Trastuzumabe Entansina chega para tratar pacientes com tumores HER2-positivo em estágio avançado, prometendo redução de 50% na mortalidade.


A medicação foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em 2022 e sua disponibilização é aguardada por pacientes em todo o país.

Da Redação da Rede Hoje

O Ministério da Saúde recebeu, na última segunda-feira, 13 de outubro, a primeira remessa do medicamento trastuzumabe entansina, essencial no tratamento do câncer de mama. A chegada deste insumo é vista como um marco na oncologia nacional, especialmente por ocorrer durante o Outubro Rosa, mês de conscientização sobre a doença. A medicação foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) em 2022 e sua disponibilização é aguardada por pacientes em todo o país.

Este medicamento é especificamente indicado para mulheres diagnosticadas com câncer de mama HER2-positivo em estágio 3, que ainda apresentam resquícios da doença mesmo após a realização da quimioterapia inicial. Sua função é oferecer uma nova linha de tratamento para evitar a progressão do tumor. A expectativa é que o uso do trastuzumabe entansina represente um avanço significativo nos resultados clínicos para este grupo de pacientes.

Nesta remessa inicial, foram entregues 11.978 unidades do medicamento, quantidade que faz parte de um plano de distribuição fracionado. Ao todo, o Ministério da Saúde programou o recebimento de quatro lotes do insumo, com as próximas chegadas previstas para dezembro deste ano, além de março e junho do próximo ano. O cronograma visa garantir o abastecimento contínuo e progressivo do SUS.

A pasta de saúde garante que a quantidade total de medicamento adquirida será suficiente para atender a 100% da demanda atual de pacientes elegíveis pelo SUS. A previsão é que, somente ainda em 2025, cerca de 1.144 pacientes com câncer de mama serão diretamente beneficiadas por esta terapia inovadora. O investimento feito pelo Governo Federal para a compra dos 34,4 mil frascos-ampola totaliza R$ 159,3 milhões.

Logística e Benefícios

O diretor do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde, José Barreto Campello Carvalheira, acompanhou o recebimento da carga no almoxarifado do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Ele destacou a importância da chegada, chamando o evento de um "avanço gigantesco para a oncologia nacional" e uma "grande vitória do povo brasileiro" no combate à doença.

O medicamento será distribuído pelo Ministério da Saúde às secretarias estaduais de Saúde, que se responsabilizarão pelo repasse final às unidades hospitalares e clínicas de tratamento oncológico. A distribuição deverá seguir rigorosamente os protocolos clínicos vigentes, assegurando que apenas as pacientes com a indicação correta recebam o tratamento, otimizando o uso do insumo.

Segundo explicações técnicas de Carvalheira, o grande benefício do trastuzumabe entansina é sua capacidade de reduzir em 50% a mortalidade das pacientes com este tipo específico de câncer de mama. Além da diminuição do risco de morte, o tratamento também garante uma redução de 50% na recidiva local do tumor. Esse duplo impacto clínico confere à medicação um papel crucial na sobrevida e qualidade de vida das pacientes.

A expectativa do Ministério da Saúde é que o medicamento comece a chegar efetivamente às pacientes já a partir deste mês de outubro, estendendo-se até o começo de novembro. A agilidade na distribuição é crucial para iniciar o tratamento o mais rápido possível e garantir que as pacientes elegíveis tenham acesso imediato a essa terapia que promete mudar o prognóstico da doença no sistema público de saúde.

Cronograma de Entrega

O planejamento logístico prevê que o estoque inicial seja suficiente para começar o tratamento das pacientes elegíveis, com a garantia de que as próximas entregas serão feitas de forma organizada para evitar desabastecimento. A aquisição de 34,4 mil frascos-ampola demonstra o compromisso do governo em suprir a demanda integral por um medicamento de alto custo e comprovada eficácia.

A incorporação e disponibilização do trastuzumabe entansina representa um passo importante na equalização do tratamento oncológico no Brasil, tornando uma terapia de ponta acessível a pacientes que dependem exclusivamente do SUS. A medicação soma-se ao rol de tratamentos disponíveis e fortalece a atenção oncológica na rede pública.


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