
Casarão do Largo da Matriz, onde funcionaram Câmara e Prefeitura no passado, é símbolo da origem da vida política patrocinense. Foto: acervo da Casa da Cultura
Da Redação da Rede Hoje
A história da Câmara Municipal de Patrocínio se entrelaça com a própria fundação da cidade. Antes mesmo da criação do cargo de prefeito, era o presidente da Câmara — então chamado Agente Executivo — quem exercia a chefia do poder municipal. A instalação oficial do município ocorreu em 7 de abril de 1842, com a criação da Vila de Nossa Senhora do Patrocínio.
O primeiro agente executivo foi o capitão Francisco Martins Mundim, que também presidiu a Câmara. Ele passou a morar no casarão localizado no antigo Largo da Matriz, local que viria a abrigar, décadas mais tarde, a sede da Câmara (no segundo andar) e da Prefeitura (no térreo), até a década de 1970.
A partir da gestão do então prefeito Olímpio Garcia Brandão, foi construído o atual Centro Cívico Abdias Alves Nunes, onde funcionam hoje a Prefeitura, a Câmara Municipal e o Fórum. O antigo prédio histórico passou a sediar a Casa da Cultura Odair de Oliveira.
A Câmara teve papel decisivo em momentos importantes da história local. Um dos episódios mais emblemáticos ocorreu no século XIX, quando a cidade de Patos de Minas ainda era distrito de Patrocínio. Em 1868, após uma longa disputa política, um grupo separatista de Patos chegou a sitiar a Câmara Municipal, episódio que resultou em um tiroteio no Largo do Rosário — hoje Praça Honorato Borges. A autonomia de Patos foi oficialmente reconhecida naquele ano.
Durante o período do Império e início da República, os vereadores não recebiam remuneração e atuavam de forma voluntária, muitas vezes contribuindo com recursos próprios para garantir melhorias para a cidade. Somente a partir da segunda metade do século XX a função passou a ser remunerada no Brasil.
Entre os que exerceram o cargo de presidente da Câmara e agente executivo estão nomes como Joaquim Pedro Barbosa (1876), José Fernandes Botelho (1878), Virgílio Ferreira Pires (1889), Jacob Marra (1899), José Martiniano de Souza (1905) e outros. A lista inclui líderes que atuaram por períodos curtos, mas que, segundo o historiador Júlio César Rezende, “não deixaram de ser considerados ex-prefeitos, mesmo enfrentando as dificuldades orçamentárias da época”.
A separação entre os poderes Executivo e Legislativo ocorreu a partir de 1930, quando Patrocínio passou a ter prefeitos nomeados e, posteriormente, eleitos. Desde então, a Câmara Municipal tem atuado como poder autônomo, responsável por legislar, fiscalizar e representar a população.Atuais vereadores da Câmara Municipal e na última foto, um dos programas apoiados pelo Legislativo patrocinense: Direito nas Escolas
Atualmente, a Câmara Municipal de Patrocínio é composta por 15 vereadores que representam diversos segmentos da sociedade local. Além de sua função legislativa, a Casa realiza audiências públicas, votações de projetos, e debates sobre questões fundamentais para o município. É presidida pelo veredor Níkolas Elas,
A Rede Hoje reforça que todo cidadão tem a obrigação de conhecer aqueles que fazem as leis da sua cidade e de acompanhar os trabalhos da Casa de Leis. Compreender o papel da Câmara é parte essencial do exercício da cidadania e da construção de uma sociedade mais justa e participativa.