
Eustáquio Amaral | Primeira Coluna
Reflexão. Como no basquetebol, este autor, esta coluna, pede “tempo técnico”. Com muito respeito aos leitores da tradicional imprensa impressa. O célebre Júlio Louzada, anos 40 aos anos 80, quando apresentava o programa da Ave Maria, às 6 horas da tarde (Rádio Tamoio, depois Tupi-RJ), dizia “prece para meditação”. Era um programa de 10 minutos que “parava” o País e colocava o seu ouvinte a meditar (ao som da genial Ave Maria, de Charles Gounod, e Bach, composta em 1859, e bastante executada até os dias de hoje). Daí, será interrompida a publicação desta coluna na imprensa impressa. O motivo e algumas memórias desses 16 anos (pouco mais), nessa emblemática criação do grande amigo Tião Elói (Gazeta), entram no palco da saudade. Em resumo, agora é o período sabático.
O COMEÇO – Na edição de 24 de abril de 2009, a Primeira Coluna estreou na querida Gazeta de Patrocínio, na página 2 (onde esteve até esse momento). O destaque, daquela edição, foi quanto a Secretaria de Estado de Saúde, por meio do Secretário Marcus Pestana, já tinha investido em Patrocínio. Algo em torno de R$ 15 milhões. Se corrigido, esse valor pela “calculadora cidadã do Banco Central”, seria hoje como se o secretário Pestana já tivesse liberado R$ 38 milhões para PTC (depois, até 2014, vieram muitos milhões a mais, e, não eram emendas parlamentares. Eram só por decisão técnica e política).
A RECEPÇÃO – Na mesma edição, Luciano Capuano, em sua coluna “Comentários”, escreveu: “... Eustáquio Amaral patrocinense abnegado na defesa de sua “Santa Terrinha”, que fez coro à “Terra Mel Rangeliana”, de Sebastião Elói, para enaltecer as qualidade de Patrocínio e combater as suas mazelas...” Mais à frente, Capuano concluiu: “... Eustáquio estará aqui no dia 27/4/2009, na comitiva do Secretário Pestana e do vice-governador Anastasia, para a inauguração do Centro Viva Vida, que atenderá crianças, mulheres e idosos de toda a região.”
EXCLUSIVAS PARA A HISTÓRIA DE PATROCÍNIO – Quem foi o fantástico patrocinense Índio Afonso que, na verdade foram e são dois. O pai (personagem do livro de Bernardo Guimarães) e o filho (ou dois filhos). (Rangel também foram dois na história patrocinense). A família “Índio Afonso” é uma espetacular saga para novo romance e nova novela global. Quem matou o juiz Eloy Ottoni, em outubro de 1889? Esta coluna identificou três versões acadêmicas, envolvendo o Coronel Rabelo e os filhos do Cel. Rabelo. Mas quem foi o assassino, a mando dos Rabelos, foi o Índio Afonso (o filho, pois o legendário pai tinha sido assassinado em batalha com os irmãos Machado, em Estalagem (hoje, Estrela do Sul). E como o Cel. Rabelo morreu, também está registrado na Gazeta, nesses 16 anos.
REI NEGRO TAMBÉM EXCLUSIVO PARA A HISTÓRIA – Antes da fundação de Patrocínio (Fazenda Bromado dos Pavões), existiu na região Ibiá-Patrocínio, um imperador negro, de nome Ambrósio. Quilombo era um território/núcleo habitacional, independente dos mandatários da Colônia (Brasil). Como se fosse um país independente. E o negro Ambrósio (vindo da África como escravo) viveu e foi morto na região de Dourados (Patrocínio). Morou mais no (grande) Quilombo do Ambrósio, em Ibiá. História fascinante do Rei Ambrósio.
CENSOS ANTIGOS, INFORMAÇÕES ATUAIS, COM EXCLUSIVIDADE – Todos os censos do IBGE são e estão analisados pela coluna, registrados na Gazeta. Inclusive, o primeiro Censo (1872). Antes disso, o autor, em pesquisa no Arquivo Público, fez análise do Levantamento Populacional de Patrocínio, pouco depois da Independência, época que PTC era distrito de Araxá (1832-1835). Além disso, o IBGE propiciou ver de perto o crescimento da Pecuária, da Produção Agrícola, do PIB, do número de veículos, dos salários, das poucas árvores no Município, desde o começo desse século até a atualidade.
ENFIM... – Cada semana, um gostoso passeio na história no desenvolvimento (ou não), na economia, às vezes na boa política de antes e em personagens célebres que Patrocínio conheceu em seus quase 300 anos de existência.
O MOTIVO... – Este autor (ainda) é dirigente de órgão público, cujo Orçamento é maior do que o de Patrocínio. Esse órgão é sediado em cidade da RMBH (cidade distante 50 km de sua residência em BH). Tempo e prazo são para serem cumpridos, como dizia o governador Hélio Garcia. Aí, a compatibilidade de trabalho com o compromisso escrito da Santa Terrinha está e estava oneroso para o colaborador.
MAS O AMOR É MAIOR QUE “O MOTIVO” – Por ter horários mais flexíveis e incertos, liberdade, a Primeira Coluna não para. Ela continua na Rede Hoje e no Patrocinioonline. Em busca de seu 48º aniversário (fevereiro/2026), puramente amadora.
O QUE É “SABÁTICO” – O professor Dennis Di Donna, da Harvard Business School, define que “são momentos de reconstrução de identidade, propósito e humanidade.” No dialeto popular é pausa. Período sabático visa, por exemplo, escrever um livro. Para isso, há necessidade de sair da rotina. É uma interrupção, temporária de alguma atividade, que pode durar de dois meses a um ano.