Cultura. A de Patrocínio passa obrigatoriamente pela arte escrita de Massilon Machado. Não é por acaso que ele é o patrono da Academia Patrocinense de Letras-APL. Algumas poesias, fatos que envolveram a sua vida, tornam-se parte histórica da cidade.

ORIGEM E FAMÍLIA – Massilon, morador da Rua Cassimiro Santos (entre Rua Rio Branco e Rua Tobias Machado) nos anos 60, nasceu no Município em 04/11/1899 e faleceu, aos 73 anos em 26/6/1972. Filho do Major Tobias Machado (comerciante e ex-presidente da Câmara Municipal). Irmão do músico Paulinho Machado e médico Gustavo Machado (o primeiro pediatra de Patrocínio). Portanto, Massilon é tio da escritora e acadêmica Fátima Machado, e, da advogada Imaculada Machada.

O FILHO – Embora solteiro, o poeta criou o seu afilhado com o pleno carinho de pai. A criança tinha o mesmo nome: Massilon José Marques. Esse foi locutor da Rádio Difusora, nos anos dourados, casou-se com Vânia (irmã do saudoso empresário-artista Wanderley Guarda) e residia em Uberlândia (faleceu há poucos anos).

A PAIXÃO – Segundo a sua sobrinha Fátima Machado, Massilon teve um grande amor com o nome de Lenísia. Uma moça clara, olhos verdes e cabelos pretos. Mas, um dia ela e sua família se mudaram de Patrocínio. Em seu mergulho de amor, fez a poesia “Nunca...”:

Quando te fores, quando me deixares,

Cheio de mágoa e cheio de pesares,

Tem piedade; de mim tem compaixão!

Lembra-te, um instante que te amei, um dia,

Molhe-te os olhos vaga nostalgia...

Não penses nunca que te esqueço, não!

...

ADMIRAÇÃO DE UM CONTERRÂNEO – Vez por outra, o farmacêutico e professor da UFMG José Dias (falecido em julho de 2017) nos encontros solenes dos patrocinenses em Belo Horizonte, começo desse século, apresentava o trabalho poético de Massilon Machado. Em um desses Encontros, com entusiasmo, recitou “Ave, Patrocínio!”:

Alegria e glória de viver!

Com estes garbos, nós te saudamos!

És o sol que aclara e vivifica

É o firmamento azulado que nos cobre;

És a brisa que perpassa espargindo o

perfume das flores;

...

PATROCINENSE ENCANTA PATROCINENSE – O prof. José Alves Dias (filho de Joaquim Dias), na mesma ocasião, mostrou o comentário cultural do desembargador Valter Machado (filho de Teodorico Machado), primo de Massilon, ex-presidente do Tribunal de Alçada de Minas: “... quando exalçarmos a memória de um teu filho ilustre, o poeta Massilon Machado, ornamento e renome literário para ti, alcemos o pensamento a Deus e, com testemunharmos gratidão pela benemerência de sermos teus filhos...” (parte da bela crítica literária de Valter Machado sobre Massilon e Patrocínio).




AMOR PELA TERRA NATAL – Massilon elaborou diversas poesias para Patrocínio. Em uma delas, a primeira estrofe sintetiza o seu perene sentimento barrista:

Patrocínio é um sol

Manhãs doiradas!

É o regato que corre cristalino

É a alegria eterna das estradas

Onde brinquei nos tempos de menino

...

DURA REALIDADE – Em mais uma homenagem poética à sua cidade, Massilon descreveu como a via, no seu tempo:

Patrocínio!

És a vida e saúde na pureza de teu ar,

na limpeza de tuas linfas, no verde

de tuas matas, na exuberância de teu campos amanhados

e curativa de tuas águas medicinais!

DOCE ILUSÃO – Hoje, a Patrocínio não tem o ar tão puro assim, nem verdes matas, muito menos águas medicinais. Do além, Massilon vê que tudo isso é apenas mais um retrato na parede.

MAS... SALVAÇÃO NA LAVOURA – Massilon previu e acertou: a exuberância dos campos amanhados. E como tem terra cultivada (que é terra amanhada)!

E O POETA MORREU... – Porém, segundo Fátima Machado, deixou o seu epitáfio escrito, no Cemitério Municipal:

A cova apenas encerra

Um vão pugilo de terra

A matéria, nada mais...

Mas, se um dia aqui vieres

Em visita ao meu jazigo

Não julgues que aqui me abrigo,

Pois eu vivo lá no Além ...

Vira o rosto para cima,

Eu quero ver-te também!

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Indicador. De desenvolvimento, do crescimento de uma cidade, às vezes é criticável. Em outubro, a TV Band, de Belo Horizonte, conferiu a diversos municípios mineiros o Prêmio Band Cidades Excelentes, em parceria com o Instituto Aquila. Esse pouco conhecido. O resultado é diferente de algumas instituições oficiais, tais como o IBGE, a Fundação João Pinheiro e a FIRJAN (Federações das Indústrias do Rio de Janeiro). A análise demonstra o que é confiável. E o que não é.

CIDADES POUCO CONHECIDAS – Em 2021, como cidades excelentes, nove receberam o prêmio Band. Cidades até 30 mil habitantes: Pedra do Indaiá, Albertina e Japaraíba. Todas quase desconhecidas. De 30 mil a 100 mil: Cambuí, Sarzedo e Nova Lima. Acima de 100 mil, as notórias Lavras, Varginha e Patos de Minas (3º lugar).

O OUTRO LADO DA MOEDA – O recente IFGF–Índice FIRJAN de Gestão Fiscal, publicado recentemente também neste minifúndio, demonstra que esses excelentes municípios da Band obtiveram posicionamento divergente com o indicado. Lavras, segundo o IFGF da FIRJAN, posicionou-se em 145º lugar em Minas. Varginha em 100º lugar. E Patos de Minas em 134º lugar em 2021. Por sua vez, a turma do meio, de 30 mil a 100 mil habitantes, o IFGF da Firjan indicou para Cambuí o 41º lugar, Sarzedo (24º lugar) e Nova Lima o 53º lugar no Estado. Patrocínio pertence a esse grupo do meio (obteve o 68º lugar em Minas).

O PIB SEGUNDO O IBGE – Enquanto Patrocínio, por exemplo, em 2018, se colocava em 34º lugar no Estado quanto ao PIB, com R$ 2,58 bilhões, Lavras obteve o 41º lugar. Nova Lima alcançou o 8º lugar por ser município contínuo de BH, e, Sarzedo em 100º lugar. Patos de Minas (22º lugar), por sua vez pertencente ao grupo maior, obteve bom resultado na apuração do PIB.

A DIFERENÇA DISPARA COM O VAF – A campeã da Band, Lavras, tem bem menos da metade do VAF patrocinense. Sarzedo também. Cambuí só aproxima de 30% do VAF de Patrocínio. Portanto, em atividade econômica, ficam atrás de muita gente e de Patrocínio.

ATÉ A SAÚDE... – O Plano Diretor de Regionalização-PDR, de Minas, indica como é o planejamento das ações SUS. Ou seja, como se planeja a gestão da saúde mineira. Em, praticamente, o PDR nada coincide com os indicadores da Band. Nessa região, para recordar, Uberlândia é a grande referência, o que não é novidade para ninguém. Depois, em ordem, Uberaba, Patos de Minas e Patrocínio. No restante do Estado essa situação se assemelha. Ou seja, é muito parecida com outras cidades polos de desenvolvimento.

ASSIM... – O melhor mesmo é sempre se referenciar com os números e as estatísticas de órgãos oficiais. O ranking da Band e Instituto Aquila é satisfatório. Mais curioso do que técnico. Porém, é apenas complemento para qualquer análise socioeconômica.

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O que é 'vencer na vida'? Há os que tiveram sucesso 'vencendo' os outros, derrubando concorrentes, impondo-se pela força e pelo dinheiro. E há os que tiveram sucesso ajudando os outros, colaborando, contribuindo para a sociedade. Paulo Freire, Josué de Castro, Celso Furtado e tantos outros. Na corrida pelo sucesso, temos de pensar para onde estamos correndo, e o que realmente vale a pena




Por Ladislau Dowbor

A maldade desta gente é uma arte

(Ataúlfo Alves)

Temos o dinheiro, temos a tecnologia, temos estatísticas detalhadas sobre cada drama, em cada canto da terra. Temos até instruções passo a passo nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para 2030. Mesmo assim, apenas olhamos e balançamos a cabeça. Nossos problemas não são econômicos, são uma questão de organização social e política. É uma questão de mudança cultural. Sentimo-nos institucionalmente desamparados. E a ética tem muito a ver com os desafios.

Todos temos direito a um pouco de filosofia, ainda que hoje para tudo se exija diploma. Mas somos filósofos na intimidade. É uma questão de sobrevivência. A partir de certa idade, você não pode deixar de se questionar: qual é o sentido de tudo isso? Para onde estamos todos correndo? Wim Wenders teve esse momento de lucidez: “Humanity is craving for meaning”. Dar sentido à vida.

Venderam-nos a ideia de que precisamos entrar na corrida pelo sucesso. Saia na frente dos outros, esse é o objetivo geral. Mas à frente dos outros para quê? Ao cruzar com um professor esbaforido no corredor da PUC-SP, outro dia, não pude deixar de questioná-lo: para onde estamos correndo? Ele sorriu, e encolheu os ombros: quem sabe? Nós apenas corremos. Corra, cara, corra. Um filme que assisti em 1962, The Loneliness of the Long Distance Runner, está muito presente para mim hoje, passados mais de cinquenta anos. O herói do filme, interpretado por Tom Courtenay, decide que ficar à frente de todos não é o seu negócio.

Bem, se você correr mais rápido, deixará os outros para trás, você está na frente, você é um sucesso. Você terá uma coroa de louros, um mausoléu, ou construirão um enorme obelisco em sua homenagem, na Place de la Concorde ou em qualquer lugar surgirá um enorme monumento, mais alto que os outros. No Rio de Janeiro também temos um obelisco na parte central da cidade. Quem se lembra em honra de quem? O importante é que fique bem visível.

Décadas atrás, com o HIV em todos os lugares, havia uma luta para que fossem autorizadas campanhas publicitárias pelo uso de preservativos, contra todos os protestos chocados dos conservadores de sempre. Carlos Minc, então secretário do Meio Ambiente no Rio, teve uma ótima ideia: pediu para o pessoal de escola de samba costurar uma gigantesca camisinha, e em plena luz do dia, um helicóptero alugado foi baixando a camisinha sobre o obelisco no centro da cidade. Não há mídia que resista à visão da gloriosa ereção recebendo o preservativo, sensibilizando milhões de brasileiros para o não menos gigantesco problema da Aids no Brasil. Ninguém mais achava absurdo discutir Aids e preservativo. Com que rapidez o sentido do sucesso pode mudar: contribuir para uma coisa útil.

Frans de Waal, em seus estudos apurados sobre Our Inner Ape (O primata dentro de nós) comenta uma notícia de jornal norte-americano, sobre uma mulher presa por amamentar um bebê em um supermercado. Como os americanos podem ficar tão chocados ao ver um seio, pergunta de Waal, quando você pode vê-los aos pares em qualquer praia da Europa? Os americanos consideram armas algo natural, mas a visão de um seio assussta, rompe com as normas sociais. É tudo uma questão de normas sociais, muitas vezes ridículas ou divertidas, mas é mais importante nos preocuparmos com direitos humanos.

As normas podem mudar, os humores sociais podem mudar, mesmo que pareçam tão rígidos e até sejam eternos frente ao curto prazo das nossas vidas. A escravidão há pouco mais de um século era considerada algo natural, da mesma forma o colonialismo nos tempos do meu pai e mesmo na minha juventude. O apartheid na África do Sul foi ontem. Na Palestina continua. Conseguimos avançar nesses dramas, mas devemos considerar os novos desafios, que envolvem uma profunda mudança cultural, uma abordagem civilizada e solidária de como nos organizamos como sociedade.

Sabemos tudo sobre as dinâmicas desastrosas que enfrentamos, cabem em um parágrafo. Estamos destruindo a vida neste planeta, embora tenhamos toda a tecnologia necessária para reverter a tendência. Estamos mantendo mais da metade da população mundial na pobreza, em condições humilhantes, embora o que produzimos em todo o mundo seja equivalente a 20 mil reais em bens e serviços por mês por família de quatro pessoas. Bastaria uma moderada redução da desigualdade para assegurar a todos uma vida digna e confortável. Isso vale também para o Brasil, com o equivalente de 11 mil reais. E destruir a Amazônia faz algum sentido?

Os recursos financeiros necessários para consertar tanto o meio ambiente quanto os dramas da desigualdade correm livremente em investimentos especulativos, embora saibamos muito bem o que fazer para torná-los produtivos. No mundo morrem anualmente de fome cerca de 6 milhões de crianças. No Brasil temos 20 milhões de pessoas passando fome, numa país que produz o equivalente a 3,2 quilos de grãos por dia por pessoa. Para os traders que negociam os grãos, é mais rentável o mercado externo. É preciso ser mais claro?

Temos o dinheiro, temos a tecnologia, temos estatísticas detalhadas sobre cada drama, em cada canto da terra. Temos até instruções passo a passo nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para 2030. Mesmo assim, apenas olhamos e balançamos a cabeça. Nossos problemas não são econômicos, são uma questão de organização social e política. É uma questão de mudança cultural. Sentimo-nos institucionalmente desamparados. E a ética tem muito a ver com os desafios.

Peter Drucker tinha uma compreensão profunda do desafio quando escreveu, que “não haverá negócios saudáveis %u20B%u20Bem uma sociedade doente”. Podemos levar essa compreensão para a nossa vida cotidiana: não haverá vida digna em um planeta doente. Por quanto tempo o homo sapiens que temos dentro de nós seguirá repetindo o “the business of business is business”, idiotice de Milton Friedman que livrava as corporações da responsabilidade social e ambiental. O sucesso de Friedman se deveu essencialmente ao fato de ele trazer lustro acadêmico àquilo que as corporações querem, que é pegar qualquer coisa, a qualquer custo, sem qualquer regulação e isso parecer legítimo. Vemos nos noticiários de TV homens adultos, pulando como primatas, e entoando Greed is Good (ganância é bom), no fechamento do dia em Wall Street. Não, Greed is not Good. Nós temos que construir um novo normal.

Temos nos alimentado, e certamente fomos alimentados, com uma simplificação cultural: é preciso correr e alcançar “o sucesso”. E sucesso é medido na quantidade de dinheiro que você ganha, mas dinheiro é riqueza individual, não é bem comum. Não é melhoria para a comunidade na qual você se insere e com a qual contribui, tampouco para a construção de um planeta saudável. Tenho na minha mesa a edição brasileira da revista Forbes, apresentando os 315 bilionários que temos no país. Os escolhidos para a capa estão sorrindo: é um sucesso para um bilionário estar na capa da Forbes. Antes de pensar em maldade, precisamos dar uma boa chance à ignorância.

Ter sucesso por meio do acúmulo de riqueza tende a significar que foi “uma conquista”. A implicação é que é “merecida”. Em um livro inspirador, Gar Alperovitz e Lew Daly chamaram a moderna acumulação de riqueza de Apropriação Indébita. É o título do livro inclusive, em que eles mostram que todo o progresso que tivemos resultou basicamente do progresso tecnológico, que em si é resultado de construções sociais, da eletricidade à eletrônica ao DNA, à biologia moderna e à internet. Mariana Mazzucato deu mais força ainda a essa compreensão em seu O Estado Empreendedor, mostrando a dimensão social e generalizada dos avanços.

Joseph Stiglitz mostra que atualmente as fortunas são essencialmente construídas a partir de atividades especulativas, juros, dividendos e organização de monopólios, ao invés do lucro resultante da contribuição produtiva para a sociedade. Marjorie Kelly e Ted Howard chamam isso de extractive capitalism, mostrando que a riqueza extraída é muito maior do que a contribuição produtiva, gerando um resultado líquido de extração. Thomas Piketty enterrou o que restou da aparência de legitimidade do capitalismo, em seu estilo, sob montes de páginas, mas também com um raciocínio muito sólido: a contribuição produtiva para a sociedade e o acúmulo de riqueza tornaram-se rodas separadas. E rodas separadas no veículo econômico não funcionam. Não é apenas ilegítimo, simplesmente não está funcionando. O PIB mundial cresce a um ritmo médio de 2% a 2,5% ao ano, mas a especulação financeira rende cerca de 7% a 9% nas últimas décadas. O dinheiro obviamente tem ido para onde paga mais. O Brasil está se desindustrializando.

A chave para as novas tendências reside na compreensão de como vinha funcionando o progresso econômico e social até algumas décadas atrás, e como está sendo transformado. O principal insumo produtivo, ou fator de produção, hoje é o conhecimento e a tecnologia incorporados aos processos produtivos. A agricultura e o controle da terra eram o principal fator de produção séculos atrás, depois com revolução industrial veio a máquina e a propriedade da fábrica. Hoje, com a revolução digital, é o insumo imaterial, o conhecimento, a informação, o dinheiro virtual e as diversas dimensões da tecnologia, que se tornaram o motor propulsor da economia. Isso muda as regras do jogo, abre novas oportunidades: Se uma pessoa tem uma ideia inovadora, essa ideia pode se espalhar pelo mundo sem nenhum custo adicional. O conhecimento é um bem comum. O dinheiro que está nos bancos é de quem?

Se você produz bicicletas, produzir para mais pessoas envolve custos adicionais. A ideia é diferente. Depois de cobrir os custos de gerá-la, é muito mais produtivo para a sociedade deixar a ideia fluir do que multiplicar patentes e gerar escassez artificial. Em tempos de pandemia, milhões morrem enquanto o Big Pharma mantém suas patentes pré-históricas de 20 anos. A inovação deve certamente ser recompensada, mas na devida proporção dos insumos e no respeito ao fato de que o conhecimento livremente acessível tem um enorme efeito multiplicador. Colocar pedágios sobre o acesso às ideias resulta em fortunas para poucos, enquanto a colaboração gera um progresso generalizado de enriquecimento coletivo. Tim Berners-Lee não patenteou a World-Wide-Web, ele não fez fortuna individualmente, com seu www. Permitiu que bilhões aumentassem sua produtividade pelo mundo afora. Precisamos de inteligência social e ambiental, não apenas da capacidade de superar os outros. Sucesso pela contribuição, mais do que do que truculência e esperteza.

Podemos ver isso de outra maneira. Temos grande número de pesquisas e estudos sobre a felicidade humana. Você pode pensar que ter dinheiro é uma boa medida: não é. Ou melhor, se você é muito pobre, ter algumas centenas de reais a mais acrescenta muito ao seu sentimento de felicidade. Mas depois que você atinge um limite relativamente modesto, da ordem de menos de 100 mil reais por ano, acumular dinheiro continua enquanto ilusão, mas o sentimento de felicidade estagna. Passam a ter mais importância o enriquecimento social e cultural, as relações familiares, é uma variedade de objetivos que tendem a predominar. Um milhão a mais nas mãos de um milionário, isso pode levantar seu obelisco, e vai batalhar por sempre mais, mas não o deixará mais feliz. Os poucos recursos suplementares colocados na base da pirâmide geram não apenas muito mais felicidade, eles reduzem drasticamente o sofrimento. Os mesmos recursos que já temos, mas melhor distribuídos, aumentariam radicalmente a sua produtividade social. Tornar um planeta menos desigual não é apenas uma questão de justiça, é também uma questão de inteligência social e econômica.

Então, do que se trata? Fazer alguns obeliscos a mais e mais altos ou gerar sustentabilidade e bem-estar geral? Lutar contra rivais, derrotar concorrentes, poderia eventualmente fazer algum sentido quando você competia para produzir mais e melhores bens e serviços para a sociedade, mas na era da revolução digital, quando a colaboração é muito mais produtiva do que a competição, o que resta é a obsessão pelo sucesso individual, mostrar mais dinheiro, se mandar para o espaço. “S’envoyer en l’air”, como os franceses chamariam, com um objetivo mais sábio e melhores resultados. Cada um de nós contribuiu com a viagem do Bezos, ao realizarmos compras com a Amazon.

A lição básica é simples: seja qual for o seu sucesso individual, se não for acompanhado do sucesso ou do bem-estar da sociedade como um todo, bem como da restauração do planeta, você é apenas um oportunista. Possivelmente bem-sucedido, mas ainda oportunista. O importante não é correr mais rápido, mas entender para onde estamos indo. Não apenas sendo inteligente em termos dos meios que você usa, mas inteligente em termos de resultado sistêmico.

Sucesso individual não faz sentido se prejudica o bem-estar social.

Quanto ao obelisco, eu teria algumas ideias.

Publicado originalmente no Carta Maior

           Há quase 50 anos esperamos este momento, sabendo que ele retornaria. Ele voltou, e desta vez não haverá mais bombas que consigam nos parar

                      

Peço licença para escrever pela primeira vez na primeira pessoa do singular, peço desculpas sem saber muito bem porque esse procedimento se impôs no assunto em questão. Mas chega um momento da vida que se começa a confiar no que não se tem clareza, um pouco como quem aceita esse espírito que um dia Pascal descreveu como uma mistura de incapacidade de, ao mesmo tempo, provar totalmente e abandonar completamente algo.

Eu nasci no Chile, meses antes do golpe de Estado que derrubaria Salvador Allende e implantaria não apenas uma das ditaduras mais sanguinárias em um continente onde nunca faltou sangue correndo nas ruas, mas o primeiro laboratório mundial para um conjunto de políticas econômicas, conhecidas como neoliberalismo, que trariam concentração de renda e morte econômica para populações em todo o globo. Esse modo de gestão social, que se vende como defensor de liberdades e da autonomia individual começou com golpe de Estado, desaparecimento de cadáveres, mãos cortadas e estupro. O que diz algo a respeito de sua verdadeira essência autoritária.

Minha mãe costumava dizer que nos meses em que ela começava a se descobrir como uma jovem mãe de 24 anos era comum ouvir bombas explodindo e tiros nas ruas. Eram os últimos meses do governo de Salvador Allende. Meu pai, que tinha a mesma idade, havia participado da luta armada contra a ditadura brasileira no grupo de Marighella e havia preferido tentar ajudar, de qualquer forma que fosse, a experiência socialista de Allende a aceitar a proposta de sua família e terminar os estudos na Inglaterra. Impotentes, como escoteiros que observam uma floresta em chamas, eles começavam suas vidas adultas com um filho e uma catástrofe.

O governo de Salvador Allende era apunhalado por todos os lados. Vítima de lockouts financiados por Ricahrd Nixon e seu macabro braço direito Henry Kissinger, depois louvado como “grande estrategista” por ter conseguido um aperto de mão entre seu presidente e Mao-Tse Tung enquanto mandava o povo chileno para um inferno de 25 anos. Allende parecia uma figura trágica grega. Se o Chile desse certo, o único país na história em que um programa marxista de transformação social havia sido implementado pelo voto e respeitando as regras da democracia liberal mostraria uma via irresistível em um momento histórico no qual estudantes e operários lideravam insurreições em vários países centrais do capitalismo global. O Chile era o ponto frágil da Guerra Fria, pois ensaiava um futuro que havia sido negado em várias outras ocasiões. Nele se tentava pela primeira vez um socialismo radical que recusava a via da militarização do processo político.

Em agosto de 1973 as ruas do Chile viram o primeiro ensaio do golpe que viria em 11 de setembro. Allende pede poderes especiais ao Congresso para debelar a crise. O Congresso recusa. Eles queriam o golpe. Já nas eleições de março de 1973, quando se esperava que a direita tivesse 2/3 para derrubar o presidente, o contrário aconteceu, a Unidade Popular cresceu e alcançou 44% dos votos. A única saída seria o golpe e minha mãe continuaria a ouvir bombas e tiros vindos das ruas até o último dia que estivesse no Chile.

Então veio o golpe e fugimos do país. Durante trinta anos, não tive coragem de voltar. Em casa, havia um livro com a foto do Palacio de La Moneda em chamas. Cresci com aquela foto acompanhando-me, como se ela anunciasse que, por mais que tentássemos, as bombas voltariam. Como se nosso futuro fosse nos bater contra uma força brutal, com a idade do fogo que queimava aldeias indígenas colonizadas e que termina em discursos de presidentes prestes a morrer que ainda encontram força para nos lembrar que um dia haveria grandes alamedas na qual veríamos mulheres e homens enfim rompendo as correntes de sua própria espoliação. Assim, quando no Brasil, os mesmos contra os quais tínhamos lutado voltaram, nada daquilo realmente me surpreendia.

Como disse, acabei por voltar trinta anos depois. A primeira coisa que fiz foi ir a nossa antiga casa, na calle Monseñor Eyzaguirre. Quando cheguei, a casa havia sido demolida três meses antes. Havia apenas ruínas. Durante duas horas eu fiquei parado olhando as ruínas. Não lembro mais o que pensei, nem lembro se efetivamente pensei em algo. Poderia falar agora alguma bobagem sobre Walter Benjamin, ruínas, história, mas seria intelectualmente desonesto e gostaria de, ao menos nesse momento, mesmo sendo professor de filosofia, ter certa decência de pensamento. Só lembro da paralisia, do silêncio e do vento.

Mas depois desse momento, achei uma maneira de fazer amigos nas Universidades e começar a ser convidado para voltar. Em uma dessas voltas, o ano era 2006, lembro de perguntar se eles acreditavam que alguma coisa podia acontecer no Chile. A resposta era taxativa: não. A ditadura havia naturalizado de forma tal os princípios de empreendedorismo, individualismo e concorrência que aquela geração sequer lembrava do que o “Chile” um dia havia representado para o resto do mundo. O assassinato havia sido perfeito e as explicações faziam sentido.

Bem, dois meses depois 500.000 estudantes estavam nas ruas, naquilo que ficou conhecido como “A revolta dos pinguins”. Os estudantes lutavam bravamente contra os “pacos” pelo fim do neoliberalismo e seu discurso hipócrita de meritocracia, de liberdade como direto de escolher a melhor maneira de ser espoliado e exigiam o retorno de educação universal e gratuita. Como sempre ocorre, o que realmente conta nos pega de surpresa.

Anos depois, em 2011, um tunisiano se imolou em uma pequena cidade da Tunísia e desencadeou uma série de revoltas que entrou par a história como A Primavera Árabe. Para mim, era claro. Algo recomeçava e não era o fogo das bombas que caiam sobre La Moneda. Era o fogo de quem prefere ver seu corpo queimando a se submeter novamente à servidão. Eu fui para a Tunísia, para o Egito e voltei entendendo que seria extinto e aceso ainda muitas vezes. O que não faria diferença alguma. Nós não nos desmobilizaríamos mais diante de sua primeira extinção porque nosso tempo não é composto de instantes, mas de durações.

Então, em 2019, ele começou novamente a queimar o Chile. Enquanto o governo atirava contra sua própria população, matando mais de 40 pessoas, e cegando de ao menos uma vista mais de 300, enquanto os carabineros tentavam parar a raiva de um povo que havia sido o objeto mundial das piores experiências econômicas e políticas, o fogo queimava, as estátuas de antigos conquistadores queimavam.

E, contra tudo o que está escrito nos livros e que nos é ensinados nos jornais, nós vencemos. Contra os que procuram nos inocular o veneno da descrença, nós vencemos. O governo Sebastián Piñera fora obrigado a dobrar seus joelhos diante da soberania popular em fúria. Ele precisou convocar uma nova Assembleia Constituinte. Aquela loucura tipicamente chilena de quebrar as estruturas respeitando as regras havia produzido uma das mais improváveis vitórias políticas que uma sublevação popular havia conseguido na história recente do mundo. Eles conseguiram implantar um processo constitucional que entraria para a história como o primeiro processo paritário e presidido por alguém que abriu os trabalhos constitucionais falando a língua de quem havia sido historicamente destruído e dizimado pelos colonizadores, a saber, os mapuches.

Bem, mas nessas horas de entusiasmo alguém também deveria lembrar do livro 18 de brumário, de Karl Marx. Com os olhos na revolução de 1848, Marx queria entender como uma revolução proletária acabava por terminar em uma reinstauração da monarquia. Com quase um século de avanço, Marx fornecia as bases de uma teoria do fascismo como o último freio de mão do liberalismo. Pois ele insistia que toda insurreição popular é acompanhada da emergência de uma força de regressão social. Há quem não se sente mais concernido pelas formas de reprodução social da vida até agora hegemônica, mas há quem entenderá que o retorno à “paz e à segurança” exige outra forma de ruptura com o presente, essa que reinstaura as mesmas forças no poder em sua versão mais abertamente violenta. Sempre lá onde uma revolução molecular se desenha, há uma contrarrevolução molecular à espreita. Quem abre as portas da indeterminação deve saber lidar com todas as figuras da negação.

E no meio do processo constitucional havia uma eleição presidencial na qual, no primeiro turno, ganhou um candidato fascista. Esse termo foi tão usado que esquecemos quando ele é analiticamente adequado. José Antonio Kast é analiticamente um fascista, como Bolsonaro. É claro que sempre haverá aqueles que, animados por um discurso pretensamente desapaixonado, dirão: “Não se trata de um fascista, mas de um conservador”, “ele às vezes passa dos limites, mas pode ser controlado”, “Sim, ele disse algumas coisas inaceitáveis, mas depois ele recua”. Claro, porque o recuo é só uma maneira de acostumar a sociedade com as “coisas inaceitáveis”, até elas começarem a parecer parte da paisagem e serem aceitas.

Em um continente onde Prêmios Nobel de Literatura não veem problema algum em apoiar filhas de ditadores que, mais uma vez, conspiram contra governos eleitos, sempre haverá alguém a dizer: “veja bem, não é bem assim”. Hoje, no Chile, todo o dia aparece algum “analista” para sair com alguma descrição “técnica” sobre como Kast não representa o fascismo. Nós vimos a mesma coisa com Bolsonaro. Fomos ridicularizados por “analistas” durante anos quando dizíamos que tecnicamente, alguém cujo discurso é marcado pelo culto da violência, pelo militarismo, pela indiferença absoluta em relação a grupos vulneráveis, por uma concepção paranóica de Estado que mobiliza a imigração e a identidade com fenômeno de angústia social, alguém que desrecalca o passado criminoso de ditaduras militares, que visa paralisar o processo de institucionalização da soberania popular só tem um nome: fascista. E contra ele, as sociedades não têm o direito a contemporização.

O programa de Kast é um programa de guerra, como o de Bolsonaro. Trata-se de puxar o freio de mão do liberalismo econômico e desrecalcar todas as forças que podem modificar os corpos até fazê-los glorificarem ditaduras. Kast foi o primeiro líder estrangeiro a parabenizar Bolsonaro por sua vitória. Se Kast ganhar, constitui-se um eixo latino-americano cujos polos serão o Chile e o Brasil. Esse eixo reforça as posições reacionárias como nunca antes.

Quando Bolsonaro venceu, podíamos ouvir sempre aqueles que diziam que o poder iria “civilizá-lo”, que tudo aquilo era “discurso eleitoral”, que a realidade do governo era outra, com suas negociações incessantes. O que mais me impressiona é como essas pessoas conseguem preservar seus empregos. Ou melhor, não, nada disso efetivamente me impressiona há tempos. Fake news sempre foi a regra. Quem reclama hoje, na verdade reclama da perda de um monopólio de produção, não mais que isso.

Por toda a história que ressoa neste momento presente, não é difícil perceber que o que está em jogo no Chile não é apenas uma eleição. É a capacidade de terminar com uma história de derrotas e abrir uma nova sequência de lutas, com novos sujeitos políticos. Quando, em 1780, José Gabriel Condorcanqui liderou a maior revolta indígena que este continente conheceu, sua inteligência lhe fez compreender que a primeira condição para a vitória era livrar o passado de sua melancolia.

Ao liderar a revolta que atravessou o que hoje é o Peru e a Bolívia, ele se chamou Tupac Amaru II não por “messianismo” ou por qualquer coisa que acadêmicos gostam de usar para desqualificar a força popular da revolta. Ele fez isso por entender que as verdadeiras lutas começam por inverter as derrotas do passado, que seria necessário trazer o nome do rei inca que havia sido morto pelos espanhóis no momento em que se inaugurava a servidão. Tirar esse nome da sombra traumática da derrota. Seria necessário recolocá-lo na frente de batalha para calar as lágrimas diante da destruição. “Voltarei e serei milhões”, como dizia Tupac Amaru. Pois a possibilidade da repetição histórica é o que transforma o desamparo em coragem. Coragem para vencer, o que parece que a esquerda na maior parte dos lugares simplesmente perdeu. Quando nas ruas de Santiago, em 2019, voltavam a tocar as músicas revolucionárias dos anos 1970, que lembravam que há de se ficar “de pé, a cantar, pois vamos triunfar”, a mesma inteligência havia retornado à cena política.

Por isso, todo este artigo era para dizer algo simples: Chile, vá em frente. Vá e vença, desta vez com Gabriel Boric. Isso não é apenas uma eleição. No Chile real, há certas eleições que não são apenas eleições. Há quase 50 anos esperamos este momento, sabendo que ele retornaria. Ele voltou, e desta vez não haverá mais bombas que consigam nos parar.

Vladimir Safatle é professor titular de filosofia na USP. Autor, entre outros livros, de Maneiras de transformar mundos: Lacan, política e emancipação (Autêntica).

Do Carta Maior | *Publicado originalmente no jornal El País Brasil.





Costumo dizer que antes de sermos profissionais do esporte, fomos torcedores.

Cada um dos colunistas do Lei em Campo antes de serem advogados, gestores, juristas ou jornalistas, foram torcedores.

Nunca escondi minha paixão pelo Clube Atlético Mineiro. Pelo contrário, sempre ostentei com orgulho o “ser atleticano”.

Meu pai odiava futebol. Minha mãe, muito embora sempre tente esconder, era cruzeirense. Meu irmão é cruzeirense.

Nasci Atleticano, sem dúvidas.

Minhas mais tenras lembranças do Atlético começam aos 6 anos, Copa União. Como chorei naquela derrota pro Flamengo.

Muitas derrotas e muitos “quases” vieram. 1991, 1994, 1999, 2001, 2012, 2020.

Meu primeiro grande título foi a Conmebol de 1992. Depois o bi em 97.

Teve rebaixamento e volta apoteótica com o incontestável título da segunda divisão no ritmo de “Vou festejar”.

A redenção veio com a Libertadores de 2013. Ronaldinho Gaúcho devolveu o Atlético para a prateleira de cima do futebol brasileiro.

Em 2014, a Recopa e a Copa do Brasil contra o então maior rival ratificou a “virada” do Clube.

Mas faltava algo!!

Faltava o Brasileirão que nos foi injustamente tirado em 77 e em 80.

A torcida evitava o tema, mas era uma obsessão.

Veio 2021, perdemos o Brasileiro de 2020 por 3 pontos. O fôlego que faltou foi preenchido com elenco. Chegou o Hulk. Chegou Diego Costa. A massa sonhava.

Perdemos a Libertadores invictos em um lance ridículo e talvez ali começamos a ganhar o Brasileiro.

Foco total. O Atleticano começou a respirar Brasileirão. Ninguém comia ou dormia direito. A obsessão invadiu nossa alma e nosso coração.

A torcida comprou a “bronca”. Foi o décimo segundo, o décimo terceiro e o décimo quarto jogador.

Ir ao Mineirão passou a ser uma obrigação. Batíamos pontos e trabalhávamos pelo Clube.

O Flamengo, de novo, era o fantasma que nos assombrava.

Os cariocas não perdiam…

Veio o jogo com o Bahia. Uma vitória nos daria a glória eterna. 50 anos depois.

Primeiro tempo trouxe um burocrático zero a zero. Começa o segundo tempo. “Pow”. Bahia 2 a zero.

Penalti pro Galo (foram muitos. Óbvio. Com o volume de jogo do time, natural que estivessem mais tempo na área e mais expostos aos penais).

Hulk diminui a diferença.

2 minutos depois, Keno empata.

Lembrei-me da semi da 87. Naquela oportunidade buscamos o empate, mas tomamos o terceiro. Dessa vez tinha que ser diferente.

Mais 3 minutos. Keno de novo, em um lance que lembrou o gol de Eder contra a URSS na Copa de 82, viramos o jogo.

Estiparvamos ali os fantasmas que nos assombraram por 50 anos.

Honramos e vingamos Reinaldo, Cerezo, Eder, Luizinho, Marques, Guilherme, João Leite, Renato, Sérgio Araújo, Paulo Roberto, Eder Lopes e tantos outros…

5 minutos resumiram 50 anos de Atlético.

Nada nunca foi fácil pra gente.

Fomos cunhados na dor, na injustiça, na raça e no amor.

Vencemos o vento, Roberto Drummond, meu patrono na Academia de Letras de Nova-Lima.

Gritamos Galo com a alma, que, sem dúvidas, Mário Marra, é melhor do que gritar é campeão.

Como disse no início, antes de tudo, sou ATLETICANO e seria impossível falar de qualquer outro tema.

Escrevo enquanto as lágrimas brotam nos meus olhos escorrem no meu rosto.

Gustavo Henrique e João Gustavo. A gente é Galo! Vocês são campeões brasileiros!


Crédito imagem: Alexandre Guzanshe/D.A Press 

Gustavo Lopes

Professor, consultor, parecerista, mestre e doutorando em Direito Desportivo. Vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo e presidente do Instituto Mineiro de Direito Desportivo. Escreve na coluna “Desporto: temas, textos e contextos” todos os domingos.
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