Idade, diabetes e pressão alta estão entre os principais fatores de risco; diagnóstico precoce é essencial para preservar a saúde ocular


A retina é uma estrutura sensível e vital para a visão – exames periódicos ajudam na detecção precoce de alterações graves.  Foto: Freepik

Da Redação da Rede Hoje

As doenças da retina representam um risco significativo à saúde ocular e, em muitos casos, podem evoluir de forma silenciosa, sem apresentar sintomas aparentes nas fases iniciais. O alerta é do Prof. Dr. Michel Farah, oftalmologista do H.Olhos Unidade CEOSP, da rede Vision One, que ressalta a importância de exames regulares para diagnóstico precoce e início do tratamento adequado.

A retina é uma membrana delicada localizada no fundo do olho, responsável por transformar a luz captada em impulsos elétricos que são enviados ao cérebro. Quando comprometida, pode causar distúrbios visuais graves e até mesmo a cegueira.

Fatores de risco

O envelhecimento natural do olho, associado a doenças sistêmicas como diabetes e hipertensão, além da exposição excessiva à luz solar sem proteção, são os principais fatores de risco para o surgimento de problemas na retina. A degeneração das estruturas oculares é cumulativa e, com o tempo, pode desencadear quadros como Retinopatia Diabética e Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI).

Sintomas de alerta

Segundo o Dr. Farah, embora muitas doenças da retina se desenvolvam de forma assintomática, alguns sinais podem indicar alterações e merecem atenção médica imediata:

  • Visão embaçada;

  • Flashes luminosos no campo de visão;

  • Sensação de "moscas volantes";

  • Dificuldade em ambientes escuros;

  • Alteração na percepção das cores;

  • Sensibilidade à luz;

  • Perda parcial ou total da visão;

  • Dor ocular, em casos de infecção ou inflamação.

Casos graves

Entre os quadros mais sérios, o descolamento de retina exige atenção urgente. Geralmente provocado por rupturas que permitem a entrada de líquido sob a retina, o descolamento impede a oxigenação adequada do tecido e pode causar cegueira. O tratamento, na maioria das vezes, é cirúrgico. “O principal sintoma é a perda do campo visual. Quanto mais rápido for o atendimento, maiores as chances de preservar a visão”, explica o médico.

Entre idosos e diabéticos

A DMRI, que compromete a mácula — região central da retina — é comum entre idosos. A forma seca da doença, mais frequente, avança lentamente, enquanto a úmida exige tratamento imediato. Já a Retinopatia Diabética decorre do acúmulo de glicose no sangue, que danifica os vasos da retina.

“Controlar rigorosamente os níveis de glicose e a pressão arterial é essencial para evitar danos à retina”, reforça o oftalmologista. Ele também recomenda hábitos saudáveis, como evitar o tabaco, manter uma dieta balanceada, praticar exercícios físicos e proteger os olhos com óculos escuros.

Avanços no tratamento

O Dr. Farah destaca o avanço nas tecnologias de tratamento. “Tanto para a DMRI úmida quanto para a Retinopatia Diabética, utilizamos injeções intravítreas com medicamentos que atuam diretamente na retina e melhoram a visão com segurança.”

Outra inovação mencionada é o uso do Valeda, equipamento moderno indicado para a DMRI seca. “Esse aparelho utiliza fotobiomodulação com luzes de baixa intensidade para estimular as células da retina, retardando o avanço da doença e, em alguns casos, até melhorando a acuidade visual”, afirma.

Prevenção e acompanhamento

O especialista reforça que a melhor forma de proteger a visão é através do acompanhamento regular com um oftalmologista. Exames como o mapeamento de retina e a tomografia de coerência óptica permitem identificar alterações precoces, mesmo antes de os sintomas se manifestarem.

“Não espere os sinais aparecerem. A prevenção é a chave para preservar a visão”, conclui o médico.



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