Avaliação médica e campanhas de conscientização reforçam importância da doação de órgãos e tecidos para salvar vidas em todo o país.


Campanha nacional incentiva brasileiros a autorizarem a doação de órgãos. ( Imagem de Lin Tong por Pixabay


Da Redação da Rede Hoje

O transplante de órgãos é uma alternativa terapêutica indicada para pacientes com doenças crônicas ou agudas quando todos os tratamentos disponíveis já foram esgotados. Nesses casos, a substituição do órgão ou tecido afetado representa a única possibilidade de recuperação e sobrevida. O procedimento é considerado de alta complexidade e depende de uma estrutura médica especializada.

Para que o transplante seja realizado, é necessário que a indicação médica seja formal e vantajosa para o paciente. A decisão é tomada após avaliação criteriosa de equipes multidisciplinares, que analisam o quadro clínico e o prognóstico do paciente. Somente quando o procedimento é considerado realmente benéfico, o paciente é encaminhado para inscrição na lista nacional de espera.

O Sistema Nacional de Transplantes (SNT), responsável por regulamentar o processo no país, define as condições clínicas e critérios técnicos que permitem a realização dos transplantes. Recentemente, o regulamento técnico do SNT passou por atualização, com o objetivo de tornar o processo mais transparente e eficiente.

O Brasil é reconhecido como o segundo país do mundo em número absoluto de transplantes realizados, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. No entanto, a fila de espera ainda é extensa e exige constante conscientização da população sobre a importância da doação de órgãos.

Como funciona a lista de espera

Após a aprovação médica e a inscrição no SNT, o paciente passa a integrar a lista de espera do tipo de órgão compatível com seu caso. A posição do paciente na fila é definida por critérios clínicos e pela compatibilidade com possíveis doadores.

A consulta à lista de espera pode ser feita online. O paciente deve acessar o portal do Sistema Nacional de Transplantes, selecionar “Consulta à lista de espera por transplante” e inserir as informações solicitadas em “Prontuário do Paciente”. O sistema exibe a posição atual e a evolução no cadastro.

No estado de São Paulo, o acompanhamento é feito por meio da Central de Transplantes local. Nesse caso, o paciente deve informar o número do Registro Geral da Central de Transplantes (RGCT) e o CPF para ter acesso às informações atualizadas sobre sua posição na fila.

Segundo o Ministério da Saúde, a transparência do sistema é fundamental para garantir a confiança dos pacientes e familiares. A atualização constante das informações permite o acompanhamento público e o controle social sobre o processo.

Campanhas e conscientização

Para estimular a doação, o Ministério da Saúde realiza a campanha nacional “Você diz sim, o Brasil inteiro agradece”. A iniciativa tem como foco ampliar o conhecimento da população sobre a doação de órgãos e tecidos e destacar o impacto positivo que o gesto pode ter na vida de outras pessoas.

A campanha busca sensibilizar as famílias para que manifestem o desejo de doar ainda em vida. No Brasil, a autorização para a doação deve ser dada por familiares após a confirmação da morte encefálica do paciente. O ato de conversar sobre o tema é, portanto, essencial.

A enfermeira Gislaine de Albuquerque, integrante da equipe de transplantes do Hospital Brasília, afirma que campanhas de abrangência nacional contribuem para esclarecer dúvidas e orientar a sociedade sobre o processo. Segundo ela, a informação é decisiva para aumentar o número de doadores.

“As campanhas permitem à população conhecer os processos de doação e captação dos órgãos, além de compreender como ocorre o procedimento até o momento em que a família autoriza a doação”, explicou a profissional.

A importância do gesto solidário

A doação de órgãos depende da autorização das famílias, o que torna o diálogo dentro de casa um passo essencial para salvar vidas. O Ministério da Saúde reforça que uma única pessoa pode beneficiar até dez receptores diferentes por meio da doação de órgãos e tecidos.

A campanha também procura desmistificar crenças e medos sobre o processo, destacando que a retirada dos órgãos é feita de forma ética e com respeito ao corpo do doador. O objetivo é estimular uma cultura de solidariedade permanente entre os brasileiros.

De acordo com o Sistema Nacional de Transplantes, as taxas de autorização familiar ainda variam bastante entre os estados, sendo um dos principais desafios para reduzir o tempo de espera dos pacientes. A expansão de campanhas educativas é considerada uma das medidas mais eficazes para ampliar as doações.

“Você diz sim, o Brasil inteiro agradece” é o lema adotado pelo governo federal para sensibilizar os cidadãos sobre o poder transformador desse ato. O Ministério da Saúde recomenda que todos conversem com familiares e expressem claramente a vontade de serem doadores.

Para mais informações, o público pode acessar o site oficial do governo, em gov.br/saude, que reúne dados sobre transplantes, campanhas de conscientização e orientações sobre o processo de doação.


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