Iniciativa busca reduzir riscos à segurança e à infraestrutura urbana, em meio a um cenário nacional marcado por fiações expostas e vulneráveis a eventos climáticos extremos.
Postes com fios sobrecarregados e cabos abandonados são comuns em Patrocínio; plano piloto prevê reordenamento da rede aérea para reduzir riscos e melhorar a paisagem urbana. Foto: Secom | PMP
Da redação da Rede Hoje
Quem percorre as ruas das cidades brasileiras, como Patrocínio, se depara com um cenário comum: fios expostos, cabos soltos, postes sobrecarregados e caixas de internet mal instaladas. Essa realidade não apenas compromete a paisagem urbana, como também representa riscos à segurança de pedestres, motoristas e à estabilidade dos serviços de energia e telecomunicações.
Em novembro de 2023, um temporal em São Paulo escancarou o problema ao deixar bairros inteiros sem eletricidade por até cinco dias, derrubar árvores, postes e causar pelo menos oito mortes. Especialistas alertam que eventos climáticos extremos como esse serão cada vez mais frequentes, o que torna urgente a adoção de soluções estruturais nas cidades.
No Brasil, no entanto, a fiação subterrânea — alternativa mais segura e resistente — está presente em menos de 1% da malha elétrica. Os números são baixos mesmo em grandes capitais: apenas 0,3% em São Paulo, 2% em Belo Horizonte e 11% no Rio de Janeiro. O alto custo e a extensão territorial são os principais obstáculos.
Como Patrocínio vai tratar o problema
Patrocínio decidiu dar um primeiro passo. A Prefeitura lançou um Plano Piloto Integrado de Reorganização da Fiação Aérea Urbana, que pretende ao menos ordenar o emaranhado de fios que toma conta dos postes da cidade. A medida foi anunciada pelas redes sociais e discutida em reunião com o Procon, a Secretaria de Trânsito (Sestran), a Secretaria de Urbanismo e operadoras de telecomunicações.
Entre os problemas que a ação pretende resolver estão:
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Fios soltos e abandonados;
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Postes com carga excessiva de cabos;
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Instalações irregulares de caixas de internet;
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Riscos à segurança e à mobilidade urbana.
O plano começará por áreas previamente selecionadas e poderá se expandir para toda a cidade, conforme os resultados e a adesão das operadoras. Um levantamento técnico já está em andamento para assegurar o cumprimento das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
As próximas etapas incluem a criação de um cronograma detalhado e a atuação conjunta com as empresas responsáveis pelos cabos e conexões. A expectativa é que, com a reorganização, haja uma melhora visual, e mais que isso: maior segurança e eficiência na prestação de serviços essenciais à população.