Presidente Lula destaca preservação ambiental e reforça liderança do Brasil na produção de alimentos; setor cafeeiro contará com R$ 7,1 bilhões do Funcafé
 
Presidente Lula durante o lançamento do Plano Safra 2025/2026 – foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Da Redação da Rede Hoje

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou nesta terça-feira (1º), no Palácio do Planalto, o Plano Safra 2025/2026. O programa disponibilizará R$ 605,2 bilhões em crédito rural para médios, grandes e pequenos produtores, com foco em sustentabilidade, modernização tecnológica e segurança climática. Desse total, R$ 516,2 bilhões serão destinados à agricultura empresarial e R$ 89 bilhões à agricultura familiar, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Durante o evento, Lula afirmou que o grande diferencial do Brasil está na capacidade de aliar produtividade à preservação ambiental. “A gente está produzindo mais em menos hectares porque aumentou a qualidade dos produtos com os avanços genéticos e tecnológicos. O mundo tinha ojeriza ao Brasil, mas agora nos respeita mais”, declarou.

O presidente também destacou que o país possui cerca de 40 milhões de hectares de terras degradadas e que o Plano Safra é uma ferramenta para reverter esse quadro com responsabilidade ambiental.

Recursos e juros

Para a agricultura empresarial, os recursos representam um aumento de R$ 8 bilhões em relação ao ciclo anterior. Do total anunciado, R$ 414,7 bilhões serão voltados ao custeio e à comercialização, e R$ 101,5 bilhões para investimentos. As taxas de juros variam de 8,5% a 13,5% ao ano, com produtores do Pronamp pagando 10% e os demais, até 14%.
Produtores que adotarem práticas sustentáveis terão acesso a juros reduzidos, conforme anunciado pelo governo. O crédito poderá ser utilizado inclusive em ações de reflorestamento, produção de sementes florestais e culturas de cobertura para proteção do solo.

Mudanças operacionais e exigências ambientais

Uma das mudanças é a exigência do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para operações de custeio acima de R$ 200 mil. A medida visa evitar financiamentos fora dos períodos adequados de plantio, reforçando a adaptação climática na concessão de crédito.

O subprograma RenovAgro Ambiental ganhou novas frentes, como prevenção a incêndios e recuperação de áreas protegidas. Também foi autorizada a compra de caminhões-pipa, mudas de espécies nativas e demais insumos de preservação ambiental.

Apoio à cafeicultura
Silas Brasileiro, presidente do CNC, e o vice-presidente Geraldo Alckmin – foto: Márcia Chiarello | CNC
Durante a cerimônia, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, anunciou a destinação de R$ 7,187 bilhões do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para o setor cafeeiro. O montante é o maior já liberado, e contemplará também produtores do Pronaf e Pronamp, com linhas específicas de crédito e acesso direto ao fundo.

Silas Brasileiro, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), destacou a importância da medida:

“O acesso dos pequenos e médios ao Funcafé amplia as opções de crédito e combate as desigualdades no campo. É um passo relevante para valorizar uma cultura estratégica para o Brasil.”

O CNC informou que, com a liberação dos recursos, os cafeicultores terão mais condições de planejar a comercialização de sua safra de forma gradual, evitando pressão de oferta e aproveitando melhores momentos de mercado. A entidade estima produção de cerca de 60 milhões de sacas para a safra 2024/2025 e alerta para os estoques de passagem mais baixos dos últimos anos.

Modernização e renegociação

O governo também unificou os programas de inovação e modernização (ModerAgro e InovAgro), ampliando o limite de investimentos em estruturas como granjas. O programa de armazenagem (PCA) teve aumento no limite por projeto, de 6 mil para 12 mil toneladas.

Além disso, o plano amplia o prazo para financiamento de insumos adquiridos até 180 dias antes da contratação de crédito e facilita a renegociação de dívidas, garantindo fôlego aos produtores que enfrentaram dificuldades em safras anteriores.

Agricultura familiar com maior apoio

No dia anterior, o governo já havia anunciado o Plano Safra voltado à agricultura familiar, com R$ 89 bilhões, o maior valor da história do Pronaf, que completa 30 anos em 2025. O pacote inclui financiamento para práticas agroecológicas, uso de bioinsumos e transição para modelos sustentáveis de produção.

Participações e expectativas

O lançamento do Plano contou com a presença de representantes do setor agropecuário, incluindo Silas Brasileiro (CNC), Pavel Cardoso (Abic), e o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que também atua como ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

A expectativa do setor é que os recursos anunciados tragam mais segurança à produção rural e impulsionem o crescimento da agropecuária nacional com responsabilidade ambiental e inclusão social.


Todas as notícias