Emprego no agronegócio atinge recorde, indústria retoma produção e setor de serviços avança com sustentabilidade

Fotos: Agência Brasil, Freepik e Pixabay

Da Redação da Rede Hoje

O desempenho dos três setores da economia brasileira — primário, secundário e terciário — apresenta sinais variados de recuperação e transformação no primeiro semestre de 2025. Os dados mais recentes revelam crescimento no emprego agrícola, otimismo na indústria e forte impulso nos serviços voltados à sustentabilidade.

No setor primário, o agronegócio brasileiro atingiu um novo recorde de ocupação. Segundo o boletim Mercado de Trabalho no Agronegócio, do Cepea em parceria com a CNA, o Brasil chegou a 28,5 milhões de pessoas empregadas no setor no 1º trimestre deste ano, representando 26,23% do total de ocupações do país. O crescimento se deu, principalmente, nos segmentos de insumos (10,2%), agroindústria (4,8%) e agrosserviços (2,4%).

Comparado ao mesmo período de 2024, houve aumento de 0,6% no número de trabalhadores e crescimento de 2,2% nos rendimentos mensais. A formalização do trabalho avançou, com mais empregados com carteira assinada, maior nível de instrução entre os trabalhadores e aumento da participação feminina.

Na indústria, os indicadores de produção e expectativas voltaram a subir após meses de instabilidade. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o índice de produção alcançou 52 pontos em maio, maior valor do ano. A expectativa de demanda para os próximos meses chegou a 55,6 pontos, enquanto os índices de insumos e exportações ficaram em 53,9 e 52,5 pontos, respectivamente — todos acima da linha de 50 pontos, o que representa otimismo.

No entanto, o setor ainda enfrenta desafios. A intenção de investimento se manteve estável entre maio e junho, com 56,1 pontos, mas acumula queda de 2,7 pontos no semestre. Já o índice de emprego industrial ficou em 49,6 pontos, indicando retração no quadro de funcionários pelo terceiro mês seguido. Apesar da recuperação nas expectativas, o empresariado industrial ainda demonstra cautela para ampliar contratações.

Enquanto isso, o setor de serviços, especialmente os ligados à sustentabilidade e à energia renovável, segue em franca expansão. A geração de energia solar deve crescer 25% em 2025, conforme a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR). O país deve adicionar 13,2 gigawatts à matriz energética, superando a marca de 51,5 GW instalada.

O Banco da Amazônia (BASA) desempenha papel importante nesse avanço. A instituição oferece financiamentos como o FNO Energia Verde, voltado para pessoas físicas e jurídicas, com prazos de até 8 anos e possibilidade de financiar até 100% do projeto. Segundo o BASA, esse tipo de investimento pode gerar até 98% de economia na conta de luz.

Além da energia solar, o banco oferece linhas específicas para infraestrutura sustentável, agricultura familiar e projetos em áreas como turismo verde, saúde, educação e obras ecológicas. Em 2024, o BASA destinou R$ 4,5 bilhões em recursos para sustentabilidade empresarial, e a expectativa é de ampliar esse valor em 2025.

Projetos como o FNO Amazônia Rural Verde e o FNO Amazônia Infraestrutura também têm sido instrumentos de fomento a uma economia mais verde, com prazos de até 24 anos e taxas diferenciadas conforme o porte e o setor beneficiado. Os financiamentos abrangem desde usinas de compostagem até sistemas de telefonia em comunidades remotas.

O panorama dos três setores revela um Brasil que, embora ainda enfrente desafios em áreas como o emprego industrial, caminha para um equilíbrio entre crescimento econômico, formalização do trabalho e sustentabilidade. A integração entre os setores, aliada a políticas de incentivo e crédito, será decisiva para sustentar o desenvolvimento nos próximos trimestres


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