Foto: Prefeitura de Santos|Divulgação
Uma das coisas que a profissião me permitiu foi conversar com pessoas e ter expiriência que de outra forma eu não teria. Sou grato a Deus por isso. O personagem da crônica de hoje é uma dessas pessoas que valeu a pena conhecer. Essa "Som da Memória", na minha concepção, é uma das melhores, pois seu personagem é um personagem da cultura mundial, embora o reconhecimento pelo seu talento e capacidade esteja longe de chegar ao que foi o escritor, dramaturgo, ator e jornalista Plínio Marcos.
Era maio de 1985 a reabertura do Teatro Rosário na Praça Honorato Borges, onde antes funcionava o então decadente Cine “Teatro” Rosário, deveria ser uma festa. Mas, como nos dias atuais, a cultura estava num plano inferior, com o Brasil ainda saindo da escuridão, sem saber que rumo tomaria. Aquele teatro deveria ser uma grande opção de cultura e lazer para a população e espaço para artistas mostrarem o seu trabalho. Mas que durou pouco.
A programação reabertura foi com o grupo sul-americano Tarancón, inclusive com músicos Mineiros na composição. À inauguração compareceram caravanas de Coromandel, Patos de Minas, Monte Carmelo e grande público patrocinense. Na semana seguinte, um sábado, dia 18 de maio, a “Talento”, empresa dos jovens Flávio José de Almeida e José Isaac, trouxe a Patrocínio, o dramaturgo, escritor e jornalista Plínio Marcos. Este vinha com a peça “O palhaço repete o seu discurso”. Foi um sucesso estrondoso, visto que mais de 400 pessoas viram, riram e aplaudiram.
O talento e a capacidade de Plínio Marcos eram indiscutíveis. Eu, um jovem repórter do interior, também achei que tão indiscutível quanto seu talento “era a sua prepotência e falta de educação”. Mas, Plínio Marcos tinha toda a razão em tratar mal à imprensa e você vai saber porque.
No restaurante Brumado dos Pavões, que funcionava no mesmo prédio do Cine Teatro Rosário, procurei Plínio Marcos. Depois do espetáculo ele estava lá sentado, sozinho, camisa xadrez, bolsa a tiracolo grande, amarela e velha. Me apresentei como repórter da revista Presença. Queria falar da vida e arte dele. Mau educado e desatencioso, ele atendeu me atendeu. Conversamos um pouco, até que o gelo quebrou.
Então ele me contou uma história fantástica:
– Eu era cronista esportivo. Escrevia para revista Veja. Escrevi uma crônica sobre o time do Santos e a genialidade de Pelé. Acabei preso pela Polícia Federal.
– Ué, por uma crônica esportiva? - perguntei.
– É que a crônica colocava Pelé como responsável pela ascensão do time e fazia uma comparação a situação do país, que não tinha alguém que conseguisse fazer pelo país o que o jogador havia feito pelo Santos. - contou
– Mas, não tem nada demais. – ponderei
– Também acho, só porque eu disse o ironizando “a não ser que Pelé seja o presidente”.
Plínio Marcos destacava ainda na sua crônica que “não é com medalha que se faz a grandeza de um país”.
– E o que aconteceu? - perguntei
– Era período de repressão. A partir desse instante a perseguição aumentou e eu fui despedido da revista Veja por pressão. Mino Carta era o meu chefe na época. Quando ficou sabendo, também pediu demissão. Depois ele fundou o jornal “República” e me levou. Acabou me despedindo. - contou
Mas, para Plínio Marcos “a censura agora(1985) é muito pior. A imprensa toda me boicota”. Aí, entrou a minha opinião de repórter inexperiente, que não tinha a mais vaga noção de como a grande mídia agia – hoje é pior –, e o que pensava era baseado no que eu lia, principalmente na Folha, no Estadão e no Estado de Minas. Coloquei no texto da revista Presença, que esse fato – do boicote da imprensa – era é fácil entender “pela da maneira com que trata os repórteres”. Repetindo o que lia sem saber que ele protestava contra os veículos, não com os repórteres como eu ou ele.
Plínio Marcos explicou como funcionava.
– O Estadão - jornal Estado de São Paulo – não crítica nem elogia, simplesmente me ignora. Só a mim, a Dom Hélder Câmara – bispo católico, arcebispo emérito de Olinda e Recife; um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e grande defensor dos direitos humanos durante a ditadura militar no Brasil. Pregava uma Igreja simples, voltada para os pobres, e a não-violência; o brasileiro por mais vezes indicado ao Prêmio Nobel da Paz, com quatro indicações - e muitas outras pessoas "
Para Plínio Marcos, naquele 1985, a imprensa brasileira já deixava muito a desejar. Se fosse vivo hoje diria que nada mudou na mídia
– Considero o jornal Folha de São Paulo uma porcaria. O único jornal razoável do Brasil é o JB, o Jornal do Brasil. Também não gosto do trabalho desenvolvido pela televisão e o do rádio pior ainda. - analisava
Sobre Tancredo e Sarney, tinha uma visão muito clara.
– Nada mudará com o novo governo – depois da ditadura – a única coisa nova é o nome, o resto é tudo velho. É necessário uma participação geral, de todos os segmentos da nação. Com Tancredo também não seria diferente, ele era um conservador que fez o ministério reacionário. O governo de José Sarney será a mesma coisa dos outros. - profetizou.
À minha pergunta sobre o que ele achava bom para o Brasil, Plínio Marcos respondeu sem pestanejar: “o povo. Para que seja feito algo, tem que ser iniciado de baixo para cima, caso contrário o resultado será nada " concluiu.
Quem era
Plínio Marcos de Barros (Santos, 29 de setembro de 1935 — São Paulo, 19 de novembro de 1999) foi um escritor brasileiro, autor de inúmeras peças de teatro, escritas principalmente na época do regime militar. Foi também ator, diretor e jornalista. Foi casado por 25 anos com a jornalista Vera Artaxo, falecida em julho de 2010, e, anteriormente, com a atriz Walderez de Barros, com quem teve três filhos, entre os quais, o também dramaturgo Léo Lama. Na década de 1980, apesar da censura do governo, que visava principalmente aos artistas, Plínio Marcos viveu sem fazer concessões, sendo intensamente produtivo e sempre norteado pela cultura popular. Escreveu nos jornais Última Hora, Diário da Noite, Guaru News, Folha de S.Paulo, Folha da Tarde, Diário do Povo (Campinas), e também na revista Veja, além de colaborar com diversas publicações, como Opinião, O Pasquim, Versus, Placar e outras.
A obra.
Obra teatral. Teatro adulto
Barrela, 1958
Os fantoches, 1960
Jornada de um imbecil até o entendimento (1ª versão)
Enquanto os navios atracam, 1963
Quando as máquinas param (1ª versão)
Chapéu sobre paralelepípedo para alguém chutar (2ª versão de Os fantoches)
Reportagem de um tempo mau, 1965
Dois perdidos numa noite suja, 1966
Dia virá (1ª versão de Jesus-homem), 1967
Navalha na carne, 1967
Quando as máquinas param (2ª versão de Enquanto os navios atracam), 1963
Homens de papel, 1968
Jornada de um imbecil até o entendimento (3ª versão de Os fantoches)
Abajur Lilás, 1969
Oração de um pé de chinelo, 1969
Albina de Iansã (musical), 1970
Feira livre (opereta), 1976
Noel Rosa, o poeta da Vila e seus amores (musical), 1977
Jesus-homem, 1978 (2ª versão de Dia virá, 1967)
Sob o signo da disco teque, 1979
Querô, uma reportagem maldita (adaptação para teatro do romance do mesmo título, escrito em 1976), 1979
Madame Blavatski, 1985
Balada de um palhaço, 1986
A mancha roxa, 1988
A dança final, 1993
O assassinato do anão do caralho grande (adaptação para teatro da novela do mesmo título), 1995
O homem do caminho (monólogo adaptado de um conto do mesmo título, originalmente intitulado Sempre em Frente), 1996
O bote da loba, 1997
Chico Viola(inacabada), 1997
Teatro infantil
As aventuras do coelho Gabriel, 1965
O coelho e a onça (história dos bichos brasileiros), 1998
Assembléia dos ratos, 1989
Seja você mesmo (inacabada)
Livros
Navalha na carne (teatro), 1968
Quando as máquinas param (teatro), 1971
Histórias das quebradas do mundaréu (contos), 1973
Barrela (teatro) (1976)
Uma Reportagem Maldita – Querô (romance), 1976
Inútil canto e inútil pranto pelos anjos caídos (contos), 1977
Dois perdidos numa noite suja (teatro), 1978
Oração para um pé-de-chinelo (teatro), s/data
Jesus-homem (teatro), 1981
Prisioneiro de uma canção (contos autobiográficos), 1982
Novas histórias da Barra do Catimbó (contos), s/d
Madame Blavatski (teatro), 1985
A figurinha e os soldados da minha rua – histórias populares (relatos autobiográficos), 1986
Canções e reflexões de um palhaço (textos curtos), 1987
A mancha roxa (teatro), 1988
Teatro maldito teatro (contém as peças Barrela, Dois Perdidos Numa Noite Suja e O Abajur Lilás), 1992
A dança final (teatro), 1994
Na trilha dos saltimbancos (conto), data imprecisa
O assassinato do anão do caralho grande (noveleta policial e peça teatral), 1996
Figurinha difícil – Pornografando e subvertendo (relatos autobiográficos), 1996
O truque dos espelhos (contos autobiográficos), 1999
Coleção melhor teatro (com as peças Barrela, Dois perdidos numa noite suja, Navalha na carne, Abajur lilás, Querô), 2003
Obras publicadas no exterior
Kéro, un reportage maudit, traduzido por M. Kerhoas e P. Anacaona, collection Urbana, Editions Anacaona, Paris, 2015
Fonte consultada sobre obras: Wikipedia
O SOM DA MEMÓRIA
Luiz Antônio Costa.
Crônica publicada no livro "O Som da Memória - I" de 2012 e na Rede Hoje em 2016. Hoje, o texto é parte da apresentação da Cia. Borboletas no Aquário, um grupo patrocinense faz da contação de histórias, música e teatro, em Patrocínio, MG, formado só de mulheres - Jéssica Borges, Laira Arvelos, Letícia Borges e Luciana Borges - usa o texto abaixo em parte dos eventos que participa. No ano passado receberam homenagem em Brasilia, numa parceria entre embaixadas de vários países, Câmara dos Deputados e Associação Amigos das Histórias, que reuniu contadores de histórias de todo país para apresentações e troca de conhecimentos
“Hoje num vô vê o CAP jogá, não. Vou fazer sete quilômetros de cerca de arame farpado” ou “esse programa num tem audiência não, podexá”. Assim, engraçado, com tiradas e bordões criativos, Humberto Cortes acordou os patrocinenses, todas as manhãs – de segunda a sábado - de 1959 até 2005.
Era irreverente no tornando celebre pelas suas colocações de duplo sentido e as frases de Pára-choque de Caminhão. Um bordão criado pelo ele, “Podexá”, tornou-se gíria, e chegou a ser gravado em música da dupla sertaneja Gino e Geno, amigos pessoais de Humberto Cortes.
No tempo em que o rádio era o um equipamento fundamental, especialmente para quem morava na zona rural, o programa do Humberto Cortes era uma espécie de correio com telegrama falado. As mensagens devem ser curtas, porque os recados são muitos, se forem grandes, não dá tempo de falar todos.
Funciona assim: a pessoa que precisa avisar algo para alguém que está na zona rural vai até a emissora, deixa um recado curto com a informação, na certeza de que, das 7h00 às 8h00, toda a zona rural estará ligada, justamente aguardando essas informações. E é daí que surgem as passagem mais cômicas e, em boa parte, de duplo sentido. O Cortes jura que não é intencional.
Certa vez, a mulher de um pequeno produtor de queijo vem à cidade receber dinheiro de dois comerciantes. Como ela recebe só de um e o outro prometeu pagamento para o dia seguinte, ela coloca o aviso que tem que ficar na cidade até o outro dia.
O Humberto Cortes manda o resumo do recado:
- Alô, alô seu João, na fazenda tal, região de Córrego da Mara, dona Maria avisa que não vai hoje porque o negócio não entrou tudo. Amanhã entra o resto e ela vai.
Outro:
A mulher veio à cidade para dar à luz a um filho. Foi parto normal, correu tudo bem e dois dias depois ela estava bem e já tinha condições de ir embora. Manda avisar ao marido para esperar no ponto do leite – onde ficam os latões de leite que o caminhão recolhe (aqui um adendo: o caminhão que transporta o leite é o ônibus, o caixeiro viajante e o correio, nesta época, porque é o único meio diário garantido). E o Humberto Cortes, mais uma vez, resume:
- Alô, senhor fulano, dona beltrana avisa que já ganhou o nenê. É “menino homem” e os dois passam bem. Amanhã, pode levar o cavalo no ponto que ela já agüenta. Evidente que ela agüentaria cavalgar do ponto do leite até à sede da fazenda.
São inúmeras histórias. Numa delas, quase deu separação, mas não foi culpa do locutor. As Casas Manuel Nunes foram patrocinadoras do “Manhã Sertaneja” do famoso locutor durante toda a existência do programa. E mandava os nomes dos compradores como parte inteligente do marketing. “O senhor fulano, da fazenda tal, sabe economizar. Foi ao Manuel Nunes e comprou um capa de chuva e frerramentas. Vai trabalhar protegido e pagou menos”.
Numa dessas, o Humberto Cortes diz:
“O senhor fulano de tal, da Barra do Salitre não vai ter mais problemas de coluna, vai dormir muito melhor. Comprou um colchão de casal novinho no Manuel Nunes”. Mas, o tal fazendeiro tinha levado o colchão pra casa da amante. A esposa, lógico, quis saber da história. O esperto produtor explicou a ela que “esquecera” o colchão na cidade. Voltou e comprou outro colchão. No dia seguinte, o Cortes manda: “O fulano é mesmo inteligente e sabe economizar. Gostou tanto do colchão que voltou ao Manuel Nunes e comprou outro igualzinho”. O fazendeiro, provavelmente, não deu conta de explicar essa.
Outra característica do Côrtes era o improviso nas peças publicitárias.Certa vez, falando das propriedades de um produto: “Na farmácia tal, você tem Biotônico tal. O seu Joaquim toma, fica mais animado, trabalha mais alegre, fica muito mais disposto e a dona Geralda num acha bão. Não, podexá!”.
Acordar todos os dias com aquela “leréia” era uma delícia. O Humberto Cortes marcou o seu tempo com simplicidade, alegria e até uma dose de ingenuidade. Foi um dos grandes comunicadores do rádio brasileiro, disso não tenho dúvidas. Era o nosso “Chacrinha” e serviu de exemplo para muitos profissionais do ramo.
Quem pode ouvi-lo, com certeza, não ficou indiferente aos seus métodos, que não sei se funcionariam na segunda década dos anos 2000, mas, por quase metade do século XX ele foi imbatível. Era a alegria das manhãs patrocinenses.
Crônica publicada no livro "O Som da Memória - I" de 2012 e na Rede Hoje em 2016
Estou triste, como se tivesse perdido alguém bem próximo. O desaparecimento hoje de um dos maiores jornalistas, escritores e humistas da minha geração, mexeu comigo. Morreu hoje, aos 63 anos, Gilberto Dimenstein.
Ele foi um dos meus mestres, mesmo sem me conhecer. Por causa de influencia de profissionais como ele, do trabalho que ele realizava - principalmente na Folha -, segui a trilha do jornalismo mais humano, social, vendo pessoas; tendo sempre um pé atras com os que estão no poder, que muitas vezes usam o jornalista para alcançar seu objetivo. Agora, com o ciberjornalismo, ainda que impondo uma série de constrangimentos que limitam a ação e a produção jornalística, temos a garantia de que podemos agir em benefício da sociedade e da democracia com muito menos amarras. O Gilberto Dimesntein também entendeu este viés e possou a trabalhar por contra propria no seu "Catraca Livre".
O conheci através de seus textos da Folha de São Paulo, onde mantinha uma coluna e fazia a defesa de pessoas de classes sociais que não têm voz, principalmente crianças e adolescentes. Escreveu mais de uma dezenas de livros. Entre os quais "Meninas da Noite" que é o resultado de uma série de reportagens feitas entre entre 1985 e 1995, sobre a prostituição infantil, e que foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo em 1992.
Gilberto Dimenstein, tinha 63 anos. Crédito: Bruno Santos / Folhapress
O livro fala de meninas consideradas escravas da região Norte e Nordeste do Brasil. Foi um trabalho amplo, que durou um ano entre planejamento, investigação e publicação das matérias. Dimenstein viajou durante seis meses pelo Norte e Nordeste do Brasil, procurando lugares onde meninas eram escravizadas sexualmente ou quase mantidas em cativeiro.
Filho do pernambucano de origem polonesa Adolfo Dimenstein e de uma paraense de ascendência marroquina, é oriundo de uma família judaica. Seus pais instalaram-se na Vila Mariana, distrito de São Paulo
Em 2019, foi diagnosticado com um câncer no pâncreas. Faleceu no dia 29 de maio de 2020, em decorrência de um câncer de pâncreas.
Hoje, o site de Dimenstein, registra:
"É com profunda tristeza que a Catraca Livre anuncia o falecimento de seu fundador, Gilberto Dimenstein, aos 63 anos de idade. Dimenstein morreu nesta sexta-feira, 29, às 9h, enquanto dormia. O escritor, educador e jornalista deixa dois filhos, Marcos Dimenstein e Gabriel Dimenstein, a esposa, Anna Penido, e um netinho. Ele travava uma luta contra um câncer no pâncreas há nove meses.
Em sua última entrevista, ao UOL, Dimenstein afirmou que estava vivendo 'ma história de amor com o câncer'. Os tratamentos não estavam adiantando, e o jornalista não resistiu."
Recorro ao Wikipédia, pra trazer parte de seu rico curriculum:
Formado na Faculdade Cásper Líbero, foi colunista da Folha de S.Paulo e esteve na Rádio CBN. Já foi diretor da Folha de S.Paulo na sucursal de Brasília e correspondente internacional em Nova Iorque daquele periódico. Trabalhou também no Jornal do Brasil, Correio Braziliense, Última Hora, revista Visão e Veja. Foi acadêmico visitante do programa de direitos humanos da Universidade de Columbia, em Nova Iorque.
Por suas reportagens sobre temas sociais e suas experiências em projetos educacionais, Gilberto Dimenstein foi apontado pela revista Época em 2007 como umas das cem figuras mais influentes do país.
Ganhou o Prêmio Nacional de Direitos Humanos junto com Paulo de Evaristo Arns, o Prêmio Criança e Paz, do Unicef, Menção Honrosa do Prêmio Maria Moors Cabot, da Faculdade de Jornalismo de Columbia, em Nova York. Também ganhou os prêmios Esso (categoria principal) e Prêmio Jabuti, em 1993, de melhor livro de não-ficção, com a obra "Cidadão de Papel".
Foi um dos criadores da ANDI - Comunicação e Direitos, uma organização não-governamental que tem como objetivo utilizar a mídia em favor de ações sociais. Em 2009, um documento preparado na Escola de Administração de Harvard, apontou-o como um dos exemplos de inovação comunitária, por seu projeto de bairro-escola, desenvolvido inicialmente em São Paulo, através do Projeto Aprendiz. O projeto foi replicado através do mundo via Unicef e Unesco.
Participou do programa de liderança avançada de Harvard e é o idealizador do site Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle.
Em dezembro de 2013, Dimenstein anunciou, na própria coluna que escrevia para a Folha de S.Paulo, seu desligamento do jornal, do qual foi colunista por 28 anos.
Em 13 de fevereiro de 2017, Dimenstein deixou a Rádio CBN para criar um projeto próprio. O blog "Catraca Livre".
Dimesnten, saiba que você cumpriu seu papel com fibra, honra e que, com certeza, trouxeram resultados positivos para o pais. É lamentável perdê-lo, especialmente num momento em que precisamos muito de pessoas como você. Mas, que fazer... é a vida. Densance em paz. Você mereceu!
Vale a pena conhecer os livros do escritor patrocinense Fabiano Salim(foto). Por seu seu amigo, tenho o privilégio de ter a coletânea, pois, mesmo morando em Ilhéus, na Bahia, sempre que vem à Patrocínio, Salim traz um novo livro e vai aonde eu estiver me levar um exemplar.
Somos da mesma geração e curtimos muitas coisas em comum, uma delas, a literatura, que começamos a admirar especialmente nas reportagens do Pasquim.
Pasquim, um jornal libertário, combativo e de textos explêndidos, dos anos 1970, época da ditatura. Era da Editora Codecri(sigla de “Comando de Defesa do Crioléu”) que tinha gente do naipe de Henfil, Jaguar, Tárik de Souza, Ziraldo. Dela, ainda restam na minha estante duas obras: “Dicionário da Comunicação” - que Ziraldo, um dos que me influeciaram pelos caminhos do jornalismo, revelou a mim em entrevista, que nem ele tem, pois perderam os direitos; e "O Som do Pasquim"(presente de minha filha Patrícia), em que a equipe do jornal realiza entrevistas deliciosas, com Chico Buarque, Raul Seixas, Waldik Soriano.
Fabiano Salim – engenheiro Agrônomo – nasceu em Patos de Minas, mas foi criado em Patrocínio. Seu gosto pela literatura o levou a publicar nada menos de cinco obras, todas contos, desde 2015, ou seja, uma por ano(que inveja). Ele é como o Roberto Carlos, todo ano tem coisa nova. Enquanto eu ainda estou em três edições da série de crônicas “O Som da Memória”, e encalacrado na fase de produção de outros três: dois livros reportagem sobre o café e sobre o CAP (Atlético Patrocinense); e um romance “Efeito Boboleta”.
Capas de dois dos livros mais recentes de Salim
Fabiano Salim já começou em 2015 com uma obra que é uma coletânea de textos premiados em concursos pelo país: “Pai, um conto sem ponto”. Depois vieram:”Alguns contos, um caso”, “Cais e Filhos”, “A lavadeira e outros contos” e o mais recente “Dois Meninos”. Cada qual mais recheado de graça, situações inusitadas e muitas, muitas emoções. São contos que lhe renderam participações em antologias, prêmios e moções.
Todos você encontra no e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.. Experimente esta literatura agradável e que fala muito de nós, pois, boa parte dos contos se passa em Patrocínio, MG. Além do mais, nas páginas do livros dele é certeza de viagem por um mundo mágico, intrigante e lírico.
LUIZ ANTÔNIO COSTA
É preciso reconhecer o trabalho realizado por instituições como o Corpo de Bombeiros de Minas. E a sociedade reconhece, especialmente depois de tagédias como a das mineradoras no estado, onde dezenas de pessoas perderam a vida e seriam muito mais, não fosse a ação pronta destes bravos cidadãos. O reconhecimento chegou agora em forma de números de pesquisa, constatando o que todos já sabíamos.
A nova pesquisa divulgada hoje (08) pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), destaca novamente o Corpo de Bombeiros como a instituição mais credível do país. Desde 2009, o Corpo de Bombeiros vem liderando o ranking do Índice Confiança Social (ICS) no Brasil, com um aumento de 6 pontos em relação a outras instituições, de acordo com o levantamento do instituto.
Uso na coluna de hoje, os dados liberados pelo comando dos bombeiros de Minas, que corroboram o que estou dizendo. O detalhamento dos dados mostra que a confiança na Corporação se reflete em todas as faixas etárias, escolaridade e classe econômica, região e religião. "Isso prova a confiança irrestrita da credibilidade da população no Corpo de Bombeiros" diz a nota da corpoação, com a qual concordo e assino embaixo.
A atuação do Corpo de Bombeiros na tragédia ocorrida em Brumadinho, elevou o índice de confiança na Corporação em todo o Brasil e no exterior, se consolidando também no cenário internacional pela atuação dos bombeiros mineiros na força-tarefa de ajuda humanitária em Moçambique, na África.
Marcas que elevam a responsabilidade social do CBMMG seja com a população mineira ou povos de outras nações, zelando sempre pela excelência no compromisso de salvar vidas onde for preciso.
Parabéns aos Bombeiros do Brasil, especialmente aos profissionais de Minas. Nós, cidadão, confiamos em vocês(também cidadãos).
A Academia Patrocinense de Letras(APL), com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, lança na próxima segunda-feira, 1 de abril, às 19h, na abertura da Fenacafé, o livro “Patrocínio, Terra Minha”, com textos de vários acadêmicos da APL.
Esse livro era para ser lançado na abertura da festa da cidade em 2018, mas não houve tempo devido à sua organização. Foi muito trabalho envolvido de alguns acadêmicos, principalmente das organizadoras Fátima Machado e Maria José Magalhães(Lalá). Contou com o apoio fundamental – especialmente financeiro – da secretária Municipal de Cultura, Eliane Nunes.
A edição esmerada foi da “Páginas Editora” de Belo Horizonte, da patrocinense Leida Reis.
Uma sinopse na quarta capa do livro define bem seu conteúdo. “Escrito e organizado pelos integrantes da Academia Patrocinense de Letras, com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, (o livro) reúne textos de diversos gêneros que revelam as memórias e a identidade cultural da cidade. São crônicas, contos e poemas abordando os temas Espaço, História, Lirismo, Memórias, Personalidades Folclóricas, Missivas e reflexões, fazendo desta obra um importante documento literário para a posteridade”.
O livro nasceu de uma ideia lançada numa reunião da APL de que tínhamos que ter um registro da nossa história contado na visão dos acadêmicos ao longo dos tempos. Com certeza representaria boa parte dessa história.
Reuniões de tratativas do livro entre acadêmicos da APL e a secretária de Cultura(de preto), Eliane Nunes. Foto: Waldir Junior|SMC
Foram várias outras reuniões onde foram discutidas a forma, a pesquisa e a publicação. Coube a Fátima Machado e Maria José Magalhaes, pesquisar e organizar os textos. Partiu-se então para a busca do suporte financeiro. Até que a APL encontrou em Eliane Nunes a grande parceira. A secretária de Cultura se dispôs a buscar o apoio financeiro no Governo Municipal e de apoiar na logística de produção e lançamento do livro.
Foi então, possilitada a obra que será lançada na segunda-feira, abertura da semana de comemorações do aniversário de Patrocínio.
Ali são contadas passagens que vão dos tipos folclóricos de Patrocínio até uma ata de uma solenidade comemorativa do centenário do Município em abril de 1942, redigida em 23 de fevereiro de 1944 por Gérson de Oliveira em que se faz um resumo da história de Patrocínio; registrada por Joaquim Carlos dos Santos e assinada pelo prefeito da época José Garcia Brandão. Até o Hino Oficial de Patrocínio, com letra de Agusto de Carvalho e música de Franklin Botelho está lá, nas suas páginas. Além disso, há fotos históricas desde 1913 até dias atuais.
"Patrocínio, Minha Terra", é um livro que deve estar nas bibliotecas de todas as escolas, organismos e repartições públicas do município, disponível para consultas; e que todos os patrocinenses devem ler.
É uma honra fazer parte desta história, ter textos nela publicados e mais que isso, ter sido presidente da APL quando esta obra foi criada.
Luiz Antônio Costa
RECONHECIMENTO. Num momento em que o rompimento de barragens e os consequentes danos à vida humana e ao meio ambiente é visto com um olhar mais profundo é salutar o registro de que o município de Partrocínio merece ser reconhecimento. A adesão pioneira em Minas à Deliberação Normativa do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) nº 213/2017 que permite a concessão de mais de 200 tipos de licenças é o principal registro.
CAPACITAÇÃO. Na tarde da última quarta-feira (20), a SEMMA(Secretaria Municipal de Meio Ambiente), em parceria com o CISPAR (Consorcio Publico Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável do Alto Paranaíba) promoveu em Patrocínio, uma capacitação sobre licenciamento ambiental para sete municípios da região: Cruzeiro da Fortaleza, Guimarânia, Tiros, Carmo do Paranaíba, Rio Paranaíba, Serra do Salitre e Varjão de Minas
(Foto-Divulgação PMP).
MODELO PARA O BRASIL. De acordo com o coordenador da Secretaria de Meio Ambiente, Antônio Geraldo a capacitação foi realizada a pedido da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) que vê Patrocínio como exemplo para outras cidades. "A Secretaria Estadual pedidu ministrássemos a capacitação tanto para os profissionais da Unipam - que vai dar o suporte técnico-, quanto para o pessoal da fiscalização e os secretários de meio ambiente desses sete municípios, para cientificá-los dessa experiência, onde possam realizar as atividades. Patrocínio foi escolhida como modelo de gestão de meio ambiente pelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente)” disse Antônio Geraldo.
PIONEIRISMO. Cibele de Araújo Guimarães, que é diretora de Apoio e Gestão Municipal da SEMAD, explica que a experiência adquirida por Patrocínio a capacitou a servir de exemplo. "Nós temos o apoio da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que está passando, trocando estas informações com outros municípios da região, consorciados e que vão trabalhar com essa parte do licenciamento", disse.
EXPERIÊNCIA. A diretora de Apoio e Gestão Municipal da SEMAD diz mais: "foi Patrocínio que organizou essa capacitação, pois foi o primeiro município a manifestar interesse, se organizar e a procurar capacitação para realizar esses licenciamentos". Segundo Cibele Guimarães, com isso o município "adquiriu uma experiência muito grande, conseguindo cumprir com as mesmas modalidades do Estado, fazendo todo esse atendimento com muita eficiência, então dessa forma acaba sendo exemplo para outros municípios que estão iniciando", concluiu Cibele.
Luiz Antônio Costa
Estou de volta com o blog “Dente de Leão”, que lancei há muito tempo com comentários e notícias da semana. Meu objetivo é espalhar ao máximo as informações a que tiver, por isso o título: Dente-de-leão é o nome vulgar de várias espécies do gênero botânico Taraxacum. É uma planta medicinal herbácea conhecida no Brasil também pelos nomes populares: taráxaco, papai-careca, amor-de-homem, vovô-careca, amargosa, alface-de-cão ou salada-de-toupeira”, define o Wikipedia. Quanto em contato com o vento ou soprada se espalha e leva as sementes. E é êsse o objetivo com as informações.
Greyce Elias e os irmãos na Câmara dos Deputados em Brasília. Foto: Divulgação
GREICY ELIAS. Assunto principal da semana foi a posse de Greyce Elias como primeira deputada de Patrocínio em Brasília. O município de Patrocínio está bem representado no Congresso Nacional com a posse da primeira mulher deputada, a jovem Greyce Elias. Pode concordar ou discordar de sua ideologia, o que não se pode é não reconhecer o talento, a combatividade e a força dessa jovem.
PATROCÍNIO. Os patrocinenses foram fundamentais para a conquista da deputada, mas ele trabalhou muito, em outros municípios também. Mas, a expetativa das pessoas não devem ficar ligadas ao que o município pode ganhar ou não com uma parlamentar jovem, porém de muita experiencia(já foi vereadora e candidata a prefeita). O que se deve esperar dela é que consiga apresentar projetos que vão ao encontro das necessidades dos brasileiros.
DECLARAÇÃO. Isso fica claro na primeira mensagem nas redes sociais, Gleicy Elias comentou: “essa conquista não é minha, é nossa. Todos sabem o quanto lutamos para chegar até aqui, para representar o estado que tanto amamos . A nossa família acredita que a Política transforma a vida das pessoas e promove desenvolvimento sustentável para o País. Eu acredito, que se cuidarmos das nossas famílias construiremos um país próspero e justo. Por isso, lutarei incansavelmente em defesa da vida e família. Obrigada a você mineiro”.
PAI. A deputada fez questão de marcar a própria família e lembrou do pai(também político – Elias José Abrão Neto – falecido no fim ano passado, vitima de um câncer): “a minha amada família, representada na foto pelos meus irmãos, que hoje vieram a Brasília para me acompanhar na cerimônia de posse. Obrigada Pai”
GRUPO COESO. À imprensa de Patrocínio, acompanhando a posse, repondendp à pergunta se a presença de lideranças do grupo político de Lucas Siqueira em sua posse sinalizaria um apoio dela ao Grupo 23 nas próximas eleições, a deputada federal Greyce Elias disse que “desde que eu me candidatei a prefeita com o apoio deles para mim não existe mais Grupo 23. Existe sim um grupo que pensa a cidade, que pensa o desenvolvimento, que pensa em dias melhores para o cidadão. A eleição é daqui a um ano e meio e tudo tem que continuar a ser construído, pois a política não para. A presença deles aqui hoje demonstra que nós somos um grupo unido, coeso, que pensa no bem da cidade.”
Chanceler Ernesto Araújo|Foto: 247
TUTELA AO CHANCELER. "A ala militar do governo promoveu uma espécie de intervenção branca no Itamaraty, tutelando os movimentos do chanceler Ernesto Araújo sobre temas considerados sensíveis —crise na Venezuela à frente", informa o jornalista Igor Gielow, em reportagem publicada na Folha de S. Paulo. Isso significa que o diplomata Araújo, que jamais chefiou uma missão diplomática e foi indicado pelo astrólogo Olavo de Carvalho, não pode fazer mais nada, sem aprovação prévia da junta militar que governa informalmente o País. Conta o site do Brasil 247 .
GOTA D’ÁGUA. A gota d'água foi o anúncio do fim da cooperação militar entre Brasil e Venezuela. "A ala militar do governo promoveu uma espécie de intervenção branca no Itamaraty, tutelando os movimentos do chanceler Ernesto Araújo sobre temas considerados sensíveis —crise na Venezuela à frente", diz Gielow. "No dia 4 de janeiro, Araújo participou de reunião no Peru do Grupo de Lima, que reúne 14 países para discutir a situação política venezuelana. Quando o documento foi divulgado, militares ligados à área de inteligência ficaram de cabelo em pé com o item 'D' das providências anunciadas: 'Suspender a cooperação militar com o regime de Nicolás Maduro', dizia o texto. Só que Araújo não consultou a área militar sobre isso. E é justamente a cooperação com as Forças Armadas venezuelanas que mantém o Brasil minimamente informado", aponta a reportagem.
IRRITAÇÃO. Os militares também ficaram irritados com falas sobre temas como base dos Estados Unidos no Brasil e a embaixada em Jerusalém – tema este que já provocou a suspensão de importações de países árabes e prejuízos seríssimos ao agronegócio.
DEMISSÃO. "No caso da Venezuela, alguns oficiais sugeriram que Araújo fosse demitido. Outros ponderaram sobre o dano de imagem que tal queda geraria e sugeriram que ele se consultasse mais com os ministros egressos da área militar", informa o jornalista.