Vitória em Cristo financiará estrutura de evento convocado pelo ex-presidente no dia 25

O ex-presidente e o pastor 

Da redação da Rede Hoje

A Associação Vitória em Cristo (Avec), registrada na Receita Federal como organização religiosa e beneficiada por anistia tributária, planeja financiar a manifestação convocada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo, marcada para o dia 25 de fevereiro. Sob a liderança do pastor Silas Malafaia, a Avec é mantida por doações de fiéis da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, da qual Malafaia também é líder. O evento contará apenas com o trio elétrico Demolidor, alugado pela associação, segundo Malafaia.

Apesar de amparada legalmente para realizar manifestações públicas, a Avec é alvo de críticas por utilizar recursos financeiros que poderiam ir para os cofres públicos, sob a justificativa de suas atividades religiosas e assistenciais. Essa iniciativa de Malafaia tem recebido repreensões de outras lideranças evangélicas, como o pastor Eliel Batista, que a considera uma união entre um falso messias e um falso profeta, ambos alinhados numa postura antidemocrática.

Outra líder religiosa, a pastora luterana Lusmarina Campos Garcia, condena veementemente a postura de Malafaia e da organização que ele dirige, associando o financiamento das manifestações convocadas por Bolsonaro à pauta antidemocrática e golpista. A falta de resposta de aliados políticos de Bolsonaro, como o deputado Arthur Lira, em relação à presença no evento, também gera incertezas sobre sua realização.

Enquanto isso, a Avec, fundada em 1982 no Rio de Janeiro, mantém programas de formação religiosa e trabalhos sociais, além de estar presente na TV há 40 anos com o programa "Vitória em Cristo", apresentado por Silas Malafaia. A entidade promove cursos religiosos com valores entre R$ 40 e R$ 60 e aceita doações através de seu site, variando de R$ 30 a R$ 1 mil, com opção para outros valores.

Essa convocação para o ato ocorre num contexto de investigações da Polícia Federal sobre um plano de golpe de Estado envolvendo Jair Bolsonaro, ex-ministros e assessores, adicionando uma camada de controvérsia e preocupação em torno do evento planejado.


Fonte: ICL Notícias


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