Com 240 expositores e previsão de R$ 150 milhões em negócios, a Semana Internacional do Café 2025 reforça o papel do cooperativismo e da sustentabilidade na cafeicultura brasileira.

Aguinaldo Lima (Abics), Silas Brasileiro (CNC), Marcos Matos (Cecafé), Silvio Farnese e Janaía Macedo (MAPA)

Da Redação da Rede Hoje

A Semana Internacional do Café (SIC) 2025 está sendo realizada no Expominas, em Belo Horizonte, consolidando-se como a maior edição da história do evento. O crescimento de 50% em relação ao ano passado reflete o avanço do setor, reunindo 240 expositores e previsão de movimentar R$ 150 milhões em negócios. O evento ocorre até sexta-feira (7), com público estimado de 25 mil visitantes.

O Governo de Minas Gerais é parceiro na realização desde a primeira edição, por meio da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge). Sob o tema “Café em Transformação – Inovação, Sustentabilidade e Oferta do Mercado Global”, a SIC reúne representantes de mais de 40 países, reafirmando a posição de Minas Gerais como referência em qualidade e pesquisa.

Durante a abertura, o secretário de Agricultura, Thales Fernandes, destacou as ações da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-MG) e das vinculadas Emater-MG, IMA e Epamig. Segundo ele, a assistência técnica, a pesquisa e a certificação são pilares que sustentam a competitividade da cafeicultura mineira.

Essas iniciativas, segundo a pasta, garantem a qualidade e a sanidade dos produtos, assegurando espaço do café mineiro nas exportações do agronegócio. O trabalho integrado das instituições públicas e cooperativas vem permitindo o avanço tecnológico no campo e o aumento da produtividade.

A atuação do CNC


O Conselho Nacional do Café (CNC) tem participação ativa na SIC 2025, com foco em sustentabilidade e inovação. O presidente da entidade, Silas Brasileiro, reforçou o papel das cooperativas na representação dos cafeicultores e na valorização do trabalho dos produtores. Ele destacou que o evento é um ponto de encontro para discutir o futuro do setor e suas demandas.

Durante seu pronunciamento, Silas Brasileiro ressaltou o papel do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) na formulação de diretrizes técnicas e estratégicas. Segundo ele, o modelo de governança compartilhada entre o governo e a iniciativa privada garante decisões equilibradas e orientadas ao desenvolvimento do setor.

O presidente também destacou a importância do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) na gestão e apoio à cafeicultura. Ele lembrou que o CDPC, atualmente sob a liderança do ministro Carlos Fávaro, é conduzido por equipe técnica dedicada, com foco em políticas de fortalecimento da produção.

Entre os resultados desse trabalho está o lançamento da marca “Cafés do Brasil”, apresentado durante o evento. A iniciativa une identidade e qualidade, reafirmando o protagonismo do país como maior produtor e exportador mundial de café.

Iniciativas e instrumentos de apoio

A nova marca simboliza o esforço coletivo de produtores, cooperativas e entidades públicas e privadas. Segundo Silas Brasileiro, o projeto reflete a história e o trabalho de 330 mil produtores brasileiros, sendo 257 mil pequenos agricultores. Essa valorização busca ampliar o reconhecimento internacional do café nacional.

O Funcafé também foi apontado como instrumento central de apoio à cadeia produtiva. O fundo oferece crédito para custeio, comercialização, capital de giro e investimentos, permitindo maior estabilidade e segurança financeira aos cafeicultores.

Para o CNC, a renda gerada pela atividade é essencial à sucessão familiar no campo. O acesso ao crédito, aliado à capacitação técnica, possibilita que novas gerações permaneçam nas propriedades rurais, impulsionando a inovação e a sustentabilidade da cafeicultura.

Silas Brasileiro destacou que o fortalecimento econômico das famílias garante a continuidade da produção e da competitividade do setor. Ele enfatizou que o cooperativismo é peça fundamental nesse processo de integração e crescimento sustentável.

Cooperativas e parcerias estratégicas

As cooperativas associadas ao CNC tiveram destaque na SIC 2025, com estandes voltados à sustentabilidade, rastreabilidade e agricultura regenerativa. Entre as iniciativas apresentadas está o Programa Café Produtor de Água, desenvolvido pelo CNC em parceria com instituições públicas e privadas.

O trabalho das cooperativas reforça a representatividade dos produtores e promove o desenvolvimento técnico do setor. Segundo Silas Brasileiro, a integração entre cooperativas, governo e parlamento resulta em avanços concretos para a cafeicultura nacional.

O CNC também participou de painéis estratégicos, incluindo o Encontro da IWCA Brasil, que contou com a presença da diretora executiva da IWCA Mundial, Blanca Maria de Castro, e de lideranças femininas da cafeicultura. O evento destacou a importância da participação das mulheres na cadeia produtiva.

Outra ação relevante foi a assinatura de Acordo de Cooperação Técnica entre a Plataforma Global do Café (GCP) e o Governo de Minas Gerais, por meio da Emater-MG. O objetivo é alinhar agendas de ações voltadas à cafeicultura regenerativa no estado.

Pesquisa, inovação e conhecimento técnico

A cafeicultura regenerativa foi destacada como modelo de sucesso por unir produtividade e preservação ambiental. O CNC considera que a parceria entre entidades públicas e privadas consolida um sistema de produção mais equilibrado e competitivo para o Brasil.

Entre as novidades apresentadas na SIC está a cultivar MGS Epamig Amarelão, desenvolvida pela Epamig em parceria com a UFV e a Embrapa Café. A variedade apresenta alta produtividade, resistência a doenças e adaptação a diferentes sistemas de cultivo.

Também foi lançado o livro “Café Arábica: Tecnologias de Produção”, que reúne avanços científicos, práticas de manejo e informações sobre políticas públicas aplicadas ao setor. O material deve servir como referência técnica para produtores e instituições.

Silas Brasileiro destacou o papel da Embrapa e do Consórcio Pesquisa Café no desenvolvimento de novas tecnologias. Segundo ele, a integração entre pesquisa, governo e cooperativas mantém o Brasil na liderança mundial da produção sustentável e de qualidade reconhecida internacionalmente.


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