Patrocínio em 1962. Foto: reprodução Rede Hoje



Viagem. Muitas vezes, é gostoso fazê-la pelo tempo. Como a de agora, que permiti visitar a Patrocínio de 1964. Exatamente, em dezembro. Portanto, há 59 anos. Tempo que os dois últimos prefeito e vice-prefeito eleitos por voto nas urnas governaram Patrocínio. Depois, vieram os prefeitos nomeados até a eleição de Afrânio Amaral (prefeito pela 3ª vez) em 1986. Essa viagem visita ao comércio patrocinense e aos dois melhores cinemas da história municipal: Cine Teatro Patrocínio e Cine Teatro Rosário.


FILMES INESQUECÍVEIS – No luxuoso Cine Patrocínio, cada dia uma película. No domingo era a melhor “fita” (termo usado à época), com repetição na segunda-feira subsequente. Por exemplo, dia 13/12/1964 (domingo). “Can-Can” estrelado por Frank Sinatra; dia 20/12/1964 (domingo), o filme exibido foi “Gangster de Casaca”, com ator-lenda Alain Delon. E dia 27, também domingo “Só Contra Roma”. O Rosário, praticamente, repetia a programação em dias diferentes. Mas, o Cine Patrocínio também era o melhor palco para as formaturas de dezembro. Em 1964, dia 10, foi a vez da Escola Normal N. S. do Patrocínio e de suas belas formandas.

AUTOMÓVEIS EM DESFILE – Automig à Av. Rui Barbosa, nº 314, era o seu revendedor Ford (camioneta e caminhão). Bem próximo, à Av. Rui Barbosa, 403 (esquina com Av. Faria Pereira), havia os revendedores DKW VEMAG (carrinho médio) e Vemaguete (perua). Abaixo, a Chevrolet, de Dimas Silva, também na avenida, que levava o nome de Patroauto. Já o Fusquinha Volkswagen era na CARPAL, ainda na Av. Rui Barbosa, 626. Somente, a Willys (carros Aero Willys, Gordini e Dauphine, Jeep, Rural) era na Rua Presidente Vargas (a um quarteirão da Av. Faria Pereira).

MANUEL NUNES E SUAS “BARBADAS– Máquina de costura Vigorelli por 90.000,00 cruzeiros, bicicleta Monark por 55.000,00 cruzeiros (ou CR$ 50.000,00), bicicleta para “senhora” (cano baixo) por 45.000,00 cruzeiros ou colchão de molas, superluxo, Invictus para casal, por 50.000,00. Sobre esse colchão, o Humberto Cortes contava “piadinhas” no Manhã Sertaneja (Rádio Difusora). Casas Manuel Nunes, vende muito porque vende barato, dizia o avocativo da propaganda.

PRODUTOS DA MODA; HOJE, EM EXTINÇÃO – Máquinas (de costura) Singer, Rádios Philco, enceradeiras Arno ou Walita, e, liquidificadores eram na Rua Elmiro Alves, 426, na Loja Singer. Já na Loja Rodrigues (Praça Santa Luzia, 31, no Hotel Santa Luzia) tecidos finos, inclusive a Linha Renner (proprietário: Pedro Rodrigues Pereira). Datilografia e taquigrafia (velocidade para escrever) ministrados no Curso Prof. J. G. da Silva (João Gualberto, que depois foi funcionário do Frigorífico Dourados e representante do CAP na Federação Mineira de Futebol-FMF), à Av. Rui Barbosa, 468. Tecidos linho e casemira, saias em “nycron” e tergal, camisas ban-lon (não precisava “passar” e era “a coqueluche”) encontrados à Av. Rui Barbosa, 200. Exatamente, na Casa Daura, de José Daura. Calçados (sobretudo, sapatos) Clark, Vulcabraz, Samelo e Fox comercializados na Casa dos Calçados, de Abrão Elias Nader, à Av. Rui Barbosa, 304. Por fim, relógios, canetas (de luxo) e discos (LP, 78 rotações e compactos, tudo de vinil) a Joalheria França, de Joaquim França, oferecia aos clientes. Endereço: Praça Honorato Borges, 789, ao lado do Cine Rosário e do lendário Barão Engraxate. A linda e graciosa Terezinha França (filha de Joaquim) também exercia a arte comercial, além de colunista musical e de rádio, na imprensa escrita local.

PEQUENAS INDÚSTRIAS DE PRODUTOS CONHECIDOS – Que beleza! A cidade já possuiu diversas pequenas empresas industriais. Em 1963-1964 existiu na região onde é o Catiguá Clube, a Química Industrial Patrocínio Ltda. Ela fabricava o Sabão Espumol em pó, sabonetes, saponáceos, ceras para assoalhos (depois, lustrava-se com a enceradeira ou o pesado “escovão”), e, outros produtos de limpeza. Já a Indústria Caramurú fabricava farinhas de milho e de mandioca, fubá mimoso, fubá de canjica, farelos e rações para animais. Situava na Rua Nhonhô Paiva, 1.753.

BEBIDAS INESQUECÍVEIS – Guaraná Banho de Lua, soda limonada e “laranjada” Banho de Lua. À Rua Presidente Vargas, nº 1.611, Geraldo Magela de Oliveira fazia os refrigerantes e distribuía a Água Serra Negra. Aliás, essa maravilhosa água tinha inaugurado novo sistema de engarrafamento, bem como, oferecia também o sal e creme sulfuroso (havia fonte de água sulfurosa junto ao hotel). E, hoje, continuam abandonados?

COMEÇO DE UMA POTÊNCIA – O Frigorífico Patrocínio S.A., da família Elias, localizava-se na Av. José Maria Alkmim, 786. Além do atacado, atendia varejo (consumidor individual) da 7h às 10h30 e das 12h às 17h30. Já nos anos 80, tornava-se o Frigorífico Dourados.

LOJAS QUE SÓ O PENSAMENTO REGISTRA – Casa Libaneza, de Rabah Issa, na Av. Rui Barbosa, 245. “A Brasileira” (materiais para construção), à Rua Pres. Vargas, 1.600. Casa Brasil, de Abrão Daura, na Av. Rui Barbosa, 181. Narciso Azul, de Rosa Isaac Marques, na Av. Rui Barbosa, 197 (perfumaria e brinquedos). Papelaria Cacique à Rua Cel. João Cândido, 378 (no Hotel Santa Luzia). Já na Praça Santa Luzia, 31, a Casa do Jamal (roupas).

COMO TINHA ARMAZÉM! – Na Rua Gov. Valadares, 727, existia o Armazém Santa Terezinha. Na Rua Cel. João Cândido, nº 403, um dos mais famosos: Armazém do Povo (do Sr. Rubens). Armazém Cortes na Av. Faria Pereira, 574. Armazém São Lucas na Rua Governador Valadares, 922. Armazém Bela Vista, que vendia também querosene, ficava na Av. Faria Pereira, 189. Armazém Constantino (de José Constantino, irmão de Nenê Constantino), à Av. Rui Barbosa, 248. E, uma “venda” (pequeno armazém), em cada esquina, vendia arroz, feijão, milho, fubá, açúcar, etc., a granel, pesados na balança na hora. Além, da boa pinguinha no balcão, que tinha centenas de fregueses para o fato. A “venda” do Juca do Polidoro, do Sr. Valdemar, do Sr. Vicente Caldeira, do Antônio Alonso, do Agnaldo, por exemplo, colaboravam com os “armazéns” na comercialização dos gêneros alimentícios na cidade.


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