Programa do governo federal prioriza boas práticas, recuperação de pastagens degradadas e libera R$ 516,2 bilhões para agricultura empresarial

 
Plano destina R$ 516,2 bilhões à agricultura empresarial, com novas condições que exigem do produtor a adoção de boas práticas.
Imagem de taylormariecasey13 por Pixabay
Da Redação da Rede Hoje

O Plano Safra 2025/2026, anunciado nesta semana pelo Governo Federal, fortalece o vínculo entre crédito rural e sustentabilidade. Em entrevista concedida nesta quinta-feira (3), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, detalhou as novas exigências e os incentivos voltados à agricultura sustentável, destacando a ampliação do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), o programa Caminho Verde e o subprograma RenovAgro.

Ao todo, o Plano destina R$ 516,2 bilhões à agricultura empresarial, com novas condições que exigem do produtor a adoção de boas práticas. A partir deste ciclo, a observância do Zarc será obrigatória para todos os financiamentos de custeio acima de R$ 200 mil, e não apenas para operações do Pronaf, como ocorria anteriormente. O objetivo é reduzir perdas e impactos climáticos com base em dados técnicos sobre épocas e locais adequados ao plantio.

“Se o Zarc disser que feijão não deve ser plantado em dezembro em uma determinada região, o crédito não será liberado. Isso induz a produção consciente e segura”, afirmou o ministro.

Ministro Carlos Fávaro detalhou ações do Plano Safra durante entrevista no programa Bom Dia, Ministro.  Foto: Diego Campos / Secom-PR

Outro ponto central é o programa Caminho Verde, que prevê a recuperação de até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade ao longo de dez anos, evitando novos desmatamentos. O programa terá R$ 7 bilhões em recursos com juros de 8,5% ao ano, dois anos de carência e até uma década para quitação. Fávaro também citou linhas adicionais via Agroinvest Brasil, totalizando R$ 10 bilhões para esse fim.

Sustentabilidade e crédito ampliado
O subprograma RenovAgro amplia o apoio a práticas de baixa emissão de carbono. Agora, será possível financiar ações como prevenção a incêndios, reflorestamento e recuperação de áreas protegidas. Além disso, os recursos de custeio poderão ser usados na produção de sementes e mudas florestais e no cultivo de plantas de cobertura, práticas que protegem o solo entre as safras.

Produtores que utilizarem práticas sustentáveis reconhecidas pela Embrapa, como plantio direto e uso de bioinsumos, também poderão ter direito a um desconto de 0,5% na taxa de juros.

Crédito facilitado e atenção a culturas estratégicas
O novo Plano Safra inclui ainda medidas para renegociação de dívidas, oferecendo maior flexibilidade a produtores que enfrentaram problemas em safras anteriores. Outra inovação é a ampliação do acesso ao Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), que terá R$ 7,2 bilhões – valor recorde. Agora, até pequenos e médios produtores do Pronaf e Pronamp poderão utilizar os recursos do fundo, mesmo tendo contratos ativos com o Plano Safra.

Além do café, o governo também mira no fortalecimento da produção nacional de cacau. “O Brasil ainda importa muito cacau, mesmo com o mercado aquecido. Queremos reverter isso com estímulo à produção nacional”, afirmou Fávaro.


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