As mudanças visando as eleições de prefeito em 2024 e exoneração dos que não apoiaram o grupo do prefeito nas eleições deste ano são o estopim.



Bebé diz que está isolando e foi preterido como pré-candidato das próximas eleições — Foto: arquivo Rede Hoje

Da redação da Rede Hoje

Deiró Marra começou as mudanças políticas no Governo Municipal já visando as eleições de prefeito em 2024 e também exonerando aqueles que não apoiaram sua filha Maria Clara Marra (deputada estadual eleita) nas eleições deste ano. Exonerou Rodrigo de Oliveira e Neusa Ferreira (a pedido), esposa de Bebé, das superintendências do Procon e Ipsem, respectivamente.

Apesar de pessoas ligadas ao vice-prefeito Humberto Ferreira, o Bebé —, terem sido exoneradas de seus cargos no governo, o vice-prefeito disse na noite desta quinta-feira à Rede Hoje que não se afastará.

Segundo o site “Mais Um Online” do bem informado jornalista José Eloi Neto, isto pode acontecer. De acordo com o site “Bebé é vice-prefeito até o dia 31 de dezembro de 2024, mas não deve mais frequentar o Palácio dos Leões”.

Porém Bebé foi categórico numa conversa informal que teve com a Rede Hoje: “quem passou a informação ao MUOL está equivocado, meu espaço vou ocupar normalmente. Não sei o que o Governo está fazendo, o que está comprando, quais setores está promovendo, mais continuo no meu cargo”, disse Bebé.

Recentemente o vice-prefeito comentou, também informalmente, com a reportagem da Rede Hoje, estar chateado com o que vem acontecendo ultimamente, “porque fui sendo isolado aos poucos e era o candidato natural a prefeito nas próximas eleições, mas fui preterido. Então, busquei meus caminhos”, lamentou.

Humberto Donizete Ferreira anunciou que já está buscando apoio e será pré-candidato a prefeito nas Eleições 2024. Não revelou quais serão seus apoiadores, mas disse que vai entrar competitivo nesta disputa.

As exonerações

Neusa Ferreira, esposa de Bebé | Foto: divulgação

Neusa Ferreira, esposa de Bebé pediu exoneração do cargo de superintendente do Ipsem. Neusinha — como é chamada — estava à frente do Instituto Previdência dos Servidores Municipais de Patrocínio desde 2017. Ela disse a Rede Hoje que irá “descansar porque há pelo 10 anos não tenho folga”.

Já Rodrigo Oliveira, em comunicado nas redes sociais no início da semana, disse que “apesar dos imensos pesares, sinto gratidão pelo que o Deputado/Prefeito Deiró Marra proporcionou a mim. Gratidão é atributo de pessoas que conhecem a Jesus! Nada pode apagar. A minha 'veia política acendeu'" e que “voltarei a prefeitura pela porta da frente em 2024 (...) Não abro mão de expressar minhas opiniões e de manifestar o que acredito. Isso incomodou muita gente”.

O prefeito Deiró Marra deverá convocar uma coletiva para explicar os acontecimentos dessa semana, mas na última entrevista que concedeu disse que “no caso da candidatura de Maria Clara, cada um escolheu a opção que quis”, e concluiu explicando que na próxima eleição — que será de prefeito — quem não estiver fechado com o seu grupo vai sair a partir do final do ano.

Prefeitos sempre romperam com vices

Crises de rompimento entre o prefeito e o vice são episódios bastante comuns na história política mel rangeliana, é lembrada pelo Mais Um Online.

“Reza a lenda apenas o dr José Figueiredo (vice de Silas 1989/1992), Eduardo Arantes (vice de Betinho em 97/2000) e Lucas Siqueira (vice de Betinho em 2001/2004) se mantiveram firmes ao longo do mandato.

No mais, depois da Redemocratização, com o retorno das eleições diretas para o chefe do Executivo em Patrocínio, Carlos Ibrahim rompeu com Afrânio Amaral (1985/1988); Ildeu Pinheiro rachou com Júlio Elias (93/96); Jorge Marra descombinou com Júlio Elias (2005/2008); Fausto Amaral rompeu com Lucas Siqueira (2009/2012); Betinho se desentendeu com Lucas (2013/2016) e Gustavo Brasileiro rompeu com Deiró (2017/2020)