Cantor e compositor mineiro estava internado desde 18 de outubro e deixa legado na música brasileira com clássicos como “O Trem Azul” e “Paisagem da Janela”; paixão pelo clube foi transmitida ao filho Luca.


Lô Borges em apresentação recente; cantor era conhecido pelo talento musical e pelo amor ao Cruzeiro. (Fotos: Arquivo Pessoal e Bianca Aun/MTC)

Da Redação da Rede Hoje

O cantor e compositor Lô Borges faleceu aos 73 anos em Belo Horizonte. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (3) pela família do artista. Ele estava internado desde 18 de outubro no Hospital Unimed, na Região Centro-Sul, devido a uma intoxicação medicamentosa.

Nos últimos dias de internação, Lô respirava com ajuda de ventilação mecânica e passou por uma traqueostomia, procedimento cirúrgico para auxiliar na respiração. A família confirmou que, apesar dos cuidados médicos, ele não resistiu.

O músico foi um dos fundadores do movimento Clube da Esquina, junto com Milton Nascimento, Beto Guedes e seu irmão Márcio Borges. O grupo influenciou gerações com composições sofisticadas que misturavam música popular brasileira, jazz e rock.

Entre os sucessos de Lô Borges estão “Um Girassol da Cor do Seu Cabelo”, “O Trem Azul” e “Paisagem da Janela”, canções que atravessam gerações e são referência da música brasileira.

Trajetória musical e paixão pelo Cruzeiro
Nascido e criado em Belo Horizonte, Lô Borges manteve sempre uma ligação pública com o Cruzeiro, clube pelo qual era torcedor fanático. A paixão pelo time mineiro foi transmitida ao filho Luca, de 27 anos, e acompanhou grande parte de sua vida.

Além de Milton Nascimento, Beto Guedes e Márcio Borges, outros nomes como Toninho Horta, Wagner Tiso, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Túlio Mourão e Flávio Venturini participaram do Clube da Esquina ao longo dos anos.

A experiência musical começou ainda na infância, quando Lô conheceu Milton Nascimento nas escadas do Edifício Levy, na Avenida Amazonas. Dois meses depois, encontrou Beto Guedes, e juntos começaram a desenvolver harmonias que se tornariam o estilo do Clube da Esquina.

O movimento se consolidou em 1972 com o lançamento do disco Clube da Esquina, considerado um dos maiores álbuns da história da música brasileira e referência internacional.

Pausa e retomada da carreira
Após o sucesso inicial, Lô Borges fez uma pausa dos palcos, vivendo em Arembepe, na Bahia, mas continuou compondo. Em 1978, lançou o álbum Via Láctea, considerado um dos melhores trabalhos de sua carreira.

Nos anos 1980, fez sua primeira turnê nacional com o disco Sonho Real. Nos anos 1990, retomou destaque com a parceria com Samuel Rosa na música Dois Rios, ampliando sua visibilidade no cenário musical brasileiro.

Desde 2019, o artista manteve a tradição de lançar um álbum de músicas inéditas a cada ano. O último trabalho foi Céu de Giz, em agosto de 2025, parceria com Zeca Baleiro.

Legado e familiares
Lô Borges deixa o filho Luca e cinco irmãos: Márcio, Telo, Marilton, Nico e Yé. Sua obra musical e sua paixão pelo Cruzeiro marcam a memória cultural de Minas Gerais e do Brasil.

O artista será lembrado por suas composições, inovação musical e pelo vínculo afetivo com o clube mineiro, que sempre destacou em entrevistas e encontros familiares.



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