Fotos: Rede Hoje


Editorial — A opnião da Rede Hoje 

A Praça Santa Luzia, um dos principais espaços de convivência de nossa cidade, tornou-se símbolo de problemas que ultrapassam a questão estética. A presença de abrigos improvisados para cães, a proliferação de ratos, a ocupação desordenada, destinação dos quiosques revelam a necessidade urgente de uma política pública integrada para o espaço urbano.

A convivência de animais soltos em praças e ruas é um tema delicado. De um lado, há a compaixão de cidadãos que alimentam cães e gatos abandonados. De outro, existe o risco de zoonoses, ataques, acidentes de trânsito e, no caso da Praça Santa Luzia, até a atração de roedores que se alimentam das rações deixadas para os animais. Esse quadro coloca em risco tanto a população quanto os próprios animais, que permanecem expostos à fome, doenças e maus-tratos.

A solução não está em criminalizar quem se sensibiliza com os animais, mas em estruturar políticas sérias. Isso significa retirar os abrigos improvisados e criar um espaço adequado: um centro único de acolhimento, com apoio do poder público em parceria com associações de proteção animal. Esse abrigo deve oferecer castração, vacinação, alimentação e estímulo à adoção responsável.


Hoje há três abrigos ao lado da fonte, fora os existentes ao redor da praça
O abandono de animais no Brasil é endêmico. Diariamente, cães e gatos são largados nas ruas, tratados como objetos descartáveis. A lei brasileira já tipifica o abandono como crime, mas a aplicação de penas mais severas e a conscientização social são fundamentais para reverter o quadro. Castração em massa, incentivo à adoção de animais sem raça definida e fiscalização sobre criadouros e comércio irregular de animais são medidas que precisam caminhar juntas.

Outro ponto crítico é a situação dos quiosques da Praça Santa Luzia, construídos há meses e ainda sem definição de uso. Espaços públicos não podem ser marcados pela inércia. Uma vez erguidas as estruturas, cabe à administração municipal dar a elas uma destinação que atenda à comunidade — seja para lazer, gastronomia, comércio cultural ou serviços de apoio. O abandono das instalações gera sensação de descaso e compromete a vitalidade da praça.

O que está em jogo, portanto, é a qualidade de vida urbana. Praças são locais de encontro, lazer e convivência democrática. Transformá-las em depósitos de problemas insolúveis é privar a cidade de espaços de pertencimento. É necessário planejar, ouvir especialistas, envolver entidades e agir com firmeza.

A Praça Santa Luzia pode ser, novamente, um cartão-postal. Mas, para isso, é preciso coragem política e compromisso com a vida — humana e animal.

Lugares bonitos e bem cuidados como a igreja, perdem-se em meio aos problemas da praça, como a caixa de som enferrujada no poste 


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