Elza Lima | Com a Palavra 

O homem se expressa através da música desde os primórdios, seja em qualquer cultura, ambiente, idade ou época.

A música tem o poder de emocionar, inspirar, conectar pessoas, mudar o astral de qualquer indivíduo que tenha o mínimo grau de sensibilidade.

Existem diversos estilos e gêneros que chamam a atenção de diversos tipos de pessoas. Essa diversidade de gostos musicais que chamamos de preferência musical, é influenciada por vários fatores, como cultura, personalidade, idade, experiências de vida ou até mesmo de acordo com o contexto social em que o indivíduo está inserido.

O ambiente em que crescemos e vivemos molda nossa preferência em todos os sentidos e não é diferente em se tratando de música. O tipo de música que os pais ouvem, o que se ouve na infância e tradições do lugar onde vivemos, companhias, amigos, todos esses fatores podem desempenhar um papel importante para que possamos gostar ou não de um tipo de música.

Alguém que cresce ouvindo samba tende a desenvolver maior afinidade por esse gênero. Os adolescentes costumam se identificar com músicas que lhes trazem emoções e valores, como o pop ou rap, que na maioria das vezes abordam temas de liberdade ou rebeldia.

Tem também as influências externas, ou até mesmo características individuais que exercem um papel decisivo.

Estudos em psicologia indicam que pessoas mais extrovertidas tendem a preferir gêneros mais dançantes, enquanto que as pessoas mais introvertidas se conectam mais com os gêneros mais melancólicas e lentas. Na verdade a música é como um espelho emocional, que, costumam repetir a personalidade de cada um em suas preferências musicais. Seria como um meio de extravasar as emoções e sentimentos mais profundos.

Com as novas tecnologias a tendência tem aumentado em relação a gêneros musicais, e a tendência dos mais jovens, principalmente os que não tiveram oportunidade de conhecer músicas de qualidade, pode ser que adiram mais facilmente a esses novos gêneros.

Se pode conhecer músicas e artistas de qualquer parte do mundo com apenas alguns cliques, e com isso torna-se cada vez mais gostos mais diversificados e globalizado.

Ao mesmo tempo, os algoritmos de recomendação influenciam nossas escolhas, sugerindo novos sons com base no que já ouvimos, criando uma experiência musical personalizada, e isso, para que não tem muito conhecimento musical se deixa influenciar por qualquer som que atraia sua atenção em um derterminado momento.

Resumindo, a preferência musical vai muito além de um simples gosto por determinado gênero. Trata-se de como crescemos, como convivemos com outras pessoas, ela reflete nossa emoção, a algumas vezes até nossa personalidade e de que forma fomos educados e até mesmo no contexto social em que estamos inseridos.

A música está presente em todos os momentos da vida dos seres humanos: nas alegrias, tristezas, decepções, vitórias, celebrações e nossas memórias afetivas.

Cada canção que gostamos carrega um pedaço de quem somos, por isso compreender as preferências musicais é, de certo modo compreender a nossa própria essência humana, pois cada escolha fala um pouco de nós, de quem somos e como aceitamos as nossas adversidades e alegrias.

A preferência musical de cada pessoa muitas vezes não depende se a música é bem tocada ou se existe uma boa letra ou rimas adequadas. Muitas vezes uma determinada música marca um momento especial de nossa infância, ou nos lembra alguém que conhecemos em um determinado momento, e, que deixou marca e sempre que ouvimos nos lembramos dessa pessoa ou de um lugar específico.

Por outro lado a qualidade da música há de se reconhecer que nos últimos anos, não se pode dizer que por falta de cultura, conhecimentos da gramática ou incentivo por falta dos familiares o que se ouve em determinados locais não se pode chamar de música boa, por que senão o que diríamos de Ludwig Van Beethoven?


Elza Lima é empresária e escritora; mora em São Matheus, Espírito Santo


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