Relatório indica que ex-presidente utilizou aplicativo de mensagens para driblar proibição imposta pelo ministro Alexandre de Moraes


Polícia Federal detalhou que compartilhamentos ocorreram no mesmo dia de manifestações em apoio ao ex-presidente — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Da Redação da Rede Hoje, com Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro enviou mais de 300 vídeos pelo WhatsApp a apoiadores em 3 de agosto deste ano, mesmo após estar proibido de usar redes sociais próprias ou de terceiros por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o relatório, o conteúdo compartilhado incluía convocações para manifestações em apoio ao ex-presidente e mensagens críticas ao magistrado, relacionadas à aplicação da Lei Magnitsky. A PF afirma que a conduta de Bolsonaro se assemelha ao funcionamento das chamadas “milícias digitais”, pela forma de disseminação coordenada de mensagens.

“Diante da grande quantidade de arquivos, a investigação pontuou os principais conteúdos compartilhados no dia 03.08.2025 pelo investigado Jair Bolsonaro, com o objetivo de utilizar redes sociais de terceiros, para burlar a ordem de proibição imposta pela justiça”, diz trecho do relatório.

O caso levou ao indiciamento de Bolsonaro e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), após a apreensão do celular do ex-presidente pelos agentes.

Desde 4 de agosto, Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, usa tornozeleira eletrônica e está impedido de acessar redes sociais, em cumprimento a medidas cautelares impostas por Moraes.

Defesa

A defesa do ex-presidente disse que foi “surpreendida” com o indiciamento e afirmou que irá prestar os esclarecimentos solicitados pelo ministro.

Com o relatório entregue, o caso segue para análise da Procuradoria-Geral da República, que deve decidir se oferece denúncia ao STF.

Com informação da Agência Brasil


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