.

1955: NOMES DAS INDÚSTRIAS PATROCINENSES – Mesmo com a fraquíssima energia elétrica, Patrocínio possuía algum ramo industrial nos anos 50. A Cerâmica Patrocínio Ltda., localizada no bairro Vila Constantino, era uma das principais do Triângulo. Contudo, enquanto no Município só havia ela, Monte Carmelo tinha quatro cerâmicas. No ramo de calçados, o estudo da UFU indicava para a cidade Lauderico Pio de Souza (o inesquecível Bebém). No ramo de carnes, Patrocínio era destaque na região com a Charqueada Patrocínio Ltda. e a Indústria de Carnes e Derivados Ltda. (futuro Frigorífico Dourados).

E MAIS: ÁREAS DE CONSTRUÇÃO E PADARIA – Como indústria, na construção civil, em 1955, apareceu o nome do construtor Gastão Teixeira de Almeida. No ramo das panificadoras, de Patrocínio, constou a Padaria N. S. Auxiliadora, à Rua Marechal Floriano (em frente, ao futuro Mercado Municipal, que também já deixou de existir). O proprietário era Hélio Alves de Souza (filho do ícone dos padeiros, Sr. Polidoro Alves).

TRISTE! – Os meados da década de 50 mostravam que a industrialização patrocinense era um fracasso. Isso se comparada com o que acontecia em cidades do porte de Patrocínio, tais como: Monte Carmelo, Araxá, Sacramento, Patos de Minas, Araguari e outras. Laticínio é um exemplo histórico. Em 1955, Patrocínio era grande produtor de leite, todavia com nenhuma indústria láctea. Enquanto isso, treze municípios vizinhos abrigavam um ou mais laticínios. Só hoje, quase 80 anos depois, Patrocínio começa a acordar de seu profundo sono industrial, sobretudo quanto ao leite.

TEMPO PASSANDO, NADA MUDANDO – No começo da década de 80, Patrocínio, timidamente, ensaiou pequena industrialização com a indústria têxtil e de calçados. Com isso, criou 200 empregos, segundo o INDI. E criou também mais 60 empregos na agroindústria. Assim, 260 novos empregos localizados na Saiasi e Piter (ambas no ramo de calçados) e Minasilk/Sericitêxtil (seda). Nenhuma delas resistiu até o novo século. Lamentavelmente.

SINAIS DO DESEMPREGO – Em 1960, a população economicamente ativa (que trabalha) de Patrocínio tinha 19% na agropecuária, 3% na indústria e 10% em serviços. Ou seja, somente 32% da população total trabalhava para ganhar dinheiro. Muito pouco. Apenas em 1980, melhorou um pouquinho. Todavia, a falta de empregos continuou rondando a cidade.

ASSIM – Na primeira metade do século XX, Patrocínio teve sua pujança relativa (a aquele tempo). Dos anos 1950 a 1980 predominou o marasmo. Com a chegada do Polocentro e outras ações governamentais, a partir da década de 1980, o desenvolvimento, o progresso, voltou a sorrir no Município. Não atingiu o ápice. Contudo, a caminhada é louvável. E segue.

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